O herbicida halauxifen-metil é sistêmico, formulado em mistura com diclosulam e recomendado para o manejo pré-semeadura da soja.
Marcas comerciais: Paxeo (diclosulam + halauxifen-metil) e Texaro (diclosulam + halauxifen-metil).
WG – Grânulos dispersíveis em água.
1 – Recomendações de uso:
Culturas: soja.
Plantas daninhas controladas pelo halauxifen-metil + diclosulam:
Algodão voluntário (Gossypium hirsutum)
Buva (Conyza bonariensis, Conyza sumatrensis)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Corda-de-viola (Ipomoea grandifolia)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Losna (Ambrosia artemisiifolia)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Soja voluntária (Glycine max)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata)
Posicionamento: aplicação em pré-semeadura da cultura da soja, visando controle das plantas daninhas em pré-emergência e/ou pós-emergência (dessecação pré-plantio da cultura).
Doses: 2,4 a 6 g e.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida:
Grupo químico: ácido piridinocarboxílico.
Pressão de vapor: metil – 1,5 x 10-8 Pa, ácido – 2,4 x 10-7 Pa (25ºC).
Solubilidade: metil – 1,66 a 1,69 mg/L de água, a 20ºC em pH 5, 7 e 9. Ácido – 102 mg/L de água (20ºC, pH 5), 3,1 g/L (20ºC, pH 7) e 46,1 g/L (20ºC, pH 9).
pKa: metil – 2,8 e ácido – 5,11.
Kow: metil – 3,75 a 3,92 (pH 5, 7 e 9). Ácido – 0,42 (pH 5), -0,83 (pH 7) e -1,01 (pH 9).
3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: absorvido pelas raízes e parte aérea das plantas. Transloca-se pelo floema e xilema, acumulando-se nos pontos de crescimento.
Mecanismo de ação: mimetizador de auxina.
Classificação HRAC: Grupo O.
Sintomatologia: epinastia do caule e pecíolos, deformação foliar (estriamento, retorcimento, inchaço/tumor), clorose e engrossamento do caule.
Metabolismo e seletividade: o éster halauxifeno-metil rapidamente sofre de-esterificação, resultando em halauxifeno ácido (XDE-729). Ou seja, a molécula parental é rapidamente metabolizada para a forma ácida, sendo que ambas exercem ação fitotóxica.
Casos de resistência: não há relatos até o momento.
4 – Comportamento no ambiente:
Sorção:
Koc: 28 a 423 mL/g de carbono orgânico para halauxifen-metil ácido.
Kd: –
Transformação: hidrólise dependente do pH, sendo mais rápida em condições basídicas. XDE-729 é estável para hidrólise. A molécula parental sofre fotólise aquática rapidamente. Por outro lado, a fotólise no solo não é esperada ser uma importante rota de dissipação para o halauxifen-metil e seus subprodutos. Degradado rapidamente em solos aeróbicos.
Persistência: quando considerados os resíduos totais, a meia vida em solo aeróbico varia de 52 a 257 dias. No entanto, a meia-vida para XDE-729 ácido variou de 3 a 12 dias.
Mobilidade: moderadamente móvel (deriva, transporte superficial e lixiviação).
Volatilização: perdas desprezíveis.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 100 a 300 L/ha.
Preparação da calda: não utilizar águas turvas ou com presença de argilas (barrentas), pois a eficiência do produto poderá ser prejudicada. Abasteça o tanque do pulverizador até a metade da sua capacidade com água, mantendo o agitador ou retorno em funcionamento. Adicionar a mistura formulada ao tanque do pulverizador e completar o volume com água. A agitação deverá ser constante durante a preparação e aplicação da calda. Prepare apenas a quantidade de calda necessária para completar o tanque de aplicação, pulverizando logo após a sua preparação. Caso aconteça algum imprevisto que interrompa a agitação da calda, agitá-la vigorosamente antes de reiniciar a aplicação. Realizar o processo de tríplice lavagem da embalagem durante o preparo da calda. Ordem do preparo da calda: primeiro adicione o herbicida ao tanque pulverizador e posteriormente adicione o adjuvante do tipo óleo vegetal (éster metilado de soja).
Tamanho de gotas: grossas a muito grossas.
Pontas de pulverização: pontas de jato plano com indução de ar, tal como AIXR, espaçados de 50 cm, angulados a 90º com relação ao solo.
Altura da barra: 0,5 metro acima do alvo.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: acima de 55%.
Temperatura: inferior a 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: Deverá ser respeitado um período de 7 dias, exceto para solos arenosos (< 25% argila), onde o plantio deverá ocorrer ao menos 14 dias após aplicação. A eficiência pode ser reduzida se ocorrerem chuvas até o período de 4 horas após a aplicação. A soja não poderá ser rotacionada com as seguintes culturas de outono, plantadas imediatamente após a colheita da soja: brássicas e girassol.
Facilitadores de eficácia: quando aplicada em pós-emergência das plantas daninhas, a mistura formulada de halauxifen-metil + diclosulam necessita da adição de adjuvante do tipo óleo vegetal (éster metilado de soja), na dose de 0,5 L/ha. Visando ampliar o espectro de controle, recomenda-se a complementação com herbicida glifosato. Em torno de 7-10 dias após a aplicação, recomenda-se o uso de um herbicida de contato não residual, possibilitando plantio em área limpa.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 8 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 8 mar. 23.
UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Ecological Risk Assessment for the New Herbicide Halauxifen-methyl. Disponível em: https://www.regulations.gov/document/EPA-HQ-OPP-2012-0919-0009. Acesso em: 8 mar. 23.
XU, J. et al. Mode of action of a novel synthetic auxin herbicide halauxifeno-methyl. Agronomy, v. 12, n. 1659, 2022.
