Conheça e aplique melhor os herbicidas

Atrazina

O herbicida atrazina é seletivo, sistêmico (absorção radicular) e de contato (absorção foliar), posicionado em pré e pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Aclamado BR, Alaclor + Atrazina SC Nortox, Arizona, Atraer WG, Atraforce, Atranex WG, Atranex 500 SC, Atrasimex WG (atrazina + simazina), Atrasimex 500 SC (atrazina + simazina), Atrazina Agro Import, Atrazina Atanor II, Atrazina CCAB 500 SC, Atrazina Fersol 500 SC, Atrazina Max CHDS, Atrazina Max Nortox, Atrazina NOrtox 500 SC, Atrazina R 900 WG Perterra, Atrazina SD 500 SC, Atrazina 250 + Simazina 250 SC CCAB, Atrazina 500 SC Alamos, Atrazina 500 SC CCAB, Atrazina 500 SC Rainbow, Atrazina 900 WG Alamos, Atrazina 900 WG CHDS, Atrazina 900 WG Fersol, Atrazina 900 WG OF, Calaris (atrazina + mesotriona), Calipen (atrazina + mesotriona), Calipen SC (atrazina + mesotriona), Coliseo (atrazina + simazina), Coyote WG, DK MAX, Duazina (atrazina + simazina), Extrazin SC (atrazina + simazina), Facero SC, Farmozine, Fortan, Genius WG, Gesaprim GrDa, Gesaprim 500 Ciba-Geigy, Gesazina Combi (atrazina + simazina), Gesazina Supermix (atrazina + simazina), Grandus WG (atrazina + nicossulfurom), Grizzli, Herbimix SC (atrazina + simazina), Herbimix WG (atrazina + simazina), Herbitrin WG, Herbitrin 500 BR, Herbzina Plus, Limpa, Megatraz, Mesotrione Xtra (atrazina + mesotriona), Mira BR, Mira 900 WG, Paicer WG (atrazina + nicossulfurom), Panga 900 WG, Posmil, Primagram Gold (atrazina + S-metolacloro), Primaiz Gold (atrazina + S-metolacloro, Primatop SC (atrazina + simazina), Primestra Gold (atrazina + S-metolacloro), Primoleo, Proof, Sanson AZ (atrazina + nicossulfurom), Selezione Nortox (atrazina + nicossulfurom), Senior WG (atrazina + simazina), Simanex Supermix (atrazina + simazina), Simatop Rainbow (atrazina + simazina), Siptran, Siptran 500 SC, Siptroil, Supermix (atrazina + simazina), Ultimato SC, Ultimato WG, Utilon WG, Utilon 500 SC, Wilzine.

SC – Suspensão concentrada
WG – Grânulos dispersíveis em água

1 – Recomendações de uso:

Culturas: cana-de-açúcar, milheto, milho, sorgo e pastagem.
Plantas daninhas controladas pela atrazina:
Anileira (Indigofera hirsuta)
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Aveia-preta (Avena strigosa)
Bamburral (Hyptis suaveolens)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Buva (Conyza bonariensis)
Capim-barba-de-bode (Aristida longiseta)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Capim-rabo-de-burro (Andropogon bicornis)
Capim-rabo-de-raposa (Setaria geniculata)
Carrapichinho (Acanthospermum australe)
Carrapicho-beiço-de-boi (Desmodium tortuosum)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Cheirosa (Hyptis lophanta)
Corda-de-viola (Ipomoea aristolochiaefolia, Ipomoea purpurea, Ipomoea grandifolia)
Erva-quente (Spermacoce latifolia)
Falsa-serralha (Emilia sonchifolia)
Flor-amarela (Melampodium perfoliatum)
Flor-de-ouro (Melampodium divaricatum)
Guanxuma (Sida rhombifolia)
Joá-de-capote (Nicandra physaloides)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Malva-branca (Sida cordifolia)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Mentruz (Lepidium virginicum)
Nabo-bravo (Raphanus raphanistrum)
Pega-pega (Desmodium adscendens)
Picão-branco (Galinsoga parviflora)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
Soja voluntária (Glycine max)
Tiririca (Cyperus sesquiflorus)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Trigo voluntário (Triticum aestivum)
Posicionamento: na cana-de-açúcar, aplicar em pré-emergência, após o plantio dos toletes ou após o corte, eleiramento da palha e adubação da soca. Em pós-emergência, a cultura deve estar entre 30 e 40 cm de altura e as plantas daninhas entre 1 e 4 folhas, a depender da espécie. Na cultura do milheto, milho e sorgo, aplicadar em pré-emergência da cultura e das plantas daninhas. A aplicação em pós-emergência no milho e sorgo deve ser realizada quando a cultura tiver aproximadamente 15 cm e as plantas daninhas com no máximo 4 folhas. Além disso, pode ser empregado jato dirigido na entrelinha dessas culturas. A mistura de atrazina + mesotriona pode ser aplicada no consórcio milho-braquiária para retardar o desenvolvimento de Brachiaria ruzizienses na fase inicial. Além disso, é indicada para o manejo antecipado, devendo-se respeitar o intervalo de 30 a 45 dias para a semeadura de culturas como soja, trigo, cevada, centeio, aveia e triticale. Ainda, no milho, pode-se realizar a aplicação sequencial da mistura, com intervalo de 10 a 15 dias entre pulverizações.
Doses: em pré-emergência: 1250-3250 g i.a./ha, em pós-emergência: 1500-4000 g i.a./ha, a depender da cultura, textura do solo, e espécie de planta daninha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: triazina.
Pressão de vapor: 3,87 x 10-5 Pa (25ºC) e 1,91 x 10-4 Pa (30ºC).
Solubilidade: 33 mg/L (pH 7 a 22ºC)
pKa: 1,7 (base fraca).
Kow: 481

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: é absorvido tanto pelas raízes quanto pela parte aérea das plantas. Após a absorção radicular, move-se para a parte aérea pelo xilema. Quando absorvido pelas folhas, a mobilidade é muito baixa.
Mecanismo de ação: inibidor do Fotossistema II.
Classificação HRAC: grupo C1.
Sintomatologia: os sintomas iniciam com clorose entre as nervuras e amarelecimento da margem das folhas, que evoluem para necrose. Pode ocorrer também o bronzeamento das folhas. Os sintomas são mais evidentes em folhas velhas do que jovens e não afetam as raízes.
Metabolismo e seletividade: em plantas tolerantes, a atrazina rapidamente é conjugada com a glutationa. Outras formas de metabolismo também contribuem substancialmente para a detoxificação e consequente seletividade.
Casos de resistência: no Brasil, há relatos de picão-preto (Bidens subalternans e B. pilosa) e caruru (Amaranthus retroflexus e A. viridis) resistentes à atrazina. No mundo, até o momento, 243 ocorrências foram relatadas.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado é o mecanismo de resistência predominante.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: moderadamente adsorvido no solo e a adsorção aumenta com a redução do pH.
Koc: 100 mL/g (médio), 87 mL/g (solo argiloso com 4,8% de matéria orgânica e pH 5,9).
Kd: 2,46 mL/g (solo argiloso com 4,8% de matéria orgânica e pH 5,9).
Transformação: fotodegradação contribui moderadamente para a dissipação em condições de campo, principalmente sob ausência de chuva, uma vez que o herbicida permanece na superfície do solo tratado. Microrganismos do solo contribuem moderadamente para a dissipação. Trabalhos tem demostrado aumento na degradação em áreas com aplicação contínua. Ocorre hidrólise em pH 5,5 a 6,5.
Persistência: meia-vida média de 60 dias. A persistência aumenta em pH elevado e condições de solo seco (semiárido).
Mobilidade: trabalhos tem demonstrado que a mobilidade depende da textura do solo, incidência de chuvas após a aplicação e da taxa de transformação do herbicida. No entanto, o herbicida vem sendo detectado em fontes de água subterrâneas e superficiais.
Volatilização: desprezível.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 100 a 400 L/ha.
Preparação da calda: o produto, na quantidade pré−determinada, deve ser despejado diretamente no tanque do pulverizador, contendo 1/4 do volume d’água e o sistema de agitação ligado. Em seguida, completar o volume do tanque com o restante de água.
Tamanho de gotas: em pré-emergência, VMD entre 400 a 600 mícron e densidade de 20 a 30 gotas/cm2. Em pós-emergência: 350 mícron.
Pontas de pulverização: jatos do tipo leque.
Altura da barra: 50 a 60 cm acima do alvo ou o suficiente para a sobreposição adequada dos jatos.
Velocidade do vento: entre 3 a 10 km/h. Com ventos entre 10 e 14 km/h, usar pontas anti-deriva.
Umidade do ar: superior à 60%.
Temperatura: preferencialmente até 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: não aplicar na cultura do milheto e sorgo em solos arenosos. Evitar aplicar em solo seco ou sem previsão de chuvas próximas ou possibilidade de irrigação. Quando aplicado em pastagem, deve-se aguardar um período de 10 a 5 dias para retornar com o rebanho. Além disso, o período de 30 dias deve ser observado para utilizar o esterco de animais que tenham pastado em área tratada, em culturas sensíveis.
Facilitadores de eficácia: utilizar óleo vegetal, mineral ou espalhante adesivo não-iônico nas aplicações em pós-emergência, conforme recomendações do fabricante. Quando em pré-emergência, o solo deve estar livre de torrões, a fim de garantir contato uniforme com as plantas daninhas. Além disso, deve haver umidade no solo. No sistema de plantio direto, a dessecação das plantas daninhas já emergida deve ser realizada.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 29 jan. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 29 jan. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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