O herbicida nicossulfurom é seletivo para a cultura do milho, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Accent, Amaiz, AUG 122, Dublon SC, Fason, Grandus WG (atrazina + nicossulfurom), Grifo, Kakto, Kyron 40 SC, Kyron 750 WG, Limpidu, Loop, Lotus 750 WG, Nico, Nico 750 WG, Nicopec, Nicosulfuron Nortox 40 SC, Nicosulfuron Nortox 750 WG, Nippon, Nippon 40, Nisshin, Nisshin 40 SC, Paicer WG (atrazina + nicossulfurom), Pantani 750 WG, Pilarico, Querca 40 SC, Rouker, Samor-Gat, Sanson AZ (atrazina + nicossulfurom), Sanson 40 SC, Satir-GAT, Selezione Nortox (atrazina + nicossulfurom), Stoy 40 SC, Trophy, Tyson 750 WG.

OD – Dispersão de óleo ou suspensão concentrada em óleo
SC – Suspensão concentrada
WG – Grânulos dispersíveis em água

1 – Recomendações de uso:

Culturas: milho e manejo outonal antes da soja.
Plantas daninhas controladas pelo nicossulfurom:
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Azevém (Lolium multiflorum)
Beldroega (Portulaca oleraceae)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-arroz (Echinochloa crusgalli)
Capim-braquiária (Brachiaria decumbens)
Capim-cabo-de-burro (Andropogon bicornis)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis)
Capim-custódio (Pennisetum setosum)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-massambará (Sorghum halepense)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Caruru (Amaranthus deflexus)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Corda-de-viola (Ipomoea nil, Ipomoea grandifolia, Ipomoea purpurea)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Nabo-bravo (Raphanus raphanistrum)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
Rubim (Leonorus sibiricus)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: aplicar em pós-emergência quando a cultura do milho estiver com 2 – 6 folhas e plantas infestantes tiverem até 4 – 6 folhas para as folhas largas e até 2 perfilhos para as gramíneas. Para Digitaria horizontalis aplicar o produto antes do perfilhamento. A mistura de nicossulfurom + atrazina também é recomenda para pós-emergência inicial da cultura e das plantas daninhas. Soja – pré-plantio da cultura em manejo e dessecação. Para tal, realizar uma única aplicação 20 a 25 dias antes da semeadura da soja, visando o controle em pós-emergência das plantas gramíneas infestantes, com, no máximo, 2 perfilhos.
Doses: 37,5 a 60 g i.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: sulfoniluréia.
Pressão de vapor: 1,6 x 10-14 Pa.
Solubilidade: 0,04% (pH 5), 1,2% (pH 7) e 3,9% (pH 9), todos em água, a 25ºC.
pKa: 4,3 (ácido fraco).
Kow: 0,44 (pH 5), 0,018 (pH 7) e 0,0068 (pH 9).

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: rapidamente absorvido pelas folhas e translocado para as regiões meristemáticas.
Mecanismo de ação: inibidor da Acetolactato sintase (ALS).
Classificação HRAC: grupo B.
Sintomatologia: rápida inibição do crescimento. Dentro de alguns dias os pontos de crescimento tornam-se cloróticos, evoluindo para clorose generalizada e necrose.
Metabolismo e seletividade: metabolismo diferencial resulta nos diferentes níveis de seletividade.
Casos de resistência: até o momento, totalizam 56 relatos de resistência. No Brasil, biótipos de picão-preto (Bidens pilosa, B. subalternans), nabo-bravo (Raphanus sativus) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) sobrevivem ao herbicida.
Mecanismos de resistência: principalmente sítio de ação alterado.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção:
Koc: média de 30 mL/g em pH 6,5.
Kd: 0,16 mL/g para solo com 1,1% de matéria orgânica e pH 6,6.
Transformação: rapidamente degradado sob condições aeróbicas.
Persistência: meia-vida média em condições de campo é de, aproximadamente, 21 dias (pH 6,5).
Mobilidade: muito baixa mobilidade no solo.
Volatilização: insignificante.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 200 a 400 L/ha.
Preparação da calda: colocar água no tanque do pulverizador até ½ (metade) de sua capacidade com o agitador em movimento e adicionar o herbicida. No caso de formulações WG, recomenda-se uma pré-diluição em água antes da adição. Em seguida, completar a capacidade do tanque, antes de adicionar os adjuvantes.
Tamanho de gotas: densidade de 20 gotas/cm², com tamanho de 200 a 400 micrômetros.
Pontas de pulverização: leque (ex.: Teejet, XR Teejet, DG Teejet, Twinjet, TK ou TF) ou cone (ex.: Fulljet). Utilizar de acordo com a recomendação do fabricante.
Altura da barra: regular a altura da barra para a menor altura possível para obter uma cobertura uniforme, reduzindo a exposição das gotas à evaporação e aos ventos.
Velocidade do vento: inferior a 10 km/h.
Umidade do ar: ideal, acima de 70%.
Temperatura: menor que 25ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: o uso de produtos organofosforados, assim como, dos herbicidas bentazona e 2,4-D, somente poderá ser realizado 7 dias antes ou depois da aplicação de nicossulfurom. Caso não seja respeitado este limite, consequentemente, poderá ocorrer elevada fitotoxicidade na cultura do milho. Confirmar a tolerância do híbrido junto ao detentor das sementes. Não aplicar em plantas infestantes ou cultura com “stress” causado por exemplo: por frio, período de seca, excesso de chuvas, sequência de dias nublados. Além disso, não aplicar quando a temperatura estiver abaixo de 10ºC e não aplicar mais que 60 g de nicossulfurom por hectare, por ciclo da cultura. Para rotação de cultura observar o prazo de 90 a 120 dias após a aplicação. Ainda, não aplicar o produto nas culturas de sorgo, milheto e milho pipoca.
Facilitadores de eficácia: usar adjuvante conforme prescrito em bula. Além disso, chuvas até uma hora após a aplicação podem comprometer a eficácia do herbicida.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 1 abr. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 1 abr. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.