O herbicida alacloro é seletivo, sistêmico, posicionado em pré-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.
Marcas comerciais: Alaclor Nortox (EC) e Alaclor + Atrazina SC Nortox
EC – Concentrado emulsionável
SC – Suspensão concentrada
1 – Recomendações de uso:
Culturas: algodão, amendoim, café, cana-de-açúcar, milho e soja.
Plantas daninhas controladas pelo alacloro:
Beldroega (Portulaca oleracea)
Capim-arroz (Echinochloa crusgalli, Echinochloa colona)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colonião (Panicum maximum)
Capim-colchão (Digitaria sanguinalis, Digitaria horizontalis)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-oferecido (Pennisetum setosum)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Capim-rabo-de-gato (Setaria geniculata)
Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Erva-quente (Spermacoce alata)
Guanxuma (Sida cordifolia, Sida rhombifolia)
Maria-pretinha (Solanum americanum)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Picão-branco (Galinsoga parviflora)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: pré-emergência das plantas daninhas e da cultura. Dessa forma, o herbicida deve ser aplicado logo após a semeadura. Em caso de plantas daninhas já emergidas, deve ser conjugado com herbicidas pós-emergentes.
Doses: a dose de alacloro é influenciada pela textura do solo, variando de 2400 g de ingrediente ativo por hectare (i.a./ha) para solos arenosos, até 3360 g i.a./ha para solos argilosos.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica.
2 – Características físico-químicas do herbicida:
Grupo químico: cloroacetanilida.
Pressão de vapor: 2,13 x 10-3 Pa (25ºC).
Solubilidade: 200 mg/L de água (20ºC) e 242 mg/L de água (25ºC).
pKa: não ionizável.
Kow: 794
3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: prioritária pelas estruturas que estão emergindo (coleóptilo, hipocótilo e epicótilo) e, em menor grau, pelas raízes das plântulas. Ocorre absorção radicular em estádios posteriores ao de plântula, porém sem importância do ponto de vista de eficácia ou injúria, devido ao modo de ação do alacloro. Nessa circunstância, a translocação ocorre das raízes para a parte aérea (acrópeta), com maior concentração nas estruturas vegetativas.
Mecanismo de ação: inibidor dos ácidos graxos de cadeia muito longa (VLCFA).
Classificação HRAC: grupo K3.
Sintomatologia: as plantas suscetíveis não emergem do solo. Por vezes, os sintomas se assemelham a quando ocorre o selamento superficial do solo após chuva intensa. As que emergem, apresentam malformações como folhas enroladas em espiral e o encurtamento da nervura central em eudicotiledôneas.
Metabolismo e seletividade: conjugado com a glutationa dentro de poucas horas e posteriormente metabolizado para malonilcisteína em espécies tolerantes.
Casos de resistência: não há relatos de resistência.
Mecanismos de resistência: –
4 – Comportamento do alacloro no ambiente:
Sorção: –
Koc: de 43 a 209 mL/g.
Kd: –
Transformação: pouco fotodegradado. Degradado pelos microrganismos do solo, com meia-vida em solos aeróbicos de 6,1 a 15,8 dias e em condições anaeróbicas (solos inundados) de 4,5 dias.
Persistência: em condições normais, os resíduos de alacloro não persistem o bastante para injuriar culturas subsequentes.
Mobilidade: baixa a moderada mobilidade no solo.
Volatilização: pequenas perdas.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 200 a 400 L/ha.
Preparação da calda: agitar a embalagem antes de dosar o produto. Além disso, o produto decanta com facilidade, logo, a agitação da calda deve ser constante desde o preparo até o término da pulverização.
Tamanho de gotas: não especificado pela bula.
Pontas de pulverização: não especificado pela bula.
Altura da barra: menor possível que proporcione a sobreposição adequada dos jatos.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: mínima de 55% e máxima de 95%.
Temperatura: ideal entre 20 e 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: compatível com água com dureza menor que 1000 mg/L e com a maioria dos fertilizantes líquidos. Lavar vigorosamente o sistema de pulverização (tanque, pontas, filtros, capas) por pelo menos 15 minutos, a fim de evitar danos em culturas suscetíveis. Além disso, há restrições quanto a aplicação do herbicida alacloro quando se tratar da cultura do algodão em solo arenoso e no replantio.
Facilitadores de eficácia: o solo deve estar destorroado e conter bom nível de umidade. Não aplicar em solo seco.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 23 jan. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 23 jan. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.
