O herbicida indazifam é seletivo, posicionado em pré-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Alion, Alion Pro (indaziflam + metribuzin), Esplanade, Esplanade Optima (indaziflam + iodossulfurom-metílico-sódico) e Provence Total (indaziflam + isoxaflutol).

SC – Suspensão concentrada
WG – Grânulos dispersíveis em água

1 – Recomendações de uso:

Culturas: banana, café, cana-de-açúcar, citros, coco, dendê, eucalipto, goiaba, maçã, manga, pinus e uva.
Plantas daninhas controladas pelo indaziflam:
Azevém (Lolium multiflorum)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Braquiarão (Brachiaria brizantha)
Buva (Conyza bonariensis)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-braquiária (Brachiaria decumbens)
Capim-camalote (Rottboelia exaltata)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis, Digitaria nuda)
Capim-colonião (Panicum maximum)
Capim-mão-de-sapo (Dactyloctenium aegyptium)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Grama-seda (Cynodon dactylon)
Guanxuma (Sida rhombifolia)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: banana – aplicar em área total ou em faixa, dependendo do espaçamento da cultura, na pré-emergência das plantas daninhas e pós-emergência da cultura. Aplicar em lavouras bem estabelecidas com as plantas a partir de 2,0 anos de idade. Caju, coco, dendê, goiaba e manga – aplicar em jato dirigido na entrelinha da cultura e em pré-emergência das plantas daninhas. Aplicar em lavouras com as plantas da cultura já estabelecidas, a partir de 3,0 anos de idade. Maçã, café e uva – aplicar em jato dirigido na linha da cultura e em pré-emergência das plantas daninhas. Aplicar em lavouras bem estabelecidas com as plantas a partir de 3,0 anos de idade e somente quando o tronco das plantas se apresentar lignificado com a parte inferior do tronco apresentando a casca com cor marrom. Cana-de-açúcar – aplicar na pré-emergência ou pós-emergência precoce da cultura, até a fase de perfilhamento, sem a presença de colmos. Em cana-planta logo após o plantio, em cana-soca logo após a colheita, e na pré-emergência das plantas daninhas. Citros – pulverizar nas entrelinhas da cultura através de jato dirigido e em pré-emergência das plantas daninhas. Aplicar em lavouras a partir de 2 anos de idade, ou seja, com plantas em plena produção e que apresentam caule lenhoso, lignificado com a casca ao redor do tronco de cor marrom. Em todas as culturas, recomenda-se apenas uma aplicação por ano. Além disso, a mistura formulada de indaziflam + metribuzim é indicada para o controle pré-emergente e pós-precoce das plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar, planta e soca úmida. Eucalipto – aplicar o produto somente em jato dirigido na entrelinha da cultura a 50 cm de distância da linha de transplantio, em pré-emergência das plantas daninhas, a partir de 45 dias após o plantio das mudas. Pinus – aplicar o produto em área total sobre a cultura do pinus ou em jato dirigido nas entrelinhas de plantio, em pré-emergência das plantas daninhas, a partir de 10 dias após o transplantio das mudas. Ainda, a mistura formulada de indaziflam com iodossulfurom-metíilico-sódico é aplicada em jato dirigido na entrelinha da cultura a 50 cm de distância da linha de plantio, em pré-emergência e pós-emergência das plantas daninhas, a partir de 45 dias após o plantio das mudas de pinus e eucalipto. Por outro lado, a mistura de indaziflam e isoxaflutole, em plantios novos de cana-de-açúcar, a recomendação é de aplicação logo após o plantio, na pré-emergência da cultura e das plantas infestantes. Nas aplicações em cana soca, realizar as aplicações logo após a colheita, na pré-emergência da cultura e das plantas infestantes. Nas situações em que a cana soca venha a apresentar alguma emergência em sua parte aérea, adotar a aplicação em jato dirigido nas entrelinhas da cultura.
Doses: 75 a 100 g i.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: alquilazina.
Pressão de vapor: 6,8 x 10-8 Pa (25ºC).
Solubilidade: 2040 mg/L de água (pH 7, 25ºC).
pKa: 3,5. Comporta-se como ácido fraco.
Kow: log Kow – 2,8 (pH 4 a 9).

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: não foram encontradas informações.
Mecanismo de ação: inibidor da síntese de celulose.
Classificação HRAC: grupo L.
Sintomatologia: inibição da germinação. Em plantas emergidas, os sintomas se apresentam através de amarelecimento e necrose de folhas e caules verdes, em espécies suscetíveis.
Metabolismo e seletividade: não foram encontradas informações.
Casos de resistência: até o momento, um biótipo da gramínea (Poa annua) é relatado como resistente a indaziflam e diversos outros herbicidas.
Mecanismos de resistência: não está claro se este caso de resistência múltipla resulta de mecanismos associados, ou não, ao sítio de ação do herbicida.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção:
Koc: <1000 mL/g de carbono orgânico.
Transformação: sofre fotólise em água. No entanto, a dissipação ambiental ocorre principalmente via degradação biótica e lixiviação.
Persistência: moderadamente persistente a persistente (meia-vida > 150 dias em solos aeróbicos).
Mobilidade: moderadamente móvel a móvel no solo. Os metabólitos são mais móveis que a molécula parental.
Volatilização: perdas desprezíveis.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 200 a 300 L/ha.
Preparação da calda: deve-se utilizar água de boa qualidade, livre de coloides em suspensão (terra, argila ou matéria orgânica), pois a presença destes pode reduzir a eficácia do produto. O equipamento de pulverização a ser utilizado para a aplicação deve estar limpo de resíduos de outro defensivo. Preencher o tanque do pulverizador com água até a metade de sua capacidade, inserir a dose recomendada de indaziflam, completar a capacidade do reservatório do pulverizador com água, mantendo sempre o sistema em agitação e retorno ligado durante todo o processo de preparo e pulverização para manter homogênea a calda de pulverização. Prepare apenas a quantidade de calda necessária para completar o tanque de aplicação, pulverizando logo após sua preparação. Na ocorrência de algum imprevisto que interrompa a agitação da calda, agitá-la vigorosamente antes de reiniciar a aplicação.
Tamanho de gotas: média a grossa.
Pontas de pulverização: do tipo leque (jato plano).
Altura da barra: o mínimo possível para manter cobertura uniforme do alvo.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: entre 10 e 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: indaziflam apresenta mínima atividade sobre plantas daninhas emergidas ou oriundas de estruturas vegetativas de propagação, como tubérculos e rizomas. Nessas circunstâncias, o controle precisa ser complementado com herbicidas pós-emergentes.
Facilitadores de eficácia: para maior eficácia de controle, o herbicida necessita ser ativado antes da germinação das plantas daninhas, através de chuvas ou manutenção de elevada umidade do solo. Como se trata de um herbicida residual para aplicação em pré-emergência das plantas daninhas, os melhores resultados são obtidos quando o solo se encontra em condições favoráveis de germinação das sementes e com boa umidade.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 19 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 19 mar. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.