O herbicida flumetsulam é seletivo, sistêmico, posicionado em pré-emergência para o controle de folhas largas na soja.
Marcas comerciais: Scorpion.
SC – Suspensão concentrada
1 – Recomendações de uso:
Culturas: soja.
Plantas daninhas controladas pelo flumetsulam:
Amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Carrapicho-rasteiro (Acanthospermum australe)
Caruru (Amaranthus viridis)
Cheirosa (Hyptis suaveolens)
Corda-de-viola (Ipomoea nil)
Erva-de-touro (Tridax procumbens)
Fedegoso-branco (Senna obtusifolia)
Guanxuma (Sida rhombifolia)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Nabiça (Raphanus raphanistrum)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Poaia (Richardia brasiliensis)
Posicionamento: é recomendada a utilização de flumetsulam no sistema de PPI (pré-plantio incorporado), podendo ser aplicado em pré-emergência. Neste caso, será necessária a ocorrência de chuvas após o tratamento para que o herbicida seja posicionado na camada de germinação das sementes e alcance a sua melhor eficácia.
Doses: 105 a 140 g i.a./ha, a depender da espécie de planta daninha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida:
Grupo químico: sulfonanilida triazolopirimidina.
Pressão de vapor: 3,7 x 10-4 Pa (25ºC).
Solubilidade: 5600 mg/L (pH 7, a 25ºC).
pKa: 4,6 (ácido fraco).
Kow: 6,2 x 10-2 (pH 3,4, 25ºC).
3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: flumetsulam é prioritariamente absorvido pelas raízes e, em menor proporção, pela parte aérea durante a emergência. É translocado em ambos os sentidos na planta.
Mecanismo de ação: inibidor da Acetolactato sintase (ALS).
Classificação HRAC: grupo B.
Sintomatologia: inibição da emergência em espécies muito sensíveis. Quando emergidas, as plantas exibem clorose, principalmente nos pontos de crescimento, que evolui para necrose e morte em algumas semanas.
Metabolismo e seletividade: rapidamente metabolizado para formas não tóxicas em culturas tolerantes como milho e soja.
Casos de resistência: biótipos de leiteiro (Euphorbia heterophylla) são relatados como resistentes ao herbicida no Brasil.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado e mecanismos não relacionados ao sítio de ação.
4 – Comportamento no ambiente:
Sorção: mais fortemente adsorvido à matéria orgânica do que à argila. Maior adsorção e menor atividade biológica em baixo pH do que alto pH.
Koc: 700 mL/g para flumetsulam ácido.
Kd: 0,46 mL/g em solo com 1,9% de matéria orgânica e pH 6,4.
Transformação: degradado por microrganismos do solo. A degradação é mais rápida em solos com pH elevado e menor teor de matéria orgânica.
Persistência: meia-vida de 1 a 3 meses.
Mobilidade: –
Volatilização: perdas desprezíveis.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 200 a 300 L/ha.
Preparação da calda: o produto deve ser agitado antes de ser dosado no pulverizador.
Tamanho de gotas: não especificado em bula.
Pontas de pulverização: tipo leque 80.02 a 80.04 ou 110.02 a 110.04.
Altura da barra: altura da barra, distâncias entre bicos e pressão utilizada devem ser calculadas de modo a prover uma cobertura uniforme da superfície a ser tratada.
Velocidade do vento: não especificado em bula.
Umidade do ar: não especificado em bula.
Temperatura: não especificado em bula.
Incompatibilidades e limitações de uso: quando tratar-se de plantio direto, certifique-se que o volume de água e a pressão estejam regulados para assegurar uma boa cobertura na palha. Flumetsulam não proporciona controle satisfatório para as espécies da família das gramíneas e, no caso da ocorrência destas, o controle deve ser complementado com graminicidas específicos. O grau de controle das plantas daninhas e a sua duração dependerão da dose aplicada, textura do solo, chuvas, grau de infestação de plantas daninhas e outras condições. Em solos arenosos (mais de 75% de areia) e com baixo teor de matéria orgânica (menor 2%), não é recomendado o uso de flumetsulam. Não são recomendadas as seguintes culturas em rotação de cultura com soja: beterraba, colza (canola) e tomate.
Facilitadores de eficácia: nas aplicações em pré-plantio incorporado, a grade deve ser regulada de modo a incorporar o produto a uma profundidade de 5 a 10 cm. O equipamento usado deve desmanchar os torrões grandes e misturar o produto completamente com o solo. Nas aplicações em pré-emergência, o produto deverá ser aplicado imediatamente após a semeadura da soja e, de preferência, com umidade no solo. Neste caso, será necessária a ocorrência de chuvas após o tratamento para que o herbicida seja posicionado na camada de germinação das sementes e alcance a sua melhor eficácia. Podem ser plantadas em sistemas de rotação com soja, as seguintes culturas: milho, alfafa, batata e trigo.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 22 fev. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 22 fev. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.