Engana-se quem delimita as plantas daninhas como um problema a ser enfrentado apenas pela agricultura. Ou, a menos importantes das ameaças fitossanitárias. Anualmente, bilhões são despendidos em perdas, gastos com o controle e em externalidades associadas à elas.
O próprio conceito de planta daninha está atrelado à uma perspectiva de dano. São plantas que, em determinadas circunstâncias, interpõem-se ao interesse humano.
Logo, são um problema generalizado.
No jardim, a roseta (Soliva pterosperma) pode machucar. O pastinho-de-inverno (Poa annua) reduz a qualidade do gramado do campo de futebol. Infestações em terrenos baldios abrigam animais peçonhentos, roedores e vetores de doenças. Além disso, reduzem a beleza das praças e parques.
Plantas aquáticas como o aguapé (Eichhornia crassipes) afetam a qualidade da água de reservatórios para o abastecimento urbano, dificultam o fluxo em canais de drenagem e irrigação, além da navegação.
O leite e a carne podem estar mais caros porque o capim-annoni (Eragrostis plana), uma invasora originária da África do Sul, está substituindo as pastagens naturais do Sul do Brasil e hoje é um dos principais desafios enfrentados pelos pecuaristas. Além disso, está alterando todo um ecossistema, o bioma Pampa. Atenção para o fato dela ter sido intencionalmente introduzida com a perspectiva de tornar-se uma forrageira.
As culturas, que dão origem aos alimentos, fibras e combustíveis usados todos os dias, deixam de alcançar seu máximo potencial produtivo e têm seus custos aumentados por causa das plantas daninhas que disputam recursos como água, luz e nutrientes, além de contaminar matérias primas, que têm assim, seu valor reduzido. Ainda, elas hospedam outras pragas.
Impedem que o agricultor tenha o máximo retorno. O que, muitas vezes, é apenas o sustento da família.
Impacto das plantas daninhas
Mais intervenções são necessárias, quando plantas daninhas desenvolvem a capacidade de resistir aos herbicidas anteriormente eficientes. Normalmente, fruto do uso errôneo pela falta de conhecimento.
Nesse aspecto, plantas daninhas são um grande problema, porque o herbicida, a marca e o mercado perdem valor, dada a reduzida eficiência. A consultoria não alcança os resultados esperados e a imagem profissional é afetada.
Vale lembrar que as decisões a cerca do manejo de plantas daninhas ficam registradas, por longos anos, no banco de sementes do solo.
Além das limitações impostas pela resistência, a restrição do uso de herbicidas eficientes torna o manejo de plantas daninhas ainda mais complexo – e caro. Usufruir dos recursos oferecidos pela biotecnologia tem um custo!
Entenda a resistência ao glifosato e esteja um passo à frente
E quando o operador sofre uma intoxicação porque desconhecia as melhores práticas de manuseio e aplicação do herbicida?
E quando a pulverização produziu deriva e atingiu organismos não alvo, causando diversos danos?
E quanto à imagem negativa de todo um setor produtivo, constantemente realimentada pelo desconhecimento?
Plantas daninhas interferem no bem estar humano e impõem custos econômicos, ambientais e sociais. Todos pagamos a conta