Uma boa estratégia de manejo integrado de plantas daninhas contempla importantes princípios. Manejar plantas daninhas na pós-colheita atende a dois deles. O controle de plantas jovens e o estabelecimento da cultura sem matocompetição.
Com a queda das folhas na maturação fisiológica, a luz atinge mais facilmente o solo. Um estímulo à germinação das sementes com esse requerimento. Como resultado, as plantas daninhas podem se estabelecer no final do ciclo da cultura anterior e se desenvolver antes da implantação da próxima. Em cultivos de milho e soja geneticamente modificados, os grãos perdidos na colheita podem germinar e tornar-se plantas daninhas resistentes ao glifosato.
Uma das características de plantas daninhas típicas é a juvenilidade. O rápido crescimento vegetativo para assegurar a função reprodutiva. Em outras palavras, se há plantas daninhas, haverá sementes.
Dessa forma, o controle em pós-colheita é cada vez mais frequente. E, certamente, contribui para o manejo de plantas daninhas que emergem no final do ciclo e escapes. A prática também é efetiva para espécies perenes e de difícil controle, assim como, para evitar a dispersão de genes de resistência.
Algumas plantas daninhas alvo do manejo de pós-colheita da safra de verão são a aveia preta, azevém, bolsa-de-pastor, buva, capim-amargoso, capim-branco, cipó-de-veado, erva-branca, flor-roxa, língua-de-vaca, morugem, nabo, pastinho de inverno, serralha, silene, dentre outras.
Vantagens
- Ajuda a reduzir a população de plantas daninhas gradualmente.
- O controle de algumas plantas daninhas, como a buva, é mais efetivo no outono do que na primavera.
- Adiciona mecanismos de ação herbicida ao plano de manejo da área.
- Distribui a carga de trabalho entre as diferentes estações de cultivo.
Desvantagens
- Necessidade das plantas daninhas cortadas pela colheitadeira, de restabelecer área foliar para a interceptação e absorção de herbicidas em quantidades letais.
Planta de buva (Conyza sp.) rebrotada após o corte. As temperaturas baixas e menor luminosidade podem afetar a eficiência do controle.
O efeito sobre a cultura ou plantas de cobertura subsequentes pode limitar as opções de herbicidas com residual prolongado.
Estratégias de manejo de plantas daninhas na pós-colheita
Use equipamentos que distribuam uniformemente os restos culturais da colheita.
Planeje a utilização da área, de modo a evitar o pousio.
Vistorie e conheça suas áreas. O período de pós-colheita é ótimo para identificar as espécies presentes e como elas se distribuem pela área. Similarmente, a construção de conhecimento sobre as espécies, identificação de plântulas e seu padrão de emergência é fundamental para traçar um bom plano de manejo.
Nós selecionamos aplicativos que vão ajudar você a identificar e mapear a distribuição das plantas daninhas.
- Remova as plantas daninhas que já emergiram: use a estratégia mais conveniente ao seu sistema de cultivo, porém, considere também abordagens não-químicas. A roçada pode ser uma delas.
- Use herbicidas com residual, diferentes mecanismos de ação, doses e tecnologia de aplicação adequados para as condições climáticas da época.
- Use culturas de cobertura: uma das melhores alternativas não-químicas para o manejo de plantas daninhas, além de todos os outros benefícios relacionados ao solo.
- Rotacione culturas.
- Mantenha as bordaduras, estradas, canais de irrigação, etc., também isentos de plantas daninhas.
Em conclusão:
Permitir a produção de sementes é armazenar problemas no solo para as próximas safras.
Assim, invista no controle de pós-colheita e evite problemas futuros!