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Florpirauxifen-benzil

O herbicida florpirauxifen-benzil é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Gapper, Loyant, Relicta.

EC – Concentrado emulsionável

1 – Recomendações de uso:

Culturas: arroz, cana-de-açúcar, milho e soja.
Plantas daninhas controladas pelo florpirauxifen-benzil:
Angiquinho (Aeschynomene denticulata)
Capim-arroz (Echinochloa colona, Echinochloa crusgalli)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Junquinho (Cyperus difformis, Cyperus esculentus, Cyperus iria)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Sagitária (Sagittaria montevidensis)
Soja voluntária (Glycine max)
Posicionamento: aplicação em pré-semeadura da cultura da soja e do milho, para o controle das plantas daninhas em pós-emergência (dessecação pré-plantio da cultura). Florpirauxifen-benzil deve ser aplicado na pós-emergência das plantas daninhas imediatamente antes da entrada da água para arroz irrigado (3 folhas). Para casos de novos fluxos de plantas daninhas são permitidas no máximo 2 aplicações, sendo uma delas feita após a entrada da água de irrigação. Contudo, recomenda-se baixar a lâmina de irrigação visando maior exposição das folhas das plantas ao herbicida. Na cana-de-açúcar, o herbicida é utilizado como maturador, a partir dos 10 meses, com o objetivo de melhoria ou manutenção da qualidade da matéria prima para a indústria e antecipação da colheita, a depender do momento do ano a ser utilizado. Além disso, também é posicionado como inibidor do florescimento, devendo ser aplicado antes da indução de florescimento, que ocorre influenciado pelos fatores climáticos, localidade (latitude geodésica, que determina o período indutivo) e variedade, de forma a evitar o florescimento da cana-de-açúcar, com consequente possibilidade de isoporização dos colmos, bem como diminuição das qualidades industriais como quantidades totais de açúcares industrializáveis e produtividade agrícola. Com a inibição do florescimento, pode-se ocorrer a antecipação da colheita, pelo favorecimento da maturação.
Doses: 6 a 32 g e.a./ha

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: arilopicolinato.
Pressão de vapor: 4,6 x 10-5 Pa (25ºC).
Solubilidade: < 0,015 mg/L de água (pH 5 a 9, 20ºC).
pKa: não ionizável.
Kow: log Kow = 5,5.

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: absorvido pela parte aérea. Sistêmico, movimenta-se pelo floema (simplasto), se acumula nas regiões de crescimento.
Mecanismo de ação: mimetizador de auxinas.
Classificação HRAC: grupo O.
Sintomatologia: crescimento desordenado, retenção foliar em gramíneas, folhas em espiral. Paralisação do crescimento, com intumescimento do caule logo acima do solo. Além disso, durante esse processo, a planta se mantém verde, até que ocorre a necrose e morte. Em eudicotiledôneas como a soja, além do caule retorcido, as folhas ficam encarquilhadas, devido a alterações nas nervuras.
Metabolismo e seletividade: é metabolizado para a forma ativa (fitotóxica) nas plantas suscetíveis. Tolerantes como o arroz, são capazes de converter o florpirauxifen-benzil para formas não tóxicas.
Casos de resistência: populações de capim-arroz (Echinochloa crusgalli) sobrevivem ao herbicida.
Mecanismos de resistência: uma menor porcentagem de florpirauxifen-benzil é convertido para a forma fitotóxica nos biótipos resistentes estudados.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: as características físico-químicas indicam baixa biodisponibilidade no solo.
Koc: 22657 mL/g.
Kd: 804,5 mL/g.
Transformação: rápida degradação e dissipação. Alta umidade e temperatura favorecem a degradação microbiana.
Persistência: meia vida de 7,8 a 15 dias, em solo anaeróbico.
Mobilidade: imóvel, com reduzido movimento em profundidade.
Volatilização: influenciado pelas condições ambientais.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 100 a 300 L/ha.
Preparação da calda: evitar água com sólidos em suspensão.
Tamanho de gotas: médias a grossas (DMV de 218 a 428 micra).
Pontas de pulverização: pontas de jato plano com indução de ar tal como AIXR 110.015.
Altura da barra: 0,5 metro acima do alvo.
Velocidade do vento: 6 a 12 km/h.
Umidade do ar: superior a 50%.
Temperatura: inferior a 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: chuva até 4 horas após a aplicação podem comprometer a eficácia do produto. Florpirauxifen-benzil não deve ser aplicado em áreas que sejam próximas a cultivos de soja ou qualquer outra cultura dicotiledônea visto a elevada sensibilidade destas espécies ao princípio ativo do herbicida. É recomendado evitar que o produto atinja diretamente ou por deriva, as espécies sensíveis ao herbicida (dicotiledôneas em geral). Não misturar com herbicidas como propanil e fenoxaprope-P-etílico.
Facilitadores de eficácia: quando utilizado em dessecação pré-semeadura, adicionar à calda adjuvante conforme prescrito em bula.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 20 fev. 23.
AUSTRALIAN PESTICIDES ANS VETERINARY MEDICINES AUTHORITY. Public release summary on the evaluation of the new active florpyrauxifen-benzyl (Rinskor) in the product GF-3301 herbicide. 58 p., 2018.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 20 fev. 23.
HWANG, J. I. et al. Non-target-site resistance mechanism of barnyardgrass (Echinochloa crus-galli (L.) P. Beauv.) to florpyrauxifen-benzyl. Pest Management Science, v. 78, p. 287-295, 2022.

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