Conheça e aplique melhor os herbicidas

Haloxifope-P-metílico

O herbicida haloxifope-P-etílico é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de gramíneas.

Marcas comerciais: Agile (cletodim + haloxifope-P-metílico), Daga, Exert 540 EC, Gallant Max, Gallant R, Glint Full, Glint, Glory, Haloxifop CCAB 124,7 EC, Haloxifop-Metílico 124,7 EC Tcnomyl I, Haloxifop-Metílico 124,7 EC Tcnomyl II, Haloxifop-Metílico 124,7 EC UPL, Haloxifop 200 + Cletodim 250 EC UPL (cletodim + haloxifope-P-metílico), Kennox (cletodim + haloxifope-P-metílico), Missil, Venture, Verdict – R, Verdict Max, Verdic NF.

EC – Concentrado emulsionável

 

1 – Recomendações de uso:

Culturas: acácia negra, algodão, cana-de-açúcar, citros, eucalipto, feijão, girassol, maçã, milho geneticamente modificado tolerante ao haloxifope-p-metílico, pinus, soja, trigo e uva.
Plantas daninhas controladas pelo haloxifope-P-metílico:
Aveia voluntária (Aveia sativa)
Azevém (Lolium multiflorum)
Braquiarão (Brachiaria brizantha)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-branco (Chloris polydactyla)
Capim-braquiária (Brachiaria decumbens)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis)
Capim-colonião (Panicum maximum)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Falso-massambará (Sorghum arundinaceum)
Milheto (Pennisetum americanum)
Milho voluntário (Zea mays)
Sorgo selvagem (Sorghum arundinaceum)
Posicionamento: acácia negra, eucalipto e pinus – manejo de pós-emergência, no pré-transplante de mudas, assim como, em pós-transplante de mudas e na pós-emergência das plantas daninhas. Além disso, é recomendado para o controle pós-emergência de gramíneas em dessecação pré-semeadura e em pós-emergência das culturas da soja, algodão e feijão. Trigo – deve ser aplicado em pós-emergência das plantas daninhas quando em pleno desenvolvimento vegetativo e sem estresse hídrico. Deverá ser respeitado um intervalo entre a aplicação e o plantio da cultura de no mínimo 7 dias (dose de até 115 mL/ha) e de no mínimo 21 dias (dose de até 290 mL/ha). Maçã e uva – deve ser aplicado em pós-emergência das plantas daninhas quando em pleno desenvolvimento vegetativo e sem estresse hídrico. A aplicação deverá ser realizada na entrelinha, em jato dirigido, evitando o contato com a cultura. Girassol – aplicar a mistura formulada com cletodim em pós-emergência da cultura e das plantas daninhas. Café – realizar um programa de manejo (mistura formulada de cletodim + haloxifope-P-metílico) com 2 aplicações sequenciais, com intervalos de 21 dias, em área total, antes do transplante ou ainda, em jato dirigido à entrelinha após o transplante das mudas ou em plantas adultas. Cana-de-açúcar – realizar a aplicação quando houver a necessidade de antecipar a maturação da planta de cana-de-açúcar, quando esta se apresentar em pleno desenvolvimento vegetativo. Fazer uma aplicação antes da colheita respeitando o período de carência do produto (pós-emergência: 20 dias). Milho tolerante ao herbicida – deve ser aplicado em pós-emergência das plantas daninhas quando em pleno desenvolvimento vegetativo e sem estresse hídrico.
Doses: 43,2 a 240 g i.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

 

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: ácido ariloxifenoxipropiônico.
Pressão de vapor: ácido – < 1,7 x 10-5 Pa (25ºC), metil éster – 8,67 x 10-5 Pa (25ºC).
Solubilidade: ácido – 43,3 mg/L de água (pH 7, 25ºC), metil éster – 9,3 mg/L de água (25ºC).
pKa: 4,33 (ácido fraco).
Kow: ácido – 22 (20ºC), metil éster – 11700.

 

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: rapidamente absorvido pelas folhas. Como resultado da mudança no estado iônico na molécula, o haloxifope-P-metílico fica restrito dentro da célula (armadilha iônica), sendo transportado pelo floema.
Mecanismo de ação: inibidor da ACCase.
Classificação HRAC: grupo A.
Sintomatologia: paralisação do crescimento, clorose que inicia nos tecidos jovens e evolui para necrose, fazendo com que as folhas centrais soltem com facilidade. Além disso, as folhas mais velhas podem exibir coloração avermelhada ou arroxeada.
Metabolismo e seletividade: a forma metílica é rapidamente hidrolisada para a forma ativa, haloxifope ácido.
Casos de resistência: populações de capim-marmelada (Brachiaria plantaginea), capim-colchão (Digitaria ciliaris), capim-amargoso (Digitaria insularis) e capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) são resistentes ao herbicida no Brasil.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado, metabolismo aumentado e sequestro fora do sítio de ação.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: moderadamente adsorvido ao solo.
Koc: 47 – 76 mL/g em pH 7,2 a 7,3 e 2,3 a 2,9% de matéria orgânica.
Kd: 0,5 – 2,0 mL/g para haloxifope ácido, nas já referidas condições.
Transformação: o metil éster rapidamente é hidrolisado para a forma ácida.
Persistência: moderadamente persistente (meia-vida de 2 a 3 meses).
Mobilidade: moderadamente móvel.
Volatilização: perdas desprezíveis.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 200 a 300 L/ha.
Preparação da calda: o abastecimento do pulverizador deve ser feito enchendo o tanque até a metade da sua capacidade com água, mantendo o agitador ou retorno em funcionamento, e então, adicionar o produto na dose recomendada, seguido do adjuvante e complementar o volume com água. A agitação deverá ser constante durante a preparação e aplicação da calda. Prepare apenas a quantidade de calda necessária para completar o tanque de aplicação, pulverizando logo após a sua preparação. Caso aconteça algum imprevisto que interrompa a agitação da calda, agitá-la vigorosamente antes de iniciar a aplicação.
Tamanho de gotas: grossa a muito grossa.
Pontas de pulverização: tipo leque, preferencialmente, com indução de ar.
Altura da barra: a altura da barra e o espaçamento entre pontas de pulverização deve permitir uma boa sobreposição dos jatos e cobertura uniforme na planta alvo, conforme recomendação do fabricante, não ultrapassando 50 cm, tanto de espaçamento entre as pontas de pulverização, quanto para altura da barra de pulverização em relação ao alvo.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: inferior a 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: haloxifope-P-metílico pode ser antagonizado por herbicidas que causam rápida necrose foliar. O período sem chuva após a aplicação vai de 4 a 6 horas, a depender do produto comercial. Além disso, a aplicação de haloxifope-P-metílico não deve ser realizada antes de 10 dias após uma aplicação de produtos à base de 2,4-D na mesma área, pois seu desempenho pode ser comprometido. Ainda, não aplicar em variedades de feijão precoce com ciclo menor que 100 dias.
Facilitadores de eficácia: usar adjuvante especificado em bula.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 10 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 10 mar. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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