Conheça e aplique melhor os herbicidas

Carfentrazona-etílica

O herbicida carfentrazona-etílica é seletivo condicional, não sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Affinity 400 EC, Affinity 400 WP, Aim, Aurora, Aurora 400 EC, Bivack, Proft (carfentrazona-etílica + clomazona), Quicksilver 400 EC, Rage, Savana (carfentrazona-etílica + clomazona), Spotlight.

EC – Concentrado emulsionável
WP – Pó molhável

1 – Recomendações de uso:

Culturas: algodão, arroz irrigado, batata, café, cana-de-açúcar, citros, milho, soja, mandioca, milheto, sorgo, melão e pastagem.
Plantas daninhas controladas por carfentrazona-etílica:
Aguapé (Heteranthera reniformis)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Caruru (Amaranthus retroflexus)
Cominho (Fimbristylis miliacea)
Corda-de-viola (Ipomoea grandifolia, Ipomoea purpurea, Ipomoea quamoclit, Ipomoea hederifolia, Ipomoea nil, Ipomoea cairica)
Cruz-de-malta (Ludwigia octovalvis)
Erva-quente (Spermacoce latifolia)
Junquinho (Cyperus difformis)
Sagitária (Sagittaria montevidensis)
Trapoeraba (Commelina benghalensis, Commelina diffusa)
Posicionamento: algodão – pós-emergência da cultura e das plantas daninhas, sob jato dirigido, dessecação pré-plantio ou ainda, como dessecante/desfolhante da cultura, 7 a 12 dias antes da colheita. Arroz-irrigado – pós-emergência da cultura e das plantas daninhas ou ainda na dessecação pré-semeadura. Batata – dessecação pré-plantio ou ainda, dessecação pré-colheita. Café, citros e mandioca – pós-emergência das plantas daninhas. Milho, milheto, sorgo e soja – dessecação pré-semeadura ou ainda, pós-emergência das plantas daninhas, porém, em pré-emergência da cultura ou em pós-emergência inicial da soja. Cana-de-açúcar – pós-emergência das plantas daninhas ou como maturador da cultura, aplicado antes da colheita. Eucalipto – dessecação pré-plantio ou em jato dirigido à entrelinha. Além disso, carfentrazona-etílica é recomendado para manejo outonal, devendo ser aplicado logo após a colheita da cultura precedente. Melão – pré-emergência da cultura e das plantas daninhas. Pastagem – em pós-emergência, na reforma da pastagem (30 a 60 dias após o plantio).
Doses: 20 a 200 g i.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: triazolona.
Pressão de vapor: 1,6 x 10-5 Pa (25ºC).
Solubilidade: 22000 mg/L (25ºC).
pKa: não ionizável.
Kow: log Kow = 3,36

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: rapidamente absorvido pelas folhas. Apresenta mobilidade limitada pelo floema devido à rápida dessecação das folhas.
Mecanismo de ação: inibidor de Protoporfirinogênio oxidase (PROTOX).
Classificação HRAC: grupo E.
Sintomatologia: sintomas como escurecimento e aspecto oleoso das folhas, devido ao extravasamento do conteúdo celular são visualizados horas após a aplicação. Evoluem para necrose e a morte das plantas acontece dentro de poucos dias.
Metabolismo e seletividade: rapidamente metabolizado por culturas tolerantes como trigo, milho e soja.
Casos de resistência: populações de Descurainia sophia, Senecio vernalis, Amaranthus palmeri Ambrosia artemisiifolia são relatadas como resistentes a carfentrazona-etílica na China, Israel e Estados Unidos, respectivamente.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado, porém, em alguns casos, não completamente esclarecido.

4 – Comportamento de carfentrazona-etílica no ambiente:

Sorção: fraca adsorção em condições de campo.
Koc: 750 mL/g (25ºC).
Kd: 15-25 mL/g (25ºC, pH 5,5, para o ácido).
Transformação: carfentrazona-etílica sofre degradação por microrganismos do solo.
Persistência: não persistente (meia-vida de 0,1 dia).
Mobilidade: desprezível devido à rápida degradação.
Volatilização: não volátil.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 200 a 400 L/ha.
Preparação da calda: adicionar o adjuvante como último componente da calda, com o volume do tanque quase completo. Manter a agitação acionada durante todo o procedimento de preparo e aplicação.
Tamanho de gotas: não especificado em bula. No entanto, devido às características do produto, é fundamental boa cobertura do alvo.
Pontas de pulverização: não especificado em bula.
Altura da barra: regule a altura da barra para a menor possível a fim de obter uma cobertura uniforme e reduzir a exposição das gotas à evaporação e ao vento.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: acima de 50%.
Temperatura: abaixo de 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: a ocorrência de chuvas em até duas horas após a aplicação podem interferir na eficácia do produto.
Facilitadores de eficácia: as aplicações pela manhã (até as 10:00 horas) e à tarde (após as 15:00/16:00 horas) são as mais recomendadas. Alguns produtos comerciais recomendam a adição de óleo mineral à calda de pulverização.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 3 fev. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 3 fev. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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