a imagem mostra uma planta de corda-de-viola da espécie Ipomoea triloba

Corda-de-viola (Ipomoea triloba)

Nativa da América, incluindo o Brasil, Ipomoea triloba é uma das corda-de-violas mais comuns em culturas perenes e anuais de verão no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

1. Relevância

Positiva: usada como ornamental, principalmente em forrações. É relatada como melífera. Além disso, constitui base genética para o melhoramento, devido à proximidade com a batata-doce (Ipomoea batatas).
Negativa: planta daninha comum em diversos cultivos, formando densas infestações. Dificulta a colheita mecanizada de grãos devido ao hábito de trepadeira e também é hospedeira de nematoides.

2. Taxonomia

Nome científico: Ipomoea triloba L.
Sinônimos: Convolvulus trilobus (L.) Desr. e Quamoclit triloba (L.) G. Don. Além disso, Ipomoea batatas (L.) Lam., Ipomoea grandifolia (Dammer) O’Donell e Ipomoea trifida (Kunth) G. Don também são nomes aceitos (TROPICUS.ORG, 2023).
Família: Convovulaceae.
Código EPPO: IPOTR.
Nomes populares: campainha, corda-de-viola, corriola e jetirana.

3. Morfologia e reconhecimento

Plântulas: folhas cotiledonares com pecíolo longo, com base cordata, projetando dois lobos laterais arredondados. A extremidade do limbo é fendida em dois lobos estreitos, com ápice obtuso. O primeiro par de folhas verdadeiras costuma apresentar limbo cordiforme.
Sistema radicular: pivotante.
Caule: Ipomoea triloba é uma trepadeira de caule volúvel, muito ramificado e latescente (látex branco). Os ramos são glabros a glabrescentes. A coloração pode variar do verde ao avermelhado.
Folhas: verdes, glabras a glabrescentes, de margem lisa, com formato variando na mesma planta entre cordiforme típico, cordiforme com pequenos lobos basais e folhas trilobadas, ou seja, recortadas apresentando três lobos, sendo o apical mais longo. O ápice costuma ser acuminado.
Inflorescência: inserção axilar, em cimeiras compostas de 1 a 8 flores. Alguns autores citam até 10 flores. Flores sempre menores que as folhas, compostas por 3 sépalas externas côncavas de ápice agudo e 2 internas com ápice agudo a acuminado, persistentes no fruto. A corola é rosa, com o interior do tubo e linha de soldadura das 5 pétalas mais escuros. Androceu com 5 estames, gineceu com estigma bigloboso e ovário bilocular com dois rudimentos seminais por lóculo.
Frutos e sementes: fruto do tipo cápsula, tetravalvar, com duas a quatro sementes pretas e glabras.
Distinção de outras espécies: diferencia-se de I. ramosissima pela presença de sépalas sempre agudas. De modo geral, Ipomoea triloba é reconhecida pelas flores pequenas, ovário e cápsula com ápices hirsutos. Alguns autores se referem ao grupo I. triloba, I. grandifolia e I. aristolochiaefolia, devido à dificuldade de distinção entre as espécies, em condições de campo.

4. Biologia e ecologia de Ipomoea triloba

Hábitat: áreas cultivadas, campos abertos, bordas de matas, beira de estradas, terrenos baldios, tanto em ambientes secos, úmidos ou até mesmo alagados. Nessas circunstâncias, é planta daninha frequente em cultivos de sequeiro anuais, perenes e até mesmo inundados, como o arroz.
Origem e distribuição: nativa da América, é pantropical, ocorrendo também em condições subtropicais e temperadas. No Brasil, ocorre em todas as regiões fisiográficas.
Ciclo: floresce e frutifica o ano todo, porém mais intensamente de novembro a março. Comporta-se como anual de verão em climas mais frios.
Características gerais: reprodução por sementes, com ciclo variando de 120 a 180 dias.

5. Controle químico

Ingredientes ativos registrados para controle: dicambaglufosinatomesotrionametribuzimsaflufenacil e tolpiralate.
Misturas formuladas registradas para controle: atrazina + nicossulfurom, hexazinona + trifluralina e 2,4-D + picloram.
Resistência a herbicidas: não foram encontrados relatos de resistência de Ipomoea triloba a herbicidas. No entanto, as cordas-de-viola são reconhecidas pela tolerância ao herbicida glifosato, especialmente à medida em que as plantas se desenvolvem.

Observe os detalhes nas imagens a seguir:

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 7 nov. 23.
EPPO Global Database. Disponível em: https://gd.eppo.int/. Acesso em: 7 nov. 23.
FERREIRA, P. P. A. O gênero Ipomoea L. (Convolvulaceae) no Rio Grande do Sul. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. 183 p.
TROPICOS ORG. Missouri Botanical Garden. Disponível em https://www.tropicos.org/home. Acesso em: 7 nov. 23.
WU, S., et al. Genome sequences of two diploid wild relatives of cultivated sweetpotato reveal targets for genetic improvement. Nature Communications, 9:4580, 2018.

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