Conheça e aplique melhor os herbicidas

Bispiribaque-sódico

O herbicida bispiribaque-sódico é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas. Além disso, é utilizado como maturador na cana-de-açúcar.

Marcas comerciais: Afinal, Bispiribac Nortox, Ganis 400 SC, Kelper 400 SC, Nominee 400 SC, Riper.

Todos os produtos comerciais são apresentados na formulação SC – Suspenção concentrada.

 

1 – Recomendações de uso:

Culturas: arroz irrigado, cana-de-açúcar.
Plantas daninhas controladas pelo bispiribaque-sódico:
Capim-arroz (Echinochloa crusgalli, Echinochloa cruspavonis, Echinochloa colona)
Junquinho (Cyperus iria, Cyperus difformis)
Angiquinho (Aeschynomene rudis, Aeschynomene denticulata)
Falso-cominho (Fimbristylis miliacea)
Aguapé-de-flecha (Sagittaria montevidensis)
Aguapé-mirim (Heteranthera reniformis)
Posicionamento: na cultura do arroz, é aplicado em pós-emergência, quando as plantas daninhas estiverem no estágio de 3 a 4 folhas. Na cana-de-açúcar é utilizado como regulador de crescimento ou maturador, com uma aplicação de 40 a 60 dias antes da colheita.
Doses: na cultura do arroz, de 40 a 50 g i.a./ha. Na cana-de-açúcar, de 20 a 30 g i.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

 

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: ácido pirimidiniloxibenzóico.
Pressão de vapor: 5,04 x 10-9 Pa.
Solubilidade: 73,3 g/L de água (20ºC).
pKa: 3,05 (ácido fraco).
Kow: log Kow = -1,03 (23ºC).

 

3 – Comportamento do bispiribaque-sódico nas plantas:

Absorção e translocação: absorvido tanto pelas raízes como pelas folhas, movendo-se pelo floema, porém, de forma limitada.
Mecanismo de ação: inibidor de ALS.
Classificação HRAC: grupo B.
Sintomatologia: paralisação do crescimento, clorose dos tecidos jovens, seguido por necrose e morte da planta. Pode ocorrer arroxeamento de folhas e nervuras.
Metabolismo e seletividade: detoxificação mediada pela Citocromo P450 monooxigenase. Dessa forma, a seletividade do herbicida é afetada pelas condições ambientais, sendo reduzida sob estresse por frio.
Casos de resistência: diversas espécies de plantas daninhas já foram relatadas por sobreviver às aplicações de bispiribaque-sódico no mundo. No Brasil, populações de Sagittaria montevidensis, Echinochloa crus-galli var. crus-galli e Cyperus iria sobrevivem a esse e outros herbicidas comumente usados na cultura do arroz irrigado.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado.

 

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção:
Koc: 852 a 1793 mL/g.
Kd:
Transformação: muito estável sob pH 5 a 9.
Persistência: meia-vida de 10 dias em condições de arroz irrigado.
Mobilidade:
Volatilização: negligenciável.

 

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 200 a 400 L/ha.
Preparação da calda: manter a agitação constante, uma vez que o produto se deposita facilmente sob repouso.
Tamanho de gotas: 180 a 200 mícron, mínimo de 40 gotas/cm².
Pontas de pulverização: não especificado em bula.
Altura da barra: suficiente para a sobreposição adequada dos jatos.
Velocidade do vento: ideal entre 3 e 7 km/h. Evitar ventos acima de 10 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: entre 20 e 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: a ocorrência de estresse por frio após a aplicação pode resultar em fitotoxidade do herbicida para a cultura.
Facilitadores de eficácia: inundar a lavoura até 7 dias após a aplicação. O uso de espalhante adesivo/adjuvante é recomendado, conforme a bula do produto comercial.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 1 fev. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 1 fev. 23.
MARTINI, L. F. D. et al. Absorption, translocation and metabolism of bispyribac-sodium on rice seedling under cold stress. Pest Management Science, v. 71, p. 1021-1029, 2015.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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