O herbicida picloram é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de eudicotiledôneas.
Acesso rápido
Marcas comerciais
Picloram: Browser, Danado, Leopard, Navigator, Picloram Nortox 240 SL, Picloram CCAB 240 SL, Pique 240 SL, Raisor, Runner, Silverado, Station 240 SL, Texas, Toco, Tropeiro, Batalha 240 SL, Campestre 240 SL, Padron e Palanque.
2,4-D + fluroxipir-meptílico + picloram: Forasteiro.
2,4-D + picloram: Addit, Arena, Artys, Camp-D, Crater, Disparo, Dontor, Famoso, Famoso BR, Galop M, Intruder, Invernada, Jacaré, Jornada HL, Luxor, Mannejo, Panoramic, Panoramic HL, Quallis, Raio, Temicab Xtra, Tordon HL, Tucson, Turuna, Verlon, Zack, 2,4-D (240) + Picloram (64) SL, Facca, Lavra, Norton, Pampa, Pastor, Pri-Mordial e Tordon.
Aminopiralide + fluroxipir-meptílico + picloram: DominumXT-S, PlanadorXT-S e TruenoXT-S.
Aminopiralide + triclopir-butotílico + picloram: Dominum XT, Planador XT e Trueno XT.
Fluroxipir-meptílico + picloram + triclopir-butotílico: Arremate e Tibet.
Fluroxipir-meptílico + picloram: Albero, Arreio Pasto, Arreio Cana, Creta, Fluroxipir P Nortox, Mattor, Planador, Slogan, Sniper, Sniper Prime, Pastejo, Garrotebr e Stopper.
Formulações disponíveis
EC – Concentrado emulsionável
EW – Emulsão óleo em água
ME – Micro emulsão
SG – Granulado solúvel
SL – Concentrado solúvel
1 – Recomendações de uso
Culturas: arroz irrigado, arroz, cana-de-açúcar, erradicação de tocos de eucalipto e pastagem.
Plantas daninhas controladas pelo picloram:
Algodão-de-seda (Calotropis procera)
Amarelinho (Tecoma stans)
Amendoim-bravo (Pterogyne nitens)
Angiquinho (Aeschynomene rudis)
Aroeira-mansa (Schinus terebinthifolius)
Arranha-gato (Acacia plumosa)
Assa-peixe (Vernonia cognata, Vernonia polyanthes)
Assa-peixe-roxo (Vernonia westiniana)
Balão (Physalis angulata)
Cambará (Lantana camara)
Camboatá (Tapirira guianensis)
Caruru (Amaranthus hybridus)
Ciganinha (Memora peregrina)
Cipó-alho (Mansoa difficilis)
Cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta)
Cruzeta (Strychnos fulvotomentosa)
Erva-quente (Spermacoce alata)
Espinho-agulha (Barnadesia rosea)
Feijão-cru (Dalbergia frutescens)
Goiabeira (Psidium guajava, Psidium guineense)
Guanxuma (Sida rhombifolia)
Guanxuma-branca (Sida glaziovii)
Hortelã (Hyptis lophanta)
Jacarandá-de-espinho (Machaerium aculeatum)
Jurubeba (Solanum paniculatum)
Leiteira (Euphorbia heterophylla)
Leiteiro (Peschiera fuchsiaefolia)
Losna-branca (Parthenium hysterophorus)
Losna-do-campo (Ambrosia elatior)
Malva-branca (Sida cordifolia)
Maria-mole (Senecio brasiliensis)
Pata-de-vaca (Bauhinia variegata)
Pau-de-angu (Machaerium aculeatum)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Posicionamento:
Picloram + 2,4-D: aplicação foliar em área total, em jato dirigido ou ainda, e em tocos de arbustos em pastagens de gramíneas. Em cana-de-açúcar, pode ser aplicado em pré-emergência ou pós-emergência das plantas daninhas, em cana planta e cana-soca. Em arroz, é recomendado aplicar após o perfilhamento e antes do emborrachamento da cultura, em pós-emergência das plantas daninhas. Além disso, é usado para a erradicação de tocos de eucalipto logo após o corte.
Picloram + aminopiralide + fluroxipir-meptílico: aplicação em área total em pastagem de gramíneas forrageiras.
Picloram + aminopiralide + triclopir-butolítico: aplicação em área total em pastagem de gramíneas forrageiras.
Picloram + fluroxipir-meptílico + 2,4-D: aplicação em pós-emergência das plantas daninhas em pastagem de gramíneas forrageiras.
Picloram + fluroxipir-meptílico + triclopir-butolítico: aplicação em área total em pastagem de gramíneas forrageiras.
Picloram + fluroxipir-meptílico: aplicação em jato dirigido ou em área total em pastagens de gramíneas forrageiras e em cana-de-açúcar.
Picloram: aplicação localizada em tocos após a roçada e em pulverização área total, em pós-emergência da pastagem e das plantas daninhas. Além disso, em arroz, é recomendado aplicar após o perfilhamento e antes do emborrachamento da cultura, em pós-emergência das plantas daninhas.
Doses: 24 a 480 g e.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida
Grupo químico: ácido piridinocarboxílico.
Pressão de vapor: 8,2 x 10-5 Pa (35ºC, picloram ácido).
Solubilidade: 430 mg/L de água (ácido, 25ºC) e 200000 mg/L de água (formulações salinas, 25ºC).
pKa: 2,3 (22ºC). Comporta-se como ácido fraco.
Kow: 1,4 (pH 7).
3 – Comportamento nas plantas
Absorção e translocação: absorvido tanto pelas raízes, quanto pela parte aérea. Transportado prioritariamente via simplasto (floema), acumulando-se nos pontos de crescimento. No entanto, a translocação via apoplasto (xilema) também ocorre.
Mecanismo de ação: mimetizador de auxina.
Classificação HRAC: grupo O.
Sintomatologia: alteração na morfologia das folhas (encarquilhamento e deformação das nervuras), além de epinastia de caules e pecíolos. Ocorre clorose dos tecidos jovens, paralisação do crescimento, murcha, necrose e, por fim, morte da planta.
Metabolismo e seletividade: metabolismo diferencial explica, em parte, a tolerância ou suscetibilidade das espécies.
Casos de resistência: até o momento, são relatados cinco casos de resistência ao picloram. Nenhum ocorre no Brasil.
Mecanismos de resistência: em alguns casos, o mecanismo de resistência não foi elucidado. No entanto, pode envolver alterações no receptor de auxina.
4 – Comportamento no ambiente
Sorção: a adsorção aumenta com o aumento dos teores de argila e matéria orgânica. No entanto, a adsorção é fraca.
Koc: varia de 17 a 160 mL/g.
Kd: 0,5 mL/g.
Transformação: passível de fotodegradação, fotólise e degradação microbiana.
Persistência: a meia-vida pode varias de 20 a 300 dias. A dissipação é mais rápida na presença de raízes e maior teor de matéria orgânica. Além disso, alta temperatura, solo úmido e menores doses do herbicida influenciam positivamente no processo.
Mobilidade: passível de lixiviação, principalmente em solos arenosos e com baixo teor de matéria orgânica. Porém, boa parte dos resíduos se concentram na camada de até 60 cm de profundidade. Ou seja, passível de ser interceptado pelas raízes de culturas suscetíveis.
Volatilização: perdas insignificantes.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre
Volume de calda: 200 L/ha.
Preparação da calda: coloque a dose indicada de do herbicida no pulverizador com água até ¾ de sua capacidade e em seguida complete o volume agitando constantemente, mantendo o agitador ou retorno em funcionamento. A agitação deve ser constante durante a preparação da calda e aplicação do produto. Caso aconteça algum imprevisto que interrompa a agitação do produto possibilitando a formação de depósitos no fundo do tanque do pulverizador, agitar vigorosamente a calda antes de reiniciar a operação. Aplique de imediato sobre os alvos biológicos. No caso de aplicação do produto em tocos, adicionar corante para melhor visualização dos tocos tratados.
Tamanho de gotas: gotas grossas a extremamente grossas (acima de 350 micra de diâmetro médio volumétrico – DMV)
Pontas de pulverização: aplicar somente com pontas de pulverização que proporcionem redução de deriva, tal como pontas tipo leque com indução de ar.
Altura da barra: deve permitir uma boa sobreposição dos jatos e cobertura uniforme no alvo, conforme recomendações do fabricante não ultrapassando 50 cm, tanto para o espaçamento, quanto para a altura da barra.
Velocidade do vento: entre 2 e 6 km/h. Se a velocidade do vento for inferior a 2 km/h há risco de inversão térmica.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: máxima de 30ºC.
6 – Incompatibilidades e limitações de uso
Evitar aplicações em proximidade de culturas sensíveis. São sensíveis ao produto todas as culturas eudicotiledôneas (ex. algodão, tomate, batata, feijão, soja, café, eucalipto, flores, hortaliças, frutíferas) quando a pulverização atinge diretamente a folhagem. Além disso, a utilização fora das especificações pode causar sérios danos em culturas sensíveis. Dessa forma, não aplique quando houver possibilidade de atingir estas culturas. Ainda, em pastagens deve-se manter um intervalo de 07 dias entre a última aplicação e o pastoreio. Chuvas de 2 a 3 horas após a aplicação podem comprometer a eficácia de controle. Quando usado no controle de plantas infestantes em área total em pastagens, o plantio de espécies suscetíveis ao produto nessas áreas só deverá ser feito 2 anos após a última aplicação devido a elevada persistência.
7 – Facilitadores de eficácia
Indicado o uso de adjuvante a base de óleo vegetal, conforme prescrito em bula.
Conheça também os herbicidas:
Acifluorfem-sódico
Pós-emergente, o acifluorfem-sódico controla folhas largas como caruru e corda-de-viola na soja e no feijão.
Prometrina
Gesagard 500 SC controla capins, carrapicho, caruru, erva-de-santa-luzia e guanxuma no algodão. Saiba como melhor a eficácia da prometrina!
Ametrina
Seletiva para abacaxi, café, cana-de-açúcar, mandioca e milho, a ametrina controla capins, caruru, poaia e muitas outras plantas daninhas.
Mesotriona
Controle beldroega, caruru, picão, capim-colchão e capim-pé-de-galinha na cana-de-açúcar, milho e milheto. Conheça a mesotriona!
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 14 jul. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 14 jul. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.