Dúvidas sobre como selecionar a pressão de pulverização são recorrentes e uma das perguntas que mais recebemos por aqui. E não é para menos, uma vez que diversos aspectos da qualidade da aplicação são influenciadas por ela!
De modo geral, a pressão de pulverização é a energia utilizada no sistema, para quebrar a tensão superficial da calda em gotas, sendo medida pelo manômetro (Figura 1).
A pressão de pulverização exerce efeito direto na vazão da ponta. Maior pressão resulta em maior vazão. No entanto, o aumento da pressão causa redução no diâmetro da gota e aumenta a fração do espectro de gotas suscetíveis à deriva. Assim, a penetração e a cobertura do alvo também são influenciados pela pressão.
Além disso, a pressão deve ser suficiente para a abertura do ângulo de aspersão e a adequada sobreposição dos jatos.
Mas qual é a pressão de pulverização correta?
A resposta é o bom e velho depende!
O modelo da ponta de pulverização, a cobertura e penetração, de acordo com o alvo e características dos produtos na calda, assim como, as condições ambientais vigentes determinam a pressão ideal de trabalho.
Cada modelo de ponta apresenta um intervalo ideal de pressão, fora do qual, não alcançará seu desempenho ótimo e estará sujeita ao desgaste precoce. Vamos a um exemplo?
Algumas pontas de jato cônico apresentam seu melhor desempenho (gotas finas e muito finas, com turbilhonamento) em pressões em torno de 7 bars. Por outro lado, a maioria das pontas de jato plano operam em pressões variando de 2 a 4 bars.
Já as pontas de uso estendido têm esse nome justamente porque admitem uma maior amplitude de pressão de pulverização. A pressão pode variar de 1 bar para produzir gotas maiores, até 4 bars, produzindo gotas menores e como resultado, com maior capacidade de penetração. Assim, admitem o uso em uma gama maior de produtos e alvos.
O manômetro do seu pulverizador não é em bar? Confira as equivalências.
- 1 bar = 100 kPa
- 1 bar = 1,02 kgf cm‾²
- 1 bar = 14,5 PSI
- 1 PSI = 0,07 kgf cm‾²
Ou seja, a escolha da pressão ideal deve sempre começar pelas recomendações do fabricante para o modelo de pontas em uso. O aplicativo e o catálogo Ponta Certa reúnem essas informações, de acordo com a velocidade e a vazão pretendidas. Já falamos detalhadamente deles aqui.
Além disso, você pode consultar diretamente os catálogos: Hypro (inglês, a partir da página 135), Jacto, Magnojet, Stara e Teejet.
Depois disso, pequenos ajustes devem ser feitos em função das condições ambientais, alvo e produtos, como mencionado anteriormente.
Pode ajustar a vazão aumentando ou diminuindo a pressão?
Pode! Mas, apenas pequenos ajustes para chegar ao volume de pulverização pretendido.
Cabe lembrar que a vazão é diretamente proporcional à raiz quadrada da pressão. Ou seja, para dobrar a vazão, é necessário que pressão aumente quatro vezes! E isso implica em uma redução significativa no diâmetro das gotas.
O exemplo (Tabela 1) demonstra muito bem o impacto da pressão na vazão e no tamanho de gotas da ponta de jato plano 11004. Assim, em circunstâncias onde manter o diâmetro da gota é fundamental, a velocidade de deslocamento ou o tamanho da ponta (tamanho do orifício) podem ser alterados para alcançar o volume de calda desejado.
Ainda, a necessidade de reduzir o risco de episódios de deriva de herbicidas tem se apoiado principalmente no tamanho de gotas. Assim, a escolha da correta pressão de pulverização para produzir gotas muito grossas e grossas é fundamental.
Saiba mais sobre em “Deriva de herbicidas: seu dinheiro pode estar voando por aí!“. Além disso, é essencial avaliar temperatura, umidade relativa e velocidade do vento para a pulverização. Compre seu termo-higro-anemômetro aqui!