Conheça e aplique melhor os herbicidas

Linurom

O herbicida linurom é seletivo, sistêmico, posicionado em pré e pós-emergência para o controle de eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Afalon SC, Afalon 450 SC e Linurex Agricur 500 WP.

SC – Suspensão concentrada
WP – Pó molhável

 

1 – Recomendações de uso:

Culturas: alho, batata, batata doce, batata yacon, batata-salsa, camomila, cebola, cenoura, coentro, gengibre, inhame, mandioca e salsa.
Plantas daninhas controladas pelo linurom:
Beldroega (Portulaca oleracea)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Carrapicho-rasteiro (Acanthospermum australe)
Caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Falsa-serralha (Emilia sonchifolia)
Losna-branca (Parthenium hysterophorus)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Mentruz (Coronopus didymus)
Nabo-bravo (Raphanus raphanistrum)
Picão-branco (Galinsoga parviflora)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Serralha (Sonchus oleraceus)
Posicionamento: alho – pré-emergência da cultura e das plantas infestantes. Aplicar o herbicida logo após o plantio (dente ou semente). Batata, batata doce, batata yacon, gengibre, inhame e mandioca – somente em pré-emergência da cultura e das plantas daninhas. Cebola – realizar a aplicação na modalidade de pré-emergência somente em cultivo de cebola transplantada. Em pós-emergência, realizar a aplicação no máximo 7 dias após o transplante das mudas, sob o risco de causar sintomas de fitotoxicidade à cultura. Cenoura –aplicar linurom em pré-emergência da cultura e das plantas infestantes. Além disso, pode ser aplicado em pós-emergência, quando a cultura estiver no estádio de 3 a 4 folhas verdadeiras e com plantas adultas. Batata-salsa – pós-emergência aos 21 dias após a emergência da cultura e das plantas daninhas. Camomila – somente em pós-emergência da cultura e das plantas infestantes. A cultura deve estar entre 1,5 a 3,0 cm de altura, correspondendo aproximadamente a 36 dias após a emergência. Coentro e salsa – somente na modalidade de pós-emergência das culturas e da planta infestante. Recomenda-se aplicar após a cultura apresentar de 3 a 4 folhas verdadeiras, sob o risco de causar sintomas de fitotoxicidade.
Doses: 450 a 990 g i.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

 

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: ureia.
Pressão de vapor: 51 Pa (20ºC).
Solubilidade: 75 mg/L de água (25ºC).
pKa: não ionizável.
Kow: 1010.

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: prontamente absorvido pelo sistema radicular, movendo-se acropetamente via xilema. Também absorvido pelas folhas, porém de forma mais limitada.
Mecanismo de ação: inibidor da fotossíntese, no fotossistema II.
Classificação HRAC: grupo C2.
Sintomatologia: quando absorvido a partir do solo, ocorre a emergência, porém as plântulas tornam-se cloróticas, evoluindo para necrose e morte dentro de poucos dias. Quando a absorção ocorre pela parte aérea, as folhas exibem clorose internerval e amarelecimento das bordas. Esse sintoma é mais intenso nas folhas mais velhas.
Metabolismo e seletividade: rapidamente oxidado por diversas espécies.
Casos de resistência: até o momento, 12 relatos de resistência incluem plantas daninhas como caruru, losna e buva. No entanto, nenhum ocorrente no Brasil.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: ocorre aumento na adsorção com o aumento nos teores de argila e matéria orgânica do solo.
Koc: 400 mL/g.
Transformação: pode sofrer fotodegradação em solos quentes e na ausência de chuva para incorporação do herbicida. Apesar disso, a degradação microbiana é a principal forma de dissipação.
Persistência: meia-vida média de 60 dias. No entanto, resíduos fitotóxicos podem ocorrer por 3 a 4 meses após a aplicação.
Mobilidade: maior lixiviação em solos arenosos.
Volatilização: perdas insignificantes. Porém, podem acentuar-se quando o herbicida permanece na superfície do solo por longos períodos e sob alta temperatura.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 100 a 300 L/ha.
Preparação da calda: colocar água limpa até aproximadamente 2/3 da capacidade do tanque de pulverização. Em seguida, adicionar linurom na dose recomendada, completando o tanque com água e mantendo a agitação da calda durante o processo de preparo. Realizar a aplicação em seguida, mantendo o sistema de agitação do tanque em funcionamento durante a aplicação.
Tamanho de gotas: grossas a extremamente grossas (acima de 350 micra).
Pontas de pulverização: não especificado em bula.
Altura da barra: deve permitir uma boa sobreposição dos jatos e cobertura uniforme no alvo.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: inferior a 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: não aplicar em solos com presença de torrões, pedras ou outros resíduos que venham prejudicar a boa distribuição do produto.
Facilitadores de eficácia: chuvas ligeiras ou leve irrigação podem ser favoráveis.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 23 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 23 mar. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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