Conheça e aplique melhor os herbicidas

Triclopir-butotílico

O herbicida triclopir-butotílico é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de eudicotiledôneas.

Acesso rápido

Marcas comerciais que contém triclopir

Triclopir-butotílico: Arbust, Crescendo, Cruzaro 480 EC, Dorado, Garlon 480 BR, Longar, Longar 480 EC, Platon, Rascal, Sector, Topinam, Triclomax, Triclon, Triclopir CCAB 480 EC, Triclopir Nortox, Triclopir 667 EC Perterra, Triclopyr 480 Volagro, Trytor.
Aminopiralide + picloram + triclopir-butotílico: Dominum XT, Planador XT, Trueno XT.
Fluroxipir-meptílico + picloram + triclopir-butotílico: Arremate.
Fluroxipir-meptílico + triclopir-butotílico: Outliner, Triclopir F Nortox, Truper.
Propanil + triclopir-butotílico: Stampir BR.

EC – Concentrado emulsionável
EW – Emulsão óleo em água

1 – Recomendações de uso

Culturas: arroz irrigado, cana-de-açúcar, eucalipto, milho, pastagem, pinus, soja e trigo.
Plantas daninhas controladas pelo triclopir-butotílico:
Algodão espontâneo (Gossypium hirsutum)
Angiquinho (Aeschynomene rudis)
Aromita (Acacia farnesiana)
Assa-peixe-branco (Vernonia polyanthes)
Babaçu, Pindoba (Orbignya phalerata)
Buva (Conyza bonariensis)
Cambará (Lantana camara)
Corda-de-viola (Ipomoea purpurea, Ipomoea grandifolia)
Corriola (Merremia cissoides)
Erva-quente (Spermacoce latifolia, Spermacoce alata)
Eucalipto espontâneo (Eucalyptus urograndis)
Junquinho (Cyperus iria)
Jurubeba (Solanum paniculatum)
Lobeira (Solanum lycocarpum)
Mamona (Ricinus communis)
Miroró (Bauhinia corifolia)
Mucuna-preta (Mucuna aterrima)
Murta (Myrcia bella)
Pau-terra (Qualea parviflora)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Tiriricão (Cyperus esculentus)

Recomendações de uso do triclopir-butotílico

Arroz-irrigado – aplicação única em pós-emergência da cultura (estádio V3 a V4) e das plantas daninhas (1 a 3 folhas), antes da entrada de água.
Cana-de-açúcar – em pré ou pós-emergência da cana-planta ou soca, no estádio de até 6 a 8 folhas e plantas daninhas com até 6 folhas.
Eucalipto e pinus – uma aplicação ao ano, quando as plantas daninhas ou rebrotes de eucalipto a serem controlados estiverem em pleno processo de desenvolvimento vegetativo. Proteger a cultura dos jatos.
Milho e soja – em pré-semeadura do milho, destruição da soqueira do algodão (até duas aplicações sequenciais) e controle em pós-emergência da buva (menor que 15 cm de altura). As aplicações devem anteceder, no mínimo, em 10 a 20 dias a semeadura do milho e da soja, respectivamente.
Pastagem – aplicação foliar em área total ou controle localizado de plantas daninhas (jato dirigido).
Trigo – em pré-semeadura do trigo, para controle em pós-emergência da buva (menor que 15 cm de altura). As aplicações devem anteceder, no mínimo, em 10 dias a semeadura da cultura.
Aminopiralide + picloram + triclopir-butotílico – controle pós-emergente de plantas daninhas em pastagem.
Fluroxipir-meptílico + picloram + triclopir-butotílico – controle de plantas infestantes de folhas largas, de porte herbáceo, semi-arbustivo e arbustivo em áreas de pastagens de gramíneas forrageiras.
Fluroxipir-meptílico + triclopir-butotílico – recomendado para o controle de plantas daninhas dicotiledôneas de porte arbustivo e semi-arbustivo em áreas de pastagens de gramíneas forrageiras, como Brachiaria humidicola, Brachiara brizantha, Brachiaria decumbens, Panicum maximum, Paspalum notatum, Cynodon plectostachyus. É recomendado também para o controle de plantas daninhas de folhas largas e rebrotes de eucalipto em áreas de floresta de eucalipto e pinus.
Propanil + triclopir-butotílico – controle de capim-arroz, ciperáceas e angiquinho, em pós-emergência e antes na inundação, em arroz irrigado.
Doses: 120 a 960 g e.a./ha, a depender da cultura e plantas daninhas.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida

Grupo químico: ácido piridiniloxialcanóico.
Pressão de vapor: 1,6 x 10-4 Pa (25ºC), 7 x 10-4 Pa (40ºC).
Solubilidade: 430 mg/L de água (ácido), 2100000 mg/L de água (trietilamina). Ambos a 25ºC.
pKa: 2,68. Triclopir-butotílico comporta-se como ácido fraco.
Kow: 2,64 (pH 5) e 0,36 (pH 7).

imagem da molecula do herbicda Triclopir acido - Triclopir-butotílico
Figura 1 - Estrutura molecular do herbicida triclopir, na forma ácida.
3 – Comportamento nas plantas

Absorção e translocação: absorvido pelas raízes e parte aérea. Movimento pelo simplasto (tecidos vivos da planta, incluindo floema), em direção aos pontos de crescimento. O mesmo parece ocorrer com triclopir-butotílico absorvido pelas raízes.
Mecanismo de ação: mimetizador de auxina.
Classificação HRAC: grupo O.
Sintomatologia: epinastia de caules e pecíolos, intumescimento de nós, além de encarquilhamento de folhas. Um sintoma característico é a alteração do padrão das nervuras. Segue clorose, paralização do crescimento, murcha, necrose e morte em algumas semanas.
Metabolismo e seletividade: rapidamente hidrolisado para a forma ácida. Por sua vez, o ácido também é rapidamente metabolizado para compostos menos fitotóxicos em plantas tolerantes, como cereais, por exemplo.
Casos de resistência: a resistência de uma espécie de roseta (Soliva sessilis) foi relatada em campos de golfe, na Nova Zelândia.
Mecanismos de resistência: desconhecido ou não informado.

4 – Comportamento no ambiente

Sorção: varia com o conteúdo de matéria orgânica e argila do solo. Em geral, fracamente adsorvido.
Koc: média de 20 mL/g para trietilamina.
Transformação: rapidamente fotodegradado em água. Além disso, triclopir-butotílico é degradado por microrganismos.
Persistência: moderadamente persistente. Meia-vida pode variar de 10 a 46 dias, como resultado da interação entre características do solo, temperatura e umidade.
Volatilização: perdas desprezíveis.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre

Volume de calda: 200 a 400 L/ha.
Preparação da calda: agitar a embalagem do produto antes do preparo da calda. Coloque a dose indicada de triclopir-butotílico no pulverizador, com água até ¾ de sua capacidade e em seguida complete o volume. A agitação deve ser constante durante a preparação da calda e aplicação do produto.
Tamanho de gotas: gotas grossas a extremamente grossas (acima de 350 micra de diâmetro médio volumétrico – DMV), com densidade de gotas equivalentes a 30 gotas/cm2.
Pontas de pulverização: pontas de pulverização que proporcionem redução de deriva, tal como pontas tipo leque com indução de ar.
Altura da barra: a altura da barra e espaçamento entre bicos deve permitir uma boa sobreposição dos jatos e cobertura uniforme no alvo, conforme recomendações do fabricante não ultrapassando 50 cm, tanto para o espaçamento, quanto para a altura da barra.
Velocidade do vento: entre 3 e 7 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: entre 20 e 30 ºC.

6 – Incompatibilidades e limitações de uso

Evitar aplicações em proximidade de culturas sensíveis. São sensíveis a esse herbicida, as culturas eudicotiledôneas como algodão, tomate, batata, feijão, soja, café, eucalipto, hortaliças, flores e outras espécies úteis sensíveis a mimetizadores de auxina. Além disso, a eficiência do triclopir-butotílico pode ser reduzida se ocorrerem chuvas no período de 2 a 3 horas após a aplicação.

7 – Facilitadores de eficácia

Nas culturas do eucalipto e soja, é essencial a adição de adjuvante a base de óleo mineral à calda de pulverização, na concentração de 0,5% v/v. É resultado da adição, a quebra de lipídios componentes da cutícula e membrana celular, que são uma barreira que diminuem a absorção do produto, maior fixação do produto na folha, diminuição da perda do produto por evaporação ou lavagem da chuva.

Conheça também outros herbicidas mimetizadores de auxinas:

Conheca e aplique melhor mobile - Triclopir-butotílico

Dicamba

Dicamba, que agora pode ser aplicado em soja I2X, controla diversas folhas largas como buva, carurus, corda-de-viola, leiteiro e losna.

Ver herbicida »
Conheca e aplique melhor mobile - Triclopir-butotílico

Aminopiralide

Mimetizador de auxinas, o aminopiralide é formulado em misturas muito eficientes no controle de folhas largas em cana-de-açúcar e pastagens.

Ver herbicida »

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 10 mai. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 10 mai. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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