Conheça e aplique melhor os herbicidas

Glufosinato

O herbicida glufosinato é de ação total, de contato, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Bastnate, Biffo, Chapter, Cheval (glufosinato + S-metolacloro), Connor, Conscience, Domado 200 SL, Eliminate, Fascinate BR, Finale, Gamonium, Gempox, Glucare, Glufair, Glufonium, Glufosainate Yonon, Glufosinate-ammonium 200 g/L SL, Glufosinate-Ammonium 200 SL Yonon, Glufosinato CCAB 200 SL, Glufosinato Nortox, Glufosinato 200 SL OF, Glufosinato 200 SL Perterra, Glufos-Wyn 200 SL, Gumi, Liberty, Lifeline-SYNC (glufosinato + S-metolacloro), Off Road, Patrol, Patrol SL, Prefer, Proterra 200 SL, Sapek Max, Saudaris, Sinfonat, Trunfo.

EW – Emulsão óleo em água
OD – Dispersão de óleo ou Suspensão concentrada em óleo
SG – Granulado solúvel
SL – Concentrado solúvel
WG – Grânulos dispersíveis em água

1 – Recomendações de uso:

Culturas: açaí, alface, algodão geneticamente modificado tolerante a glufosinato, algodão, aveia, banana, batata, café, cana-de-açúcar, castanha-do-pará, centeio, cevada, citros, coco, dendê, duboisia, ervilha, eucalipto, feijão-caupi, feijão-fava, feijão-guandu, feijão-mungu, feijão-vagem, grão-de-bico, lentilha, maçã, macadâmia, milho geneticamente modificado tolerante a glufosinato, milho, nectarina, noz-pecã, pêssego, pinhão, pupunha, repolho, soja geneticamente modificado tolerante a glufosinato, soja, trigo, triticale e uva.
Plantas daninhas controladas pelo glufosinato:
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Aranha-gato (Acacia plumosa)
Arroz daninho (Oryza sativa)
Aveia voluntária (Avena sativa)
Azevém (Lolium multiflorum)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Buva (Conyza spp.)
Cambará (Lantana camara)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-camalote (Rottboellia exaltata)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria sanguinalis, Digitaria horizontalis)
Capim-colonião (Panicum maximum)
Capim-gordura (Melinis minutiflora)
Capim-guaçu (Paspalum consperssum)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-massambará (Sorghum halepense)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Carrapicho-rasteiro (Acanthospermum australe)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-palmeri (Amaranthus palmeri)
Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Centeio voluntário (Secale cereale)
Cevada voluntária (Hordeum vulgare)
Corda-de-viola (Ipomoea grandifolia, Ipomoea aristolochiaefolia, Ipomoea purpurea, Ipomoea triloba)
Crepis (Crepis japonica)
Erva-cará (Dioscorea batatas)
Erva-de-bicho (Polygonum persicaria, Polygonum arviculare)
Erva-passarinho (Stellaria media)
Erva-quente (Spermacoce alata, Spermacoce latifolia)
Falsa-serralha (Emilia sonchifolia)
Fedegoso (Chenopodium album)
Gervão (Stachytarpheta cayennensis)
Guanxuma (Sida rhombifolia)
Guanxuma-branca (Sida glaziovii)
Jurubeba (Solanum paniculatum)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Língua-de-vaca (Rumex obtusifolius)
Losna-branca (Parthenium hysterophorus)
Macela-branca (Gnaphalium spicatum)
Malva-branca (Sida cordifolia)
Maria-gorda (Talinum paniculatum)
Maria-mole (Senecio brasiliensis)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Mentruz (Coronopus didymus)
Milho voluntário (Zea mays)
Nabo (Raphanus raphanistrum)
Picão-branco (Galinsoga parviflora)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Poaia (Richardia brasiliensis)
Quebra-pedra (Phyllanthus tenellus)
Samambaia (Pteridium aquilinum)
Serralha (Sonchus oleraceus)
Sete-sangrias (Cuphea carthagenensis)
Soja voluntária (Glycine max)
Soliva (Soliva anthemifolia)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Trevo (Oxalis oxyptera)
Trigo voluntário (Triticum aestivum)
Triticale (Triticum secale)
Unha-de-vaca (Bauhinia variegata)
Vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata)
Posicionamento: controla eficientemente em pós emergência, em jato dirigido, plantas daninhas nas culturas da alface, algodão, banana, batata, citros, café, duboisia, eucalipto, maçã, milho, nectarina, pêssego, repolho, soja, trigo, uva e demais frutíferas e florestais. Também é recomendado na dessecação pré-colheita de cana-de-açúcar, cevada, trigo, feijões, batata, ervilha, grão-de-bico, lentilha e soja. No sistema de plantio direto, nas dessecações pré-semeadura, em aveia, centeio, triticale, soja e trigo. Além disso, pode ser aplicado na pós-emergência total do algodoeiro, milho e soja tolerantes ao glufosinato.
Doses: 300 a 700 g i.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: homoalanina substituída.
Pressão de vapor: 1 x 10-4 Pa (25ºC).
Solubilidade: 1370000 mg/L de água (pH 7, a 20ºC).
pKa: <2, 2,9 e 9,8.

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: absorvido pela parte aérea das plantas, com movimentação muito limitada, principalmente na presença de luz.
Mecanismo de ação: inibidor da glutamina sintetase.
Classificação HRAC: grupo H.
Sintomatologia: poucos dias após a aplicação do glufosinato é possível perceber murcha e clorose, que evoluem para necroses. Os sintomas se apresentam mais rapidamente sob condições de sol intenso, e elevada umidade do ar e do solo.
Metabolismo e seletividade: o isômero D é mais estável que o isômero L.
Casos de resistência: dez casos são relatados, no entanto, nenhum no Brasil. Há registros de biótipos resistentes de azevém, capim-pé-de-galinha, caruru e poa.
Mecanismos de resistência: em biótipo resistente de Amaranthus palmeri foi constatado aumento no número de cópias e na expressão da glutamina sintetase cloroplástica. Além disso, a clonagem do gene de uma enzima de Streptomyces hygroscopicus, que converte glufosinato para compostos não fitotóxicos, confere resistência ao herbicida em diversas culturas.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: fracamente adsorvido ao solo.
Koc: média de 100 mL/g.
Transformação: rapidamente degradado pelos microrganismos do solo.
Persistência: meia-vida média de 7 dias.
Mobilidade: altamente móvel. No entanto, não tem sido detectado em profundidade em razão da rápida degradação microbiana.
Volatilização: perdas desprezíveis.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 100 a 350 L/ha.
Preparação da calda: utilizar água de boa qualidade, livre de coloides em suspensão (terra, argila ou matéria orgânica), a presença destes pode reduzir a eficácia do produto. Agitar bem a embalagem do produto e adicionar na quantidade recomendada, completando com água até atingir o volume estabelecido, e agitando sempre.
Tamanho de gotas: média a grossa.
Pontas de pulverização: tipo leque (jato plano).
Altura da barra: a altura da barra e o espaçamento entre pontas de pulverização deve permitir uma boa sobreposição dos jatos e cobertura uniforme na planta alvo, conforme recomendação do fabricante, não ultrapassando 50 cm, tanto de espaçamento entre as pontas de pulverização, quanto para altura da barra de pulverização em relação ao alvo.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: maior que 55%.
Temperatura: entre 10 e 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: glufosinato é um herbicida de ação total, não seletivo, devendo ser utilizado somente nas culturas para as quais está registrado, observando atentamente as instruções de uso do produto. Chuvas ou irrigação por aspersão no período de 6 horas após a aplicação do produto, pode reduzir o seu efeito herbicida. Além disso, não se recomenda a aplicação de glufosinato de amônio a partir do início do florescimento da soja. Algumas formulações comerciais alertam para a incompatibilidade com produtos de reação alcalina e ferro. Em razão disso, deve ser aplicado de forma isolada.
Facilitadores de eficácia: por tratar-se de herbicida de contato, é fundamental cobertura uniforme dos alvos para a eficácia do herbicida. Atenção especial deve ser dada aos pontos de crescimento das gramíneas. O controle de plantas daninhas pode ser reduzido se a aplicação for realizada em períodos de baixa insolação (nevoeiro ou neblina) ou quando as plantas daninhas estão sob estresse devido às condições ambientais como a seca, temperatura frias ou longos períodos de nebulosidade. Os melhores resultados são obtidos em estádios iniciais e em condições favoráveis de desenvolvimento. Usar adjuvante conforme o prescrito em bula.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 6 mar. 23.
CARVALHO-MOORE, P. et al. Unravelling the mechanism of resistance in a glufosinato-resistat Palmer amaranth (Amaranthus palmeri) accession. Weed Science, v. 70, n. 4, p. 370-379, 2022.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 6 mar. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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