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Dibrometo de diquate

O herbicida dibrometo de diquate é de ação total, de contato, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e, principalmente, eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Bleran, Blowout, Burner (dibrometo de diquate + flumioxazina), Dessicash, Dessicash 200 SL, Diquash 200 SL, Diquat CCAB 200 SL, Diquat Nortox, Diquat Vanon 200 SL, Dorai, Dorai Max (amicarbazona + dibrometo de diquate), Egan, Gopan, Helmoquat, Lubaquat 200 SL, Macroquat 200 SL, Offer 200 SL, Rateio 200 SL, Reglone, Spraykill, Tempest, Venia BR.

SC – Suspensão concentrada
SL – Concentrado solúvel

1 – Recomendações de uso:

Culturas: algodão, batata, café, citros, duboisia, feijão, girassol, milho e soja.
Plantas daninhas controladas pelo dibrometo de diquate:
Algodão voluntário (Gossypium hirsutum)
Buva (Conyza canadensis)
Carrapicho-rasteiro (Acanthospermum australe)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Corda-de-viola (Ipomoea aristolochiaefolia)
Corda-de-viola (Ipomoea grandifolia)
Cordão-de-frade (Leonotis nepetifolia)
Guanxuma (Sida rhombifolia)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Milho voluntário (Zea mays)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Saco-de-padre (Cardiospermum halicacabum),
Soja voluntária (Glycine max)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: dessecação pré-colheita de batata, feijão e soja. Dessecação na pré-colheita de plantas daninhas que dificultam a operação de colheita da soja. Controle em pós-emergência das plantas daninhas antes da semeadura do feijão, algodão, milho, soja e girassol. Aplicado nas entrelinhas das culturas de café, citros e duboisia.
Doses: 300 a 700 g i.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: bipiridílio.
Pressão de vapor: 1,3 x 10-5 Pa (25ºC).
Solubilidade: 718000 mg/L de água em pH 7,2, a 20ºC.
pKa: não ionizável.
Kow: log Kow = -4,26 (20ºC).

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: prontamente absorvido pelas folhas. As cargas positivas e a natureza polar da molécula interagem com a superfície negativamente carregada das folhas e a membrana. Dibrometo de diquate se transloca pelo apoplasto, no entanto, a mobilidade é reduzida devido a rápida ação do herbicida na presença de luz. Em virtude disso, é constatada maior movimentação de diquate quando aplicado no escuro.
Mecanismo de ação: inibidor da fotossíntese no Fotossistema I.
Classificação HRAC: grupo D.
Sintomatologia: inicia pelo aspecto oleoso (encharcamento) dos tecidos, que evolui para dessecação em algumas horas após a aplicação, quando em sol pleno. A necrose completa e morte da planta ocorre em poucos dias.
Metabolismo e seletividade: aparentemente, não metabolizado em plantas superiores.
Casos de resistência: até o momento, são relatadas 10 ocorrências de resistência à diquate no mundo, dentre elas duas espécies de buva (Conyza sumatrensis, Conyza bonariensis) é. No entanto, nenhuma no Brasil.
Mecanismos de resistência: provavelmente, mecanismos de sequestro do herbicida, a fim de que, não encontre o sítio de ação em concentração letal.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: extremamente adsorvido às cargas negativas do solo, devido à natureza dicatiônica da molécula. A forte adsorção indisponibiliza o herbicida para as plantas e microrganismos no solo.
Koc: média de 1000000 mL/g.
Kd:
Transformação: podem ocorrer perdas a partir da superfície foliar pulverizada.
Persistência: dibrometo de diquate é altamente persistente no solo devido à sua forte ligação com a argila, o que o torna indisponível para microrganismos e plantas. A meia-vida pode chegar a 1000 dias.
Mobilidade: imóvel no solo.
Volatilização: sem perdas.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 200 a 300 L/ha.
Preparação da calda: colocar água limpa no tanque do pulverizador (pelo menos 3/4 de sua capacidade) ou de tal forma que atinja a altura do agitador (ou retorno) e, com a agitação acionada, adicionar a quantidade recomendada do produto. Também manter a calda sob agitação constante durante a pulverização. A aplicação deve ser realizada no mesmo dia da preparação da calda.
Tamanho de gotas: acima de 350 mícron de diâmetro médio volumétrico (DMV).
Pontas de pulverização: leque da série 80 ou 100.
Altura da barra: a altura da barra e espaçamento entre bicos deve permitir uma boa sobreposição dos jatos e cobertura uniforme no alvo.
Velocidade do vento: entre 3 e 7 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: entre 20 e 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: soluções concentradas de dibrometo de diquate não devem ser estocadas em contato com metais. Pode hidrolisar em água alcalina. Pode ser misturado em tanque com 2,4-D, ureias substituídas e S-triazinas, embora, a velocidade de ação na luz, comprometa a mobilidade de herbicidas sistêmicos.
Facilitadores de eficácia: a cobertura uniforme das plantas daninhas é essencial para maior eficácia de controle, uma vez que se trata de herbicida de contato. Em razão disso, o estádio de desenvolvimento das plantas daninhas (até 15 cm) também é determinante. Usar espalhante adesivo conforme recomendação do fabricante.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 12 fev. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 12 fev. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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