O herbicida setoxidim é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de gramíneas.
Acesso rápido
Marcas comerciais: Poast.
DC – Concentrado dispersível
1 – Recomendações de uso
Culturas: algodão, feijão, fumo, gladíolo, milho resistente a setoxidim e soja.
Plantas daninhas controladas pelo setoxidim:
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-arroz (Echinochloa crusgalli, Echinochloa colona)
Capim-braquiária (Brachiaria decumbens)
Capim-camalote (Rottboelia exaltata)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria ciliaris, Digitaria horizontalis)
Capim-custódio (Pennisetum setosum)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Grama-doce (Paspalum acuminatum)
Grama-seda (Cynodon dactylon)
Milho suscetível a setoxidim (Zea mays)
Posicionamento: aplicar em pós-emergência da cultura e das plantas daninhas, observando o estádio de desenvolvimento ideal de controle.
Doses: 184 a 368 g i.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida
Grupo químico: oxima ciclohexanodiona.
Pressão de vapor: < 2,13 x 10-5 Pa (25ºC).
Solubilidade: 257 mg/L de água (25ºC e pH 5) e 4390 mg/L de água (25ºC e pH 7)
pKa: 4,16. Setoxidim comporta-se como ácido fraco.
Kow: 45,1 (pH 7).
3 – Comportamento nas plantas
Absorção e translocação: absorvido tanto pelas raízes, quanto pelas folhas. Ainda, a adição de adjuvante torna a absorção foliar mais rápida. Após atravessar a membrana celular por difusão passiva, setoxidim dissocia em razão da diferença de pH e é mantido no simplasto (armadilha iônica). Dessa forma, a principal forma de translocação é via floema, em direção aos pontos de crescimento. Embora o movimento via xilema também ocorra, no entanto, apresenta menor importância.
Mecanismo de ação: inibidor de Acetil CoA carboxilase (ACCase).
Classificação HRAC: grupo A.
Sintomatologia: inibição do crescimento e clorose dos tecidos jovens em alguns dias. As folhas centrais soltam com facilidade logo acima dos nós, em razão da necrose desses tecidos. Além disso a bainha e as folhas mais velhas podem apresentar coloração arroxeada ou avermelhada.
Metabolismo e seletividade: rapidamente detoxificado em gramíneas tolerantes.
Casos de resistência: biótipos de capim-marmelada (Brachiaria plantaginea), capim-colchão (Digitaria ciliaris) e capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) foram relatados como resistentes no Brasil.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado, translocação diferencial e, possivelmente, outros mecanismos não relacionados ao sítio de ação, porém não elucidados nos casos relatados.
4 – Comportamento no ambiente
Sorção: varia com o conteúdo de matéria orgânica do solo.
Koc: 75 mL/g em solo arenoso.
Kd: 0,09 mL/g em solo arenoso.
Transformação: passível de fotólise em água e no solo, além de degradação microbiológica.
Persistência: rapidamente degradado, com meia-vida média de 5 dias.
Volatilização: perdas desprezíveis.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre
Volume de calda: 200 L/ha.
Preparação da calda: colocar água limpa no tanque do pulverizador (pelo menos 3/4 de sua capacidade) ou de tal forma que atinja a altura do agitador (ou retorno) e, com a agitação acionada, adicionar a quantidade recomendada do produto. Adicionar o adjuvante à calda após o produto. Manter a calda sob agitação constante também durante a pulverização. Além disso, a aplicação deve ser realizada no mesmo dia da preparação da calda.
Tamanho de gotas: usar pontas que possibilitem boa cobertura das plantas alvo e produzam gotas de classe acima de muito grossas, conforme norma ASABE.
Pontas de pulverização: não especificado em bula.
Altura da barra: a barra deverá estar posicionada em distância adequada do alvo, conforme recomendação do fabricante do equipamento e pontas, de acordo com o ângulo de abertura do jato.
Velocidade do vento: entre 05 e 10 km/h.
Umidade do ar: evitar umidade do ar menor que 60%.
Temperatura: evitar temperatura superior a 30ºC ou previsão de geada.
6 – Incompatibilidades e limitações de uso
A ocorrência de chuvas dentro de um período de quatro horas após a aplicação pode afetar o desempenho do produto.
7 – Facilitadores de eficácia
Em aplicação terrestre, deve-se acrescentar adjuvante na dose de 0,5 a 1,0 % do volume de calda. Além disso, a adição de sulfato de amônia na concentração de 1 a 2% do volume da calda, tende a reduzir as interferências ambientais, assim como, melhorar o controle das plantas daninhas. No entanto, não substitui a utilização do adjuvante específico, recomendado pelo fabricante.
Conheça também os herbicidas:
Flumetsulam
Controle leiteiro, caruru, corda-de-viola e outras folhas largas, em pré-emergência, na cultura da soja com flumetsulam.
Carfentrazona-etílica
Controle aguapé, junquinho, sagitária, corda-de-viola, erva-quente em arroz, soja e muitas outras culturas com carfentrazona-etílica!
Piroxsulam
Controle azevém, aveia, nabo e soja voluntária, em pós emergência do trigo, com piroxsulam. Já sabe de qual herbicida estamos falando?
Prometrina
Gesagard 500 SC controla capins, carrapicho, caruru, erva-de-santa-luzia e guanxuma no algodão. Saiba como melhor a eficácia da prometrina!
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 28 abr. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 28 abr. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.