O herbicida 2,4-D é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle, principalmente, de eudicotiledôneas.
Acesso rápido
Marcas comerciais
2,4-D: 2,4-D 806 RN, 2,4-D 806 SL Alamos, 2,4-D AGCN, 2,4-D Agritec, 2,4-D Agroimport, 2,4-D Amina CCAB 806 SL, 2,4-D CHD’S, 2,4-D Copalliance, 2,4-D CROP 806 SL, 2,4-D Nortox 970 WG, 2,4-D Nortox, 2,4-D R 806 SL Perterra, 2,4-D Super Amine SG, 2,4-D Tecnomyl, Aminol 806, Atulamina 806 SL, Campeon, Clean Spray, Cortador 806 SL, Decorum, Dez Gold, Dez, Dical, DMA 806 BR, Empiric, Enlist Colex-D, Enlist Crops Colex-D, Exemplo LV, Exemplo, Field, Fluente, Grant, Herbi D-480, Herbimax 806 SL, Krost 806 SL, Krost 970 WG, Mirant, Mirato, Navajo, Pren-D 806, Shopra 806 SL, Shopra 970 WG, Spinner, Sweep Off, Troller, U 46 BR, U 46 D-Fluid 2,4-D, U 46 Prime, Walux, Zura 806 SL.
Aminopiralide + 2,4-D: DisparoUltra-S, Dontor Ultra, Jaguar, JaguarUltra-S, Linear, PalaceUltra-S, Synero, Tordon XT, TordonUltra-S, Tronador, TronadorUltra-S.
Fluroxipir-meptílico + picloram + 2,4-D: Forasteiro.
Glifosato + 2,4-D: Arrange, Enlistduo Colex-D, Lifter.
Picloram + 2,4-D: 2,4-D (240) + Picloram (64) SL, Addit, Arena, Artys, Campo-D, Crater, Disparo, Dontor, Facca, Famoso BR, Famoso, Forcane, Galop M, Galopeiro, Intruder, Invernada, Jacaré, Jornada HL, Lavra, Luxor, Mannejo, Norton, Pampa, Panoramic HL, Panoramic, Pastor, Pri-Mordial, Quallis, Raio, Temicab Xtra, Tordon HL, Tordon, Tucson, Turuna, Verlon, Zack SL, Zack.
EC – Concentrado emulsionável
SG – Granulado solúvel
SL – Concentrado solúvel
SP – Pó solúvel
WG – Grânulos dispersíveis em água
1 – Recomendações de uso
Culturas: algodão geneticamente tolerante ao 2,4-D, arroz irrigado, arroz, aveia, café, cana-de-açúcar, centeio, cevada, duboisia, milheto, milho geneticamente tolerante ao 2,4-D, milho, pastagem de gramíneas forrageiras, soja geneticamente tolerante ao 2,4-D, soja, sorgo, trigo e triticale.
Plantas daninhas controladas pelo herbicida 2,4-D
Algodão voluntário (Gossypium hirsutum)
Angiquinho (Aeschynomene denticulata, Aeschynomene rudis)
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Buva (Conyza bonariensis, Conyza sumatrensis)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Carrapicho-rasteiro (Acanthospermum australe)
Caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-gigante (Amaranthus retroflexus)
Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Corda-de-viola (Ipomoea aristolochiaefolia, Ipomoea purpurea, Ipomoea grandifolia)
Erva-quente (Spermacoce latifolia)
Falsa-serralha (Emilia sonchifolia)
Fedegoso-branco (Senna obtusifolia)
Flor-das-almas (Senecio brasiliensis)
Guanxuma (Sida rhombifolia, Sida cordifolia)
Guanxuma-branca (Sida glaziovii)
Joá (Solanum palinacanthum)
Joá-de-capote (Nicandra physaloides)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Losna-branca (Parthenium hysterophorus)
Malva-vermelha (Croton glandulosus)
Mamona (Ricinus communis)
Maria-pretinha (Solanum americanum)
Mastruz (Lepidium virginicum)
Melão-de-são-caetano (Momordica charantia)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Mostarda (Brassica rapa)
Nabo (Raphanus raphanistrum)
Picão-branco (Galinsoga parviflora)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
Rubim (Leonorus sibiricus)
Serralha (Sonchus oleraceus)
Soja espontânea (Glycine max)
Tiririca (Cyperus rotundus)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: sempre em pós-emergência das plantas daninhas.
Algodão geneticamente modificado tolerante ao herbicida 2,4-D: quando a cultura se apresentar com o 3º a 4º ramos (aproximadamente 30 dias após o plantio), podendo estender a aplicação até 8º a 9º ramos (aproximadamente 50 dias após o plantio). Não se recomenda a aplicação do herbicida após emissão de botão floral ou durante o florescimento da cultura do algodão.
Arroz, arroz-irrigado: pós-emergência das plantas daninhas. Aplicar no período após o início do perfilhamento e antes do emborrachamento.
Café e duboisia: aplicar através jato dirigido, nas entrelinhas da cultura, quando as plantas daninhas atingirem 5 a 10 cm de altura, em época quente, logo após a arruação ou esparramação.
Cana-de-açúcar: aplicar quando as plantas daninhas estiverem em pleno crescimento vegetativo, com no máximo 10 folhas, antes da formação de colmos da cana-de-açúcar.
Milho, sorgo e milheto: em área total até o milho atingir no máximo 4-5 folhas. Para aplicação mais tardia, esta deverá ser realizada através de jato dirigido, sobre as plantas daninhas, de forma a evitar que atinja as plantas de milho, quando estas estiverem com mais de 4 folhas. Em plantio direto, aplicar o produto até aproximadamente 15 dias antes da semeadura do milho, visando a dessecação da área, com as plantas daninhas em estádio de até 10 folhas.
Pastagem: aplicar em área total, quando as plantas daninhas estiverem em pleno desenvolvimento vegetativo e antes do florescimento, com altura de, no máximo, 10 cm.
Soja (plantio direto): entre 7 a 15 dias antes da semeadura, visando o controle em pós-emergência das plantas daninhas de folhas largas, com altura de, no máximo, 10 cm. Além disso, alguns produtos comerciais são recomendados em pós-emergência das plantas daninhas e da cultura da soja, porém esta deve ser geneticamente modificada para tolerar o herbicida 2,4-D. Ainda, o herbicida pode ser aplicado após a colheita da soja, para eliminação de soja espontânea, em manejo outonal.
Trigo e demais cereais de inverno: no período após o início do perfilhamento e antes do emborrachamento. Pode ser aplicado também na dessecação, em pré-semeadura da cultura.
Aminopiralide + 2,4-D é recomendado para manutenção e reforma de pastagens de gramíneas e controle em pós-emergência na cana-de-açúcar.
Fluroxipir-meptílico + picloram + 2,4-D é recomendado para o controle de plantas infestantes de folhas largas, de porte herbáceo, semi-arbustivo e arbustivo em áreas de pastagens de gramíneas forrageiras.
Glifosato + 2,4-D é recomendado no pré-plantio das culturas de soja e milho e também em pós-emergência da soja e do milho geneticamente modificados para tolerar os herbicidas.
Picloram + 2,4-D: recomendado para controle pós-emergente de folhas largas (anuais e perenes) em pastagens de gramíneas forrageiras, arroz e cana-de-açúcar. Além disso, a mistura é recomendada para a eliminação de tocos de eucalipto.
Doses: 200 a 2345 g e.a./ha, a depender da cultura e espécies de plantas daninhas alvos.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida
Grupo químico: ácido ariloxialcanóico.
Pressão de vapor: 1,5 x 10-5 Pa (25ºC).
Solubilidade: 900 mg do ácido/L de água, a 25ºC.
pKa: 2,8 (ácido fraco).
Cabe ressaltar que, até o momento, estão registrados no Brasil, produtos comerciais com 2,4-D, em formulações amina, sal de colina, sal de dietanolamina, sal sódico, dimetilamina, trietanolamina e triisopropanolamina.
3 – Comportamento nas plantas
Absorção e translocação: absorvido pelas raízes e parte aérea. A entrada na célula ocorre tanto por transporte passivo, quanto ativo (carregadores de auxina). Uma vez dentro da célula, o herbicida dissociado fica retido (armadilha iônica). Quando absorvido pelas raízes, parte do transporte ocorre via corrente transpiratória. No entanto, a translocação predominante é via simplasto, com acúmulo nos pontos de crescimento.
Mecanismo de ação: mimetizador de auxina.
Classificação HRAC: grupo O.
Sintomatologia: epinastia, enrolamento de caules e pecíolos, crescimento anormal e alteração no padrão das nervuras foliares. Segue murcha, clorose e necrose dos ponteiros, evoluindo para morte em até cinco semanas.
Metabolismo e seletividade: metabolismo diferencial e translocação limitada, com formação de complexos imóveis constituem a base para a seletividade.
Casos de resistência: um biótipo de buva (Conyza sumatrensis) foi relatado como resistente aos herbicidas diurom, paraquate, glifosato, 2,4-D e saflufenacil no Brasil. Em nível global, são 47 relatos.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado e outros mecanismos não relacionados ao sítio de ação. No entanto, grande parte dos relatos não teve o mecanismo de resistência elucidado.
4 – Comportamento no ambiente
Sorção:
Koc: 20 mL/g (ácido).
Transformação: degradação microbiana, estimulada por aumento na temperatura, umidade, pH e teor de matéria orgânica do solo.
Persistência: de 1 a 4 semanas. Meia-vida média é de 10 dias.
Mobilidade: embora ocorra potencial para mobilidade, a rápida degradação do herbicida no solo reduz as possibilidades.
Volatilização: em formulações modernas, o potencial de volatilização do herbicida reduziu consideravelmente. No entanto, perdas desprezíveis podem ocorrer.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre
Volume de calda: 100 a 300 L/ha, a depender da formulação comercial.
Preparação da calda: abastecer o pulverizador com água limpa em até 3/4 de sua capacidade. Ligar o agitador e adicionar o produto de acordo com a dose recomendada para a cultura. Manter o agitador ligado, completar o volume de água do pulverizador e aplicar imediatamente na cultura.
Pontas de pulverização: leque com indução de ar.
Tamanho das gotas: gotas grossas a extremamente grossas (acima de 350 micrômetros).
Altura da barra: no máximo 50 cm acima do alvo.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/hora.
Umidade do ar: acima de 55%.
Temperatura: abaixo de 30ºC.
6 – Incompatibilidades e limitações de uso
Não aplicar o produto quando o vento estiver no sentido das culturas sensíveis ao 2,4 D, ou seja, quando houver possibilidade de atingir diretamente, ou por deriva, espécies tais como uva, maça, algodão, tomate, oliva, pepino, tabaco, batata e outras “folhas largas”. Além disso, o produto pode apresentar fitotoxicidade para cereais, quando a aplicação é feita antes do perfilhamento ou após a elongação, e para milho quando a aplicação é feita fora do período recomendado. O produto em contato com sementes sensíveis a herbicidas hormonais pode inibir a sua germinação e também, para o uso na cultura do milho, verificar junto às empresas produtoras de sementes a existência de cultivares sensíveis ao 2,4-D.
Ainda, após reavaliação pela Anvisa, ficou determinado que para a aplicação tratorizada as atividades de mistura, abastecimento e aplicação não podem ser realizadas pelo mesmo indivíduo.
7 – Facilitadores de eficácia
A aplicação em estágios iniciais de crescimento das plantas daninhas é decisiva para a eficácia de controle de 2,4-D. Além disso, a eficácia da maioria das formulações de 2,4-D pode ser reduzida se ocorrerem chuvas até o período de 6 horas após a aplicação. Ainda, não utilizar águas turvas ou com presença de argilas (barrentas), pois a eficiência do produto poderá ser prejudicada.
Conheça também os herbicidas:
Herbicida 2,4-D
Embora tenha sido o primeiro herbicida comercial, o 2,4-D segue entregando muito resultado. Conheça e aplique melhor!
Atrazina
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Sabia que água com argila e matéria orgânica em suspensão reduzem a eficácia de controle do glifosato? Saiba mais sobre esse herbicida!
Carfentrazona-etílica
Controle aguapé, junquinho, sagitária, corda-de-viola, erva-quente em arroz, soja e muitas outras culturas com carfentrazona-etílica!
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 16 mai. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 16 mai. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.
