O herbicida orthosulfamuron é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.
Marcas comerciais: Kelion 50 WG e Sprint WG,
WG – Grânulos dispersíveis em água.
1 – Recomendações de uso:
Culturas: arroz, cana-de-açúcar.
Plantas daninhas controladas pelo orthosulfamuron:
Cruz-de-malta (Ludwigia octovalvis, Ludwigia longifolia)
Falso cominho (Fimbristylis miliacea)
Hortelã-do-brejo (Heteranthera reniformis)
Junquinho (Cyperus iria, Cyperus distans)
Sagitária (Sagittaria montevidensis)
Tiriricão (Cyperus ferax)
Posicionamento: arroz – realizar uma única aplicação em pós-emergência precoce das plantas daninhas (1 a 4 folhas). Regulador de crescimento vegetal para a cana-de-açúcar – realizar uma aplicação de orthosulfamuron por ciclo, entre 30 e 60 dias antes do corte, quando a cultura estiver em pleno desenvolvimento vegetativo. O que ocorre, normalmente, entre 9 a 12 meses a partir do plantio ou do último corte.
Doses: 51 a 76,5 g i.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida:
Grupo químico: sulfamoiluréia/sulfoniluréia.
Pressão de vapor: 1,12 x 10-4 Pa (20ºC).
Solubilidade: 0,062 g/L (pH 4), 0,63 g/L (pH 7) e 39 g/L de água (pH 8,5, todos a 20ºC). Ou seja, a solubilidade em água aumenta com o aumento do pH.
pKa: orthosulfamuron torna-se cada vez menos solúvel em água, à medida que o pH da solução diminui. Além disso, sofre hidrólise em pHs neutro e ácido. Pressupõe-se que o herbicida apresente cinco constantes de dissociação.
Kow: log Kow = 2,0 (pH 4) e 1,3 (pH 7).
3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: orthosulfamuron é absorvido pelas folhas, translocando-se pela planta em direção aos pontos de crescimento.
Mecanismo de ação: inibidor da Acetolactato sintase (ALS).
Classificação HRAC: grupo B.
Sintomatologia: na cana-de-açúcar, após a paralisação temporária do crescimento, ocorre o processo de armazenamento de sacarose no colmo, cessando a emissão de novas folhas e impedindo o florescimento, quando aplicado antes da indução floral, o que acarreta em redução no índice de chochamento ou isoporização. Após a aplicação é observada melhoria nos parâmetros tecnológicos resultando em matéria prima de melhor qualidade.
Metabolismo e seletividade: pouco da molécula parental é encontrada nas plantas, sinalizando o metabolismo do herbicida.
Casos de resistência: até o momento, não foram encontrados relatos de resistência ao herbicida.
4 – Comportamento no ambiente:
Sorção:
Koc: 352,5 mL/g.
Kd: 6,73 mL/g.
Transformação: passível de hidrólise em pHs ácidos.
Persistência: não persistente. Meia-vida típica de 12,5 dias.
Mobilidade: moderadamente móvel.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 150 a 400 L/ha.
Preparação da calda: coloque água limpa no tanque do pulverizador até 3/4 da sua capacidade. Com o sistema de agitação do tanque ou com o retorno acionado, adicione a dose recomendada do herbicida e complete o volume do tanque com água. A agitação deverá ser constante durante o preparo e aplicação da calda. Por se tratar de um produto na forma granulado dispersível, não se recomenda realizar a pré-mistura em quantidades reduzidas de água, com o objetivo de evitar problemas de diluição.
Tamanho de gotas: preferencialmente, gotas médias.
Pontas de pulverização: não especificado em bula.
Altura da barra: posicionar de forma a permitir uma perfeita cobertura das plantas.
Velocidade do vento: 3 a 10 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: inferior a 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: o pH da calda de pulverização não deve ser alterado, em razão da degradação do ingrediente ativo em pH ácido. Além disso, o produto deve ser usado isoladamente na cana-de-açúcar.
Facilitadores de eficácia: no arroz, recomenda-se retirar a água de irrigação para a aplicação de orthosulfamuron e introduzi-la de preferência até o 3º dia, não ultrapassando o prazo máximo de 7 dias após a aplicação do herbicida.
É importante ressaltar que o produto comercial Sprint WG é recomendado apenas para pulverização aérea na cultura da cana-de-açúcar.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 3 abr. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 3 abr. 23.
LEWIS, K.A., et al. An international database for pesticide risk assessments and management. Human and Ecological Risk Assessment: An International Journal, v. 22, n. 4, p. 1050-1064, 2016.
Etoxissulfurom
Controle ciperáceas, sagitária e angiquinho nas culturas do arroz, cana-de-açúcar e feijão com etoxissulfurom.
Triclopir-butotílico
Controle folhas largas e ciperáceas em arroz irrigado, cana-de-açúcar, florestais, milho, pastagem, soja e trigo, com triclopir-butolítico.
Foramsulfurom
O herbicida foramsulfurom é seletivo para milho, aplicado em pós-emergência para o controle de capins, guanxuma, leiteiro e outras daninhas.