Conheça e aplique melhor os herbicidas

Imazetapir

O herbicida imazetapir é seletivo, seletivo condicional, sistêmico, posicionado em pré e pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Allus (imazetapir + sulfentrazona), Antaris (imazetapir + saflufenacil), AUG 103 (clorimurom-etílico + imazetapir), Dinamaz 70 WG, Direto (glifosato + imazetapir), Fabian WG (clorimurom-etílico + imazetapir), Hummer, Imazet 70 WG, Imazetapir CCAB 106 SL, Imazetapir Nortox, Imazetapir Plus Nortox, Imazetapir Prentiss, Imazetapir R 700 WG Perterra, Only (imazetapir + imazapique), Optill (imazetapir + saflufenacil), Osbar Duo (flumioxazina + imazetapir), Pistol, Pistol 106 SL, Pivot 100 SL, Prompt (imazetapir + sulfentrazona), Soyaclean, Soyaclean Xtra, Soyatop, Soyatop Xtra, Vezir, Vezir WG, Vezir 100, Zaphir, Zelone (imazetapir + imazapique), Zethamaxx (flumioxazina + imazetapir), Zethapyr BR e Zethapyr 106 SL.

SC – Suspensão concentrada
SL – Concentrado solúvel
WG – Grânulos dispersíveis em água

1 – Recomendações de uso:

Culturas: amendoim, arroz tolerante a imidazolinonas, feijão, pastagem, soja e sorgo tolerante a imidazolinonas.
Plantas daninhas controladas pelo imazetapir:
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Arroz daninho (Oryza sativa)
Azevém (Lolium multiflorum)
Bamburral (Hyptis suaveolens)
Barba-de-bode (Aristida longiseta)
Beldroega (Portulaca oleraceae)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-arroz (Echinochloa crusgalli, Echinochloa colona)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis, Digitaria sanguinalis)
Capim-custódio (Pennisetum setosum)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-navalha (Paspalum virgatum)
Capim-rabo-de-burro (Andropogon bicornis)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Carrapicho-rasteiro (Acanthospermum australe)
Caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Catirina (Hyptis lophanta)
Corda-de-viola (Ipomoea grandifolia, Ipomoea purpurea, Ipomoea nil)
Erva-de-touro (Tridax procumbens)
Erva-quente (Spermacoce latifolia)
Falsa-serralha (Emilia sonchifolia)
Gervão-branco (Croton glandulosus)
Guanxuma (Sida rhombifolia)
Joá-bravo (Solanum sisymbriifolium)
Joá-de-capote (Nicandra physaloides)
Junquinho (Cyperus iria)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Maria-pretinha (Solanum americanum)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Nabo-bravo (Raphanus raphanistrum)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: soja – imazetapir pode ser aplicado antes da semeadura da soja (aplique e plante), após a semeadura, porém em pré-emergência da cultura. Ainda, em pós-emergência precoce (pós-precoce) das plantas infestantes alvo e com as plantas de soja até o segundo trifólio. Além disso, é recomendada a utilização da mistura formulada de imazetapir + sulfentrazona em pré-emergência das plantas daninhas, em pré-plantio ou pré-emergência da cultura, para plantio direto ou convencional. Quanto a mistura de imazetapir + saflufenacil, realizar uma aplicação em dessecação das plantas daninhas no manejo de áreas de plantio direto e cultivo mínimo, aproximadamente 10 dias antes da semeadura. Imazetapir + clorimurom-etílico – aplicar o produto em pós-emergência precoce das plantas daninhas (2 a 4 folhas), o que ocorre em média de 5 a 20 dias após o plantio; no período em que soja está no estádio cotiledonar de até o 2º trifólio. A mistura formulada de glifosato + imazetapir é recomendada para a dessecação em pré-plantio da cultura, quando capim-amargoso (Digitaria insularis) tiver até 6 folhas. A mistura formulada com flumioxazina é recomendada para a dessecação pré-semeadura da soja e amendoim e em pré-emergência das culturas. Arroz tolerante a imidazolinonas – a aplicação de imazetapir pode ser feita em pré-emergência da cultura e das plantas daninhas ou ainda, em pós-emergência precoce da cultura (2 a 3 folhas), quanto as plantas daninhas estiverem com até 4 folhas. Ainda, combinadas em sequência. A recomendação é a mesma para as misturas formuladas com imazapique. Pastagem – em lavouras estabelecidas, aplicar em área total. Feijão – realizar a aplicação em pós-emergência da cultura no estádio do segundo para o terceiro trifólio, em uma única aplicação, no sistema convencional ou direto, na pós-emergência das plantas infestantes registradas com até quatro folhas. Amendoim – realizar a aplicação no estádio inicial das plantas infestantes. Sorgo tolerante a imidazolinonas – a mistura formulada de imazetapir + imazapique pode ser aplicada em pré-semeadura (aplique e plante) ou pós-semeadura (plante e aplique), em pré-emergência da cultura. Pode também ser aplicado em pós-emergência inicial da cultura e das plantas daninhas.
Doses: 30 a 800 g e.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: imidazolinona.
Pressão de vapor: 1,3 x 10-5 Pa.
Solubilidade: 1400 mg/L de água (pH 7, 25ºC).
pKa: 2,1 e 3,9. Portanto, comporta-se como ácido fraco.
Kow: 11 (pH 5), 31 (pH 7) e 16 (pH 9).

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: rapidamente absorvido pelas folhas. Já a absorção radicular é mais lenta. A translocação ocorre prioritariamente pelo floema, embora ocorra por ambos as vias, simplástica e apoplástica.
Mecanismo de ação: inibidor de Acetolactato sintase (ALS).
Classificação HRAC: grupo B.
Sintomatologia: inibição rápida do crescimento. Em alguns dias, causa clorose dos pontos de crescimento, que evolui para clorose generalizada, necrose e morte. Algumas plantas podem exibir nervuras e bainhas foliares arroxeadas.
Metabolismo e seletividade: rapidamente metabolizado em culturas tolerantes como a soja. Além disso, absorção, translocação e metabolismo diferenciais resultam em diferentes níveis de tolerância.
Casos de resistência: até o momento, são relados 138 biótipos resistentes. No Brasil, populações de leiteiro (Euphorbia heterophylla), picão-preto (Bidens pilosa, B. subalternas), nabo (Raphanus sativus), losna (Parthenium hysterophorus), arroz daninho (Oryza sativa var. sylvatica), capim-arroz (Echinochloa crus-galli var. crus-galli), sagitária (Sagittaria montevidensis), junquinho (Cyperus iria) e caruru-palmeri (Amaranthus palmeri) sobrevivem ao herbicida.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado, tolerância resultante de fluxo gênico e outros mecanismos não relacionados ao sítio de ação.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: influenciada pelos teores de argila e matéria orgânica do solo. Além disso, solos com pH abaixo de 6,5 possibilitam maior adsorção. O tempo de exposição e baixa umidade do solo também contribuem para a adsorção. Porém, está é reversível, disponibilizando biologicamente ao herbicida.
Transformação: fotodegradação e degradação por microrganismos aeróbicos. Sob anaerobiose (solos inundados), praticamente não ocorre degradação, aumentando a persistência do herbicida.
Persistência: meia-vida típica de 60 a 90 dias.
Mobilidade: permanece na camada de até 30 cm de profundidade.
Volatilização: perdas insignificantes.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 100 a 300 L/ha.
Preparação da calda: abastecer o pulverizador com água limpa até 3/4 da capacidade do mesmo, mantendo o agitador ou retorno acionado enquanto se adiciona a dose indicada do produto. A calda deve ser mantida sob agitação e em seguida deve-se completar o volume restante do pulverizador com água. A aplicação sobre as plantas daninhas deve ser feita logo após a preparação da calda.
Tamanho de gotas: 200 a 400 micrômetros, 30 gotas/cm².
Pontas de pulverização: jato em leque, com ângulo de 80º ou 110º.
Altura da barra: a altura da barra e espaçamento entre bicos deve permitir uma boa sobreposição dos jatos e cobertura uniforme no alvo, conforme recomendações do fabricante não ultrapassando 50 cm, tanto para o espaçamento, quanto para a altura da barra.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: entre 20 e 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: incompatível com oxidantes fortes. Imazetapir necessita de 2 horas sem chuva após a aplicação para não ter seu efeito reduzido por lavagem do produto. Pode ocorrer fitotoxicidade inicial de leve a moderada na cultura de soja, porém sem causar redução na produção de grãos. É recomendável que apenas as culturas de inverno e verão a seguir relacionadas sejam cultivadas em rotação com a soja em área onde foi aplicado imazetapir: culturas de inverno – trigo, ervilha, azevém, cevada e aveia. Culturas de verão – soja, feijão, amendoim e arroz tolerante a imidazolinonas. No caso da pastagem, retirar o gado da área a ser pulverizada e retornar no prazo mínimo de 21 dias após a aplicação.
Facilitadores de eficácia: adicionar o adjuvante especificado em bula. Além disso, a água da calda deve estar livre de sólidos em suspensão que podem reduzir a eficácia do produto.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 18 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 18 mar. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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