formulações de herbicidas

Formulações de herbicidas: o que você precisa saber

Ingrediente ativo, equivalente ácido, sal de isopropilamina e concentrado solúvel. Se você está acostumado com esses nomes, mas na prática, não sabe ao certo o que significam, não deixe de ler esse artigo. Nós traduzimos as formulações de herbicidas para você!

Vamos começar pelo rótulo?

Abaixo, um produto comercial a base de glifosato, o nome comum do herbicida, cujo nome químico é N-(fosfonometil)glicina.

Rótulo de herbicida - Formulações de herbicidas: o que você precisa saber
Figura 1 – Rótulo de produto comercial a base de glifosato. Fonte: Agrofit.

Quando você compra 1 L do produto formulado em questão, na verdade está adquirindo apenas 356 g e.a. de herbicida. Mas calma, você não está sendo enganado!

As diversas formulações de herbicidas são cuidadosamente desenvolvidas para alcançar uma maior eficiência de controle, acompanhada das menores externalidades. E isso inclui, além do ingrediente ativo, a adição de um veículo que vai transportar o herbicida e de uma série de aditivos para melhorar as propriedades físico-químicas do produto comercial.

As formulações de herbicidas contém:

  • Ingrediente ativo (i.a.): é o herbicida propriamente dito, o componente responsável pela ação fitotóxica.

No entanto, algumas moléculas podem sofrer alterações de acordo com o pH do meio. Nesses casos, o termo equivalente ácido também estará presente na composição.

  • Equivalente ácido (e.a.): quantidade de ingrediente ativo formulado como um derivativo, que é capaz de retornar à molécula parental.

Derivativo?? Vamos ver um exemplo para ficar mais claro.

Fórmula glifosato - Formulações de herbicidas: o que você precisa saber
Figura 2 – Relação entre o ácido fraco glifosato (parental) e o sal derivativo comum nas formulações do herbicida.

No caso acima, o herbicida é formulado como um derivativo sal de isopropilamina. Ésteres, sais e aminas são derivativos comuns nas formulações. Isso significa que o hidrogênio (H) destacado na molécula parental do ácido fraco glifosato (Figura 2) é substituído pelo sal de isopropilamina na formulação. Assim, o equivalente ácido se refere a quanto do derivativo pode ser convertido para a molécula parental. No caso, 356 g dos 480 g de ingrediente ativo.

Em resumo, nesses casos, a quantidade de ingrediente ativo considera o conjunto herbicida + derivativo, que não exerce toxicidade, enquanto o equivalente ácido, considera apenas a concentração de herbicida que efetivamente, virá a controlar as plantas daninhas.

Dessa forma, a comparação entre dose e preço de produtos comerciais deve ser sempre pautada na concentração de equivalente ácido.


Glifosato sal de isopropilamina pode causar injúria na soja RR? Confira aqui.


  • Outros ingredientes ou ingredientes inertes: incluem qualquer outro componente além do ativo. São divididos em:
    • Solventes: substâncias que servem como veículos. Normalmente água, derivados de petróleo e argila.
    • Adjuvantes: adicionados em menor quantidade que os solventes e têm a função de melhorar as propriedades físico-químicas do produto formulado. Os adjuvantes são adicionados com base nos requerimentos para a melhor performance, estocagem, manuseio e segurança do ingrediente ativo. Podem incluir modificadores de superfície como dispersantes, emulsificantes, agentes molhantes e adesivos. Agentes anti-deriva, anti-congelantes e estabilizantes. Ainda, podem ser acrescentados aditivos que desencorajam a ingestão ou alertam para a exposição, como corantes e odorizantes.

Atente para o mecanismo de ação!

Uma letra maiúscula, correspondente à classificação adotada pela Associação Brasileira de Ação à Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas (HRAC-BR), representa o(s) mecanismo(s) de ação do herbicida. Em misturas formuladas, serão indicados os mecanismos de ação correspondentes a cada ingrediente ativo. Ainda, em alguns auxínicos, o mesmo herbicida atua de maneira diferente em gramíneas e eudicotiledôneas (folhas largas).

Mecanismos de ação - Formulações de herbicidas: o que você precisa saber
Figura 3 – Classificação dos mecanismos de ação dos herbicidas utilizados no Brasil.

Na sequência, o item Classe contém informações sobre o comportamento dos herbicidas nas plantas, como seletividade e mobilidade, assim como, o momento de aplicação indicado pelo fabricante.

Por fim, o rótulo apresenta o tipo de formulação no qual herbicida é apresentado:

Soluções

  • Concentrado solúvel (SL): completamente solúvel em água, as partículas em solução não podem ser vistas ou separadas, formando soluções verdadeiras, que resultam em coloração clara. Utilizada para ingredientes ativos polares, de natureza hidrofílica ou seja, que possuem alta afinidade com a água. Alguns produtos formulados a base de glifosato sal de isopropilamina são apresentados dessa forma.

Emulsões

  • Concentrado emulsionável (EC): formam uma emulsão, uma vez que o ingrediente ativo é apolar, de natureza lipofílica, com afinidade pela gordura. Assim, essa formulação contém solventes derivados de petróleo e emulsificantes, e como resultado, quando adicionada a água, produz uma coloração leitosa. Carfentrazone-etil é formulado como EC.

Suspensões

  • Suspensão concentrada (SC): o ingrediente ativo é, como o nome indica, suspenso em líquido. Contém dispersantes e requerem constante agitação para permanecer em suspensão. Atrazina e ametrina são apresentadas como SC.
  • Suspensão de encapsulado (CS): o herbicida é revestido por um polímero, similar a uma micro cápsula semipermeável que condiciona a liberação do mesmo, sendo mantido em suspensão. É considerada uma das formulações de herbicida mais ambientalmente segura e o clomazone 360 g i.a. é um exemplo.
  • Pó molhável (PM, WP): nesse caso, o veículo é argila finamente moída e a formulação contém dispersantes e agentes molhantes. Além disso, agitação constante é requerida para manter a suspensão. Produtos comerciais a base que quinclorac são formulados como PM.
  • Grânulos dispersiveis (WG): similares aos pós, porém o maior tamanho de partícula trás comodidades como mais fácil manuseio e dosagem, menor risco de inalação e de dispersão para fora do alvo. Além disso, possuem maior estabilidade em suspensão do que os pós molháveis. Diversos herbicidas são formulados como WG, dentre eles, o metsulfuron-metil e o isoxaflutole.

No Brasil, não são comercializados herbicidas sob a apresentação de granulados e pellets.

Formulações de herbicidas na prática:

  • As formulações solúveis são mais fáceis de misturar e causam menos problemas com incompatibilidade.
  • Os solventes presentes nas emulsões podem aumentar o risco de fitotoxicidade para as culturas. Além disso, são facilmente absorvidos pela pele, podem ser corrosivos e dificultar a limpeza dos equipamentos de pulverização.
  • As emulsões e suspensões requerem agitação constante, do contrário, depositam-se no fundo do tanque. Por outro lado, pode ocorrer a formação de espuma.
  • Os pós e granulados podem ser abrasivos e requerem atenção especial quando em mistura, uma vez que aumentam a chance de precipitação e entupimento de pontas.

Saiba mais em: Misturas de herbicidas em tanque: entenda as possíveis interações.

Como a maioria dos ingredientes ativos são vendidos em diferentes tipos de formulações, escolha a mais indicada para cada situação. Além disso, adjuvantes podem ser requeridos durante a preparação da calda de pulverização. Assim, siga as recomendações do receituário agronômico.


Já teve problemas com incompatibilidade ao misturar diferentes formulações? Conte sua experiência. E não esqueça de compartilhar esse conteúdo nas redes sociais.

Ingrediente ativo, equivalente ácido, sal de isopropilamina e concentrado solúvel. Se você está acostumado com esses nomes, mas na prática, não sabe ao certo o que significam, não deixe de ler esse artigo. Nós traduzimos as formulações de herbicidas para você!

Vamos começar pelo rótulo?

Abaixo, um produto comercial a base de glifosato, o nome comum do herbicida, cujo nome químico é N-(fosfonometil)glicina.

Rótulo de herbicida - Formulações de herbicidas: o que você precisa saber
Figura 1 – Rótulo de produto comercial a base de glifosato. Fonte: Agrofit.

Quando você compra 1 L do produto formulado em questão, na verdade está adquirindo apenas 356 g e.a. de herbicida. Mas calma, você não está sendo enganado!

As diversas formulações de herbicidas são cuidadosamente desenvolvidas para alcançar uma maior eficiência de controle, acompanhada das menores externalidades. E isso inclui, além do ingrediente ativo, a adição de um veículo que vai transportar o herbicida e de uma série de aditivos para melhorar as propriedades físico-químicas do produto comercial.

As formulações de herbicidas contém:

  • Ingrediente ativo (i.a.): é o herbicida propriamente dito, o componente responsável pela ação fitotóxica.

No entanto, algumas moléculas podem sofrer alterações de acordo com o pH do meio. Nesses casos, o termo equivalente ácido também estará presente na composição.

  • Equivalente ácido (e.a.): quantidade de ingrediente ativo formulado como um derivativo, que é capaz de retornar à molécula parental.

Derivativo?? Vamos ver um exemplo para ficar mais claro.

Fórmula glifosato - Formulações de herbicidas: o que você precisa saber
Figura 2 – Relação entre o ácido fraco glifosato (parental) e o sal derivativo comum nas formulações do herbicida.

No caso acima, o herbicida é formulado como um derivativo sal de isopropilamina. Ésteres, sais e aminas são derivativos comuns nas formulações. Isso significa que o hidrogênio (H) destacado na molécula parental do ácido fraco glifosato (Figura 2) é substituído pelo sal de isopropilamina na formulação. Assim, o equivalente ácido se refere a quanto do derivativo pode ser convertido para a molécula parental. No caso, 356 g dos 480 g de ingrediente ativo.

Em resumo, nesses casos, a quantidade de ingrediente ativo considera o conjunto herbicida + derivativo, que não exerce toxicidade, enquanto o equivalente ácido, considera apenas a concentração de herbicida que efetivamente, virá a controlar as plantas daninhas.

Dessa forma, a comparação entre dose e preço de produtos comerciais deve ser sempre pautada na concentração de equivalente ácido.


Glifosato sal de isopropilamina pode causar injúria na soja RR? Confira aqui.


  • Outros ingredientes ou ingredientes inertes: incluem qualquer outro componente além do ativo. São divididos em:
    • Solventes: substâncias que servem como veículos. Normalmente água, derivados de petróleo e argila.
    • Adjuvantes: adicionados em menor quantidade que os solventes e têm a função de melhorar as propriedades físico-químicas do produto formulado. Os adjuvantes são adicionados com base nos requerimentos para a melhor performance, estocagem, manuseio e segurança do ingrediente ativo. Podem incluir modificadores de superfície como dispersantes, emulsificantes, agentes molhantes e adesivos. Agentes anti-deriva, anti-congelantes e estabilizantes. Ainda, podem ser acrescentados aditivos que desencorajam a ingestão ou alertam para a exposição, como corantes e odorizantes.

Atente para o mecanismo de ação!

Uma letra maiúscula, correspondente à classificação adotada pela Associação Brasileira de Ação à Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas (HRAC-BR), representa o(s) mecanismo(s) de ação do herbicida. Em misturas formuladas, serão indicados os mecanismos de ação correspondentes a cada ingrediente ativo. Ainda, em alguns auxínicos, o mesmo herbicida atua de maneira diferente em gramíneas e eudicotiledôneas (folhas largas).

Mecanismos de ação - Formulações de herbicidas: o que você precisa saber
Figura 3 – Classificação dos mecanismos de ação dos herbicidas utilizados no Brasil.

Na sequência, o item Classe contém informações sobre o comportamento dos herbicidas nas plantas, como seletividade e mobilidade, assim como, o momento de aplicação indicado pelo fabricante.

Por fim, o rótulo apresenta o tipo de formulação no qual herbicida é apresentado:

Soluções

  • Concentrado solúvel (SL): completamente solúvel em água, as partículas em solução não podem ser vistas ou separadas, formando soluções verdadeiras, que resultam em coloração clara. Utilizada para ingredientes ativos polares, de natureza hidrofílica ou seja, que possuem alta afinidade com a água. Alguns produtos formulados a base de glifosato sal de isopropilamina são apresentados dessa forma.

Emulsões

  • Concentrado emulsionável (EC): formam uma emulsão, uma vez que o ingrediente ativo é apolar, de natureza lipofílica, com afinidade pela gordura. Assim, essa formulação contém solventes derivados de petróleo e emulsificantes, e como resultado, quando adicionada a água, produz uma coloração leitosa. Carfentrazone-etil é formulado como EC.

Suspensões

  • Suspensão concentrada (SC): o ingrediente ativo é, como o nome indica, suspenso em líquido. Contém dispersantes e requerem constante agitação para permanecer em suspensão. Atrazina e ametrina são apresentadas como SC.
  • Suspensão de encapsulado (CS): o herbicida é revestido por um polímero, similar a uma micro cápsula semipermeável que condiciona a liberação do mesmo, sendo mantido em suspensão. É considerada uma das formulações de herbicida mais ambientalmente segura e o clomazone 360 g i.a. é um exemplo.
  • Pó molhável (PM, WP): nesse caso, o veículo é argila finamente moída e a formulação contém dispersantes e agentes molhantes. Além disso, agitação constante é requerida para manter a suspensão. Produtos comerciais a base que quinclorac são formulados como PM.
  • Grânulos dispersiveis (WG): similares aos pós, porém o maior tamanho de partícula trás comodidades como mais fácil manuseio e dosagem, menor risco de inalação e de dispersão para fora do alvo. Além disso, possuem maior estabilidade em suspensão do que os pós molháveis. Diversos herbicidas são formulados como WG, dentre eles, o metsulfuron-metil e o isoxaflutole.

No Brasil, não são comercializados herbicidas sob a apresentação de granulados e pellets.

Formulações de herbicidas na prática:

  • As formulações solúveis são mais fáceis de misturar e causam menos problemas com incompatibilidade.
  • Os solventes presentes nas emulsões podem aumentar o risco de fitotoxicidade para as culturas. Além disso, são facilmente absorvidos pela pele, podem ser corrosivos e dificultar a limpeza dos equipamentos de pulverização.
  • As emulsões e suspensões requerem agitação constante, do contrário, depositam-se no fundo do tanque. Por outro lado, pode ocorrer a formação de espuma.
  • Os pós e granulados podem ser abrasivos e requerem atenção especial quando em mistura, uma vez que aumentam a chance de precipitação e entupimento de pontas.

Saiba mais em: Misturas de herbicidas em tanque: entenda as possíveis interações.

Como a maioria dos ingredientes ativos são vendidos em diferentes tipos de formulações, escolha a mais indicada para cada situação. Além disso, adjuvantes podem ser requeridos durante a preparação da calda de pulverização. Assim, siga as recomendações do receituário agronômico.


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