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Aminopiralide

Embora seja formulado apenas em misturas, são características individuais do herbicida aminopiralide a seletividade, absorção pelas raízes e parte aérea, mobilidade pelo xilema e floema, sendo posicionado em pós-emergência das plantas daninhas eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Chaparral (aminopiralide + metsulfurom-metílico), DisparoUltra-S (aminopiralide + 2,4-D), Dominum (aminopiralide + picloram), DominumXT (aminopiralide + picloram + triclopir-butolítico), DominumXT-S (aminopiralide + fluroxipir-meptílico + picloram), Dontor Ultra (aminopiralide + 2,4-D), Jaguar (aminopiralide + 2,4-D), JaguarUltra-S (aminopiralide + 2,4-D), Linear (aminopiralide + 2,4-D), PalaceUltra-S (aminopiralide + 2,4-D), Planador XT (aminopiralide + picloram + triclopir-butolítico), PlanadorXT-S (aminopiralide + fluroxipir-meptílico + picloram), Synero (aminopiralide + 2,4-D), Tordon XT (aminopiralide + 2,4-D), TordonUltra-S (aminopiralide + 2,4-D), Trueno (aminopiralide + fluroxipir-meptílico), Trueno XT (aminopiralide + picloram + triclopir-butolítico) e TruenoXT-S (aminopiralide + fluroxipir-meptílico + picloram).

EO – Emulsão água em óleo
EW – Emulsão óleo em água
SL – Concentrado solúvel
WG – Grânulos dispersíveis em água

1 – Recomendações de uso das misturas contendo aminopiralide:

Culturas: cana-de-açúcar e pastagem de gramíneas.
Plantas daninhas:
Agriãozinho (Synedrellopsis grisebachii)
Anileira (Indigofera hirsuta)
Araticum-miúdo (Duguetia furfuraceae)
Aromita (Acacia farnesiana)
Assa-peixe-branco (Vernonia polyanthes)
Assa-peixe-roxo (Vernonia westiniana)
Cabriteiro (Bauhinia curvula)
Cagaita (Eugenia dysenterica)
Camboatá (Tapirira guianensis)
Carqueja (Baccharis trimera)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus)
Casadinha (Eupatorium squalidum)
Cheirosa (Hyptis suaveolens)
Chumbinho (Lantana camara)
Cipó-capeta (Doliocarpus dentatus)
Corda-de-viola (Ipomoea purpurea, Ipomoea grandifolia, Ipomoea hederifolia, Ipomoea nil, Ipomoea quamoclit)
Erva-quente (Spermacoce latifolia)
Fedegoso-branco (Senna obtusifolia)
Fedegoso-preto (Senna occidentalis)
Gervão-branco (Croton glandulosus)
Guanxuma (Sida rhombifolia, Sida santaremnensis)
Guanxuma-branca (Sida glaziovii)
Jetirana (Merremia cissoides)
Jetirana-cabeluda (Merremia aegyptia)
Joá-bravo (Solanum aculeatissimum)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Lobeira (Solanum lycocarpum)
Malícia (Mimosa pudica)
Malva-branca (Waltheria americana, Sida cordifolia)
Malva-carrapicho (Urena lobata)
Malva-relógio (Sida acuta cv carpinifolia)
Mamona (Ricinus communis)
Mucunã (Dioclea grandiflora)
Pata-de-vaca (Bauhinia variegata)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: aplicar quando as plantas daninhas estiverem em pleno desenvolvimento vegetativo. Deve ser realizada apenas uma aplicação por ano, na manutenção ou reforma da pastagem de gramíneas, em pulverização em área total ou aplicação localizada. Além disso, na cana-de-açúcar, a mistura contendo aminopiralide pode ser aplicada em pré e pós emergência.
Doses: 26 a 250 g e.a./ha, a depender do produto formulado, estádio e da espécie das plantas daninhas.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: ácido piridiniloxialcanóico.
Pressão de vapor: 2,56 x 10-8 Pa (25ºC).
Solubilidade: 212000 mg L-1 de água (ácido, pH 5), 205000 mg L-1 de água (ácido, pH 7).
pKa: 2,56 (ácido fraco).
Kow: log Kow -1,76 (pH 5) e -2,87 (pH 7).

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: absorvido pelas folhas e raízes. Translocado pelo floema e xilema, acumulando-se nos tecidos meristemáticos.
Mecanismo de ação: mimetizador de auxina.
Classificação HRAC: gurpo O.
Sintomatologia: epinastia, curvatura e enrolamento de caules e pecíolos. Os nós adquirem aspectos intumescido (inchados) e as folhas se assemelham a conchas, devido ao encurtamento das margens. Ocorre clorose dos tecidos jovens, que evolui para inibição do crescimento, murcha, necrose e morte.
Casos de resistência: No Brasil, não existem relatos de resistência. No entanto, biótipos das espécies Amaranthus powellii, A. tuberculatus (=A. rudis), Papaver rhoeas e Chenopodium album são capazes de resistir ao aminopiralide e outros herbicidas (resistência cruzada e múltipla).

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: adsorvido fracamente. Em função do baixo pKa, quando dissociado apresenta carga negativa no solo.
Koc: 10,8 mL/g.
Kd: 0,03 a 0,72 mL/g.
Transformação: rápida degradação na superfície da água (0,6 dia). Além disso, é degradado por microrganismos.
Persistência: a depender das condições locais, a meia-vida do aminopiralide pode variar de 25 a 34 dias.
Mobilidade: embora apresente moderado potencial para lixiviação, experimentos em condições de campo resultaram em limitado movimento no perfil do solo.
Volatilização: extremamente baixo potencial para volatilização.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 200 a 300 L/ha.
Preparação da calda: quando a mistura contiver 2,4-D, quem preparar a calda não deve realizar a aplicação.
Tamanho de gotas: grossas ou superior.
Pontas de pulverização: preferencialmente leque com indução de ar.
Altura da barra: 0,5 m acima do alvo ou o mínimo que proporcione cobertura uniforme.
Velocidade do vento: 3 a 10 km/h.
Umidade do ar: acima de 60%.
Temperatura: inferior a 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: não aplicar quando houver na composição da pastagem eudicotiledôneas (folhas largas) que são úteis à nutrição animal. Recomenda-se realizar a limpeza do tanque de pulverização após o uso de aminopiralide com limpador a base de amônia (1% v/v). Evitar aplicar com risco de chuvas até 4 horas após a pulverização. São sensíveis a esse herbicida as culturas dicotiledôneas como: algodão, tomate, batata, feijão, soja, café, eucalipto, hortaliças, flores, e outras espécies úteis sensíveis a herbicidas mimetizadores de auxinas. Em algumas misturas formuladas, o residual para culturas sensíveis pode se estender a até 2 anos após a aplicação.
Facilitadores de eficácia: adicionar espalhante adesivo à calda, conforme indicado na bula.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 27 jan. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 27 jan. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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