O herbicida fenoxaprope-P-etílico é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de gramíneas.
Marcas comerciais: Podium EW, Rapsode, Selefen (cletodim + fenoxaprope-P-etílico), Starice.
EC – Concentrado emulsionável
EW – Emulsão óleo em água
1 – Recomendações de uso:
Culturas: alface, algodão, arroz, batata, cebola, cenoura, ervilha, feijão, melancia, melão, soja, tomate e trigo.
Plantas daninhas controladas pelo fenoxaprope-P-etílico:
Aveia preta (Avena strigosa)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-arroz (Echinochloa crusgalli)
Capim-braquiária (Brachiaria decumbens)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis)
Capim-custódio (Pennisetum setosum)
Capim-macho (Ischaemum rugosum)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Milho voluntário (Zea mays)
Posicionamento:
arroz – aplicação na pós-emergência das plantas infestantes e da cultura. Alface – recomenda-se aplicar nos estádios entre 5 a 10 cm da cultura totalmente estabelecida após o transplante. Recomenda-se uma única aplicação por ciclo da cultura. Algodão – a aplicação deverá ser feita na pós-emergência da cultura do algodão e plantas daninhas. Aplicar no intervalo de 15 a 40 dias após a emergência do Algodão. As doses maiores devem ser utilizadas para controlar as plantas daninhas capim-carrapicho e milho voluntário em estádio de crescimento maior. Batata – deve ser aplicado quando a cultura estiver com 15 a 20 cm. Recomenda-se uma única aplicação por ciclo da cultura. Cebola – recomenda-se aplicar nos estádios entre 5 a 10 cm da cultura totalmente estabelecida após o transplante. Cenoura – recomenda-se aplicar nos estádios entre 5 a 10 cm da cultura. Ervilha e feijão – deve ser aplicado quando a cultura estiver com 15 a 20 cm. Melão e melancia – aplicar entre 10 e 30 dias após o plantio. Recomenda-se, no máximo, duas aplicações por ciclo da cultura para as plantas daninhas capim-marmelada, capim-colchão e capim-pé-de-galinha. Para capim-braquiária recomenda-se uma única aplicação. Respeitar sempre o estádio das plantas daninhas para obtenção de controle eficiente. Soja – capim-marmelada, capim-colchão, capim-pé-de-galinha e capim-carrapicho: Aplicar no intervalo de 15 a 40 dias após a emergência da soja. Para o controle de plantas de milho voluntário que se encontra no estádio precoce, com até 4 folhas completamente desenvolvidas deve-se aplicar a dose de 0,5 L/ha de fenoxaprope-P-etílico, podendo-se realizar uma segunda aplicação, neste mesmo estádio de desenvolvimento do milho em casos que ocorra um segundo fluxo de germinação de milho voluntário na cultura da soja. Tomate – recomenda-se aplicar 15 a 30 dias após o plantio. Trigo – a aplicação deverá ser feita na pré-emergência da cultura do trigo (pré-plantio) e pós-emergência das plantas daninhas, no estádio de 2 a 4 perfilhos. As doses maiores devem ser utilizadas para controlar as plantas daninhas em estádio de crescimento maior. Manejo outonal – realizar a aplicação logo após a colheita da cultura precedente.
Doses: 55 a 220 g i.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida:
Grupo químico: ácido arilofenoxipropiônico.
Pressão de vapor: 1,9 x 10-5 Pa (20ºC), 4,3 x 10-6 Pa (25ºC).
Solubilidade: 0,5 a 1 mg/L de água (20ºC).
pKa: –
Kow: 13200.
3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: rapidamente absorvido pelas folhas e predominantemente translocado pelo floema. No entanto, a translocação do herbicida é bastante baixa.
Mecanismo de ação: inibidor da ACCase.
Classificação HRAC: grupo A.
Sintomatologia: paralisação do crescimento logo após a aplicação. Os tecidos jovens e pontos de crescimento tornam-se cloróticos e, posteriormente, necróticos. As folhas jovens e centrais soltam com facilidade devido à necrose. Por outro lado, as folhas mais velhas podem tornar-se avermelhadas ou arroxeadas.
Metabolismo e seletividade: metabolizado da forma éster para fenoxaprope-P-etílico ácido. A tolerância de algumas gramíneas geralmente está associada com altas taxas de detoxificação.
Casos de resistência: dentre os 121 casos relatados até o momento, populações de Brachiaria plantaginea, Digitaria ciliaris, Eleusine indica e Digitaria insularis sobrevivem ao herbicida no Brasil.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado.
4 – Comportamento no ambiente:
Sorção:
Koc: média de 9490 mL/g para o éster.
Transformação: rapidamente transformado para a forma ácida, que é a fitotóxica.
Persistência: meia-vida de 5 a 14 dias, dependendo das características do solo, sob condições aeróbicas. Por outro lado, sob condições anaeróbicas, pode se estender a 30 dias.
Mobilidade: baixa mobilidade.
Volatilização: perdas insignificantes.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 80 a 200 L/ha.
Preparação da calda: usar água livre de sólidos em suspensão, uma vez que coloides como argila e matéria orgânica podem reduzir a eficácia do fenoxaprope-P-etílico.
Tamanho de gotas: 350 a 800 micra.
Pontas de pulverização: não especificado em bula.
Altura da barra: o mínimo suficiente para garantir cobertura uniforme do alvo.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: superior a 50%.
Temperatura: inferior a 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: incompatível com produtos como propanil e herbicidas auxínicos (ex. 2,4-D, quincloraque). Dessa forma, deve-se observar um intervalo de seis dias entre aplicações. Não misturar o herbicida com fertilizantes líquidos. Chuva até uma hora após a aplicação pode reduzir a eficácia do herbicida. Na cultura do arroz, podem surgir leves manchas cloróticas nas folhas e uma pequena retenção na velocidade de crescimento da planta, após 3 dias da aplicação do produto, sintomas estes que desaparecem naturalmente com o desenvolvimento da cultura, sem afetar a produção. Solo excessivamente úmido pode intensificar estes sintomas. Não aplicar fenoxaprope-P-etílico durante período de diferenciação do primórdio floral, inclusive respeitando-se um intervalo de 7 dias.
Facilitadores de eficácia: aplicar quando houver boas condições de umidade para a cultura, sem que as plantas daninhas estejam estressadas por déficit hídrico ou outros fatores como sobra de invasoras de manejo, excesso de umidade. Além disso, na cultura do arroz a entrada de água deve ser feita de 3 a 7 dias após a aplicação.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 17 fev. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 17 fev. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.