Conheça e aplique melhor os herbicidas

Clorimurom-etílico

O herbicida clorimurom-etílico é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle, principalmente, de eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: AUG 103 (clorimurom-etílico + imazetapir), Classic, Climur, Clipper Sinon, Clomom, Clorim, Clorimurom Max Nortox, Clorimuron CCAB 250 WG, Clorimuron Master Nortox, Clorimuron Prentiss, Clorimuron 250 WG Rainbow, Conquest, Fabian WG (clorimurom-etílico + imazetapir), Fullmuron, Higon, Higon R, Intrisic (clorimurom-etílico + flumioxazina), Kromo 250 WG, Nortox Maximus (clorimurom-etílico + glifosato-sal de amônio), Panzer MAX 750 WG, Panzes 250 WDG, Payload (clorimurom-etílico + flumioxazina), Rajer 250 WG, Sureguard (clorimurom-etílico + flumioxazina), Twister.

WG – Grânulos dispersíveis em água
WP – Pó-molhável

1 – Recomendações de uso:

Culturas: café, citros, eucalipto, pinus e soja.
Plantas daninhas controladas pelo clorimurom-etílico:
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Buva (Conyza bonariensis)
Calopogônio (Calopogonium mucunoides)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Carrapicho-rasteiro (Acanthospermum australe)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Cheirosa (Hyptis suaveolens)
Corda-de-viola (Ipomoea aristolochiaefolia, Ipomoea grandifolia, Ipomoea purpurea)
Desmodio (Desmodium tortuosum)
Erva-de-touro (Tridax procumbens)
Erva-palha (Blainvillea latifolia)
Erva-quente (Spermacoce latifolia)
Estrelinha (Melampodium perfoliatum)
Falsa-serralha (Emilia sonchifolia)
Fazendeiro (Hyptis lophanta)
Fedegoso-branco (Senna obtusifolia)
Feijão-miúdo (Vigna unguiculata)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Losna-branca (Parthenium hysterophorus)
Maria-mole (Senecio brasiliensis)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Nabo (Raphanus raphanistrum, Raphanus sativus)
Picão-branco (Galinsoga parviflora)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: aplicar em pós-emergência da soja (a partir do 3º trifólio) e das plantas daninhas, idealmente, no estádio de 2 a 6 folhas. Além disso, o herbicida pode ser utilizado na dessecação pré-semeadura, em mistura com outros herbicidas. A mistura formulada de clorimurom-etílico com flumioxazina é posicionada em pré-semeadura até 2 dias após o plantio da soja, em pré-emergência das plantas daninhas. Além disso, pode ser utilizada para manejo outonal ou de pousio. Nas culturas do café, citros, eucalipto e pinus é aplicado em pós-emergência, em jato dirigido à entrelinha.
Doses: 10 a 20 g i.a./ha, a depender do alvo, estádio e densidade de infestação.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: sulfoniluréia.
Pressão de vapor: 5 x 10-10 PA (25ºC).
Solubilidade: 11 mg/L (pH 5), 450 mg/L (pH 6,5) e 1200 mg/L (pH 7) em água, a 25ºC.
pKa: 4,2 (ácido fraco).
Kow: 320 (pH 5) e 2,3 (pH 7).

3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: absorvido pelas raízes e parte aérea das plantas. Clorimurom-etílico apresenta boa sistematicidade.
Mecanismo de ação: inibidor de Acetolactato sintase (ALS).
Classificação HRAC: grupo B.
Sintomatologia: paralisação do crescimento, clorose das folhas em 3 a 5 dias, em especial, dos pontos de crescimento, seguida de necrose. A morte ocorre de 7 a 21 dias após a aplicação.
Metabolismo e seletividade: rapidamente metabolizado em culturas tolerantes como soja.
Casos de resistência: até o momento, há 63 relatos de resistência ao clorimurom-etílico no mundo, dos quais, 11 são no Brasil. Dentre as espécies, estão picão-preto (Bidens pilosa, Bidens subalternans), leiteiro (Euphorbia heterophylla), nabo (Raphanus sativus, R. raphanistrum), losna-branca (Parthenium hysterophorus), buva (Conyza sumatrensis), caruru-palmeri (Amaranthus palmeri) e caruru-roxo (Amaranthus hybridus).
Mecanismos de resistência: principalmente sítio de ação alterado.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: clorimurom-etílico apresenta maior adsorção na sua forma neutra, em solos com pHs mais baixos. Nessa circunstância, é mais adsorvido à matéria orgânica. Dessa forma, a adsorção do herbicida é resultado do pH e do teor de matéria orgânica do solo.
Koc: média de 110 mL/g em pH 7.
Kd:
Transformação: a hidrólise é mais rápida em solos com pHs baixos.
Persistência: maior em solos com pH alto. A meia-vida média em condições de campo é de 40 dias.
Mobilidade: menor nas condições em que o herbicida está mais adsorvido ao solo. Ou seja, em solos com pH baixo.
Volatilização: perdas desprezíveis.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 100 a 300 L/ha.
Preparação da calda: A agitação deve ser constante durante a preparação e aplicação do produto.
Tamanho de gotas: 180 a 200 mícron, mínimo de 40 gotas/cm².
Pontas de pulverização: jato plano (leque, 110.02 e 110.03).
Altura da barra: suficiente para sobreposição adequada dos jatos.
Velocidade do vento: entre 5 e 16 km/h.
Umidade do ar: superior a 60%.
Temperatura: entre 20 e 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: pode haver antagonismo no controle de gramíneas quando misturado em tanque com inibidores de ACCase. Além disso, a eficácia de controle de clorimurom-etílico pode ser reduzida quando misturado com herbicidas de contato. Recomenda-se a aplicação máxima de 20 g i.a./ha por ciclo da cultura. Chuvas até 2 horas após a aplicação comprometem a eficácia do herbicida. Observar o intervalo de 60 dias para a semeadura de feijão, trigo, algodão e milho.
Facilitadores de eficácia: utilizar óleo mineral emulsionável ou outro adjuvante conforme prescrito em bula.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 10 fev. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 10 fev. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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