Conheça e aplique melhor os herbicidas

Fluroxipir-meptílico

O herbicida fluroxipir-meptílico é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Albero (fluroxipir-meptílico + picloram), Araddo (cletodim + fluroxipir-meptílico), Arreio Pasto (fluroxipir-meptílico + picloram), Arreio cana (fluroxipir-meptílico + picloram), Arremate (fluroxipir-meptílico + picloram + triclopir-butolítico), Azbany, Creta (fluroxipir-meptílico + picloram), Dominum (aminopiralide + fluroxipir-meptílico), DominumXT-S (aminopiralide + fluroxipir-meptílico + Picloram), Fluroxipir P Nortox (fluroxipir-meptílico + picloram), Forasteiro (fluroxipir-meptílico + picloram + 2,4-D), Garrotebr (fluroxipir-meptílico + picloram), Mattor (fluroxipir-meptílico + picloram), Outliner (fluroxipir-meptílico + triclopir-butolítico), Pastejo (fluroxipir-meptílico + picloram), Phenom, Planador (fluroxipir-meptílico + picloram), PlanadorXT-S (aminopiralide + fluroxipir-meptílico + picloram), Prestige, Prestige Plus, Slogan (fluroxipir-meptílico + picloram), Sniper (fluroxipir-meptílico + picloram), Sniper prime (fluroxipir-meptílico + picloram), Starane 200, Stopper (fluroxipir-meptílico + picloram), Tibet (fluroxipir-meptílico + picloram), Triclopir F Nortox (fluroxipir-meptílico + triclopir-butolítico), Trueno (aminopiralide + fluroxipir-meptílico), TruenoXT-S (aminopiralide + fluroxipir-meptílico + picloram), Truper (fluroxipir-meptílico + triclopir-butolítico), Weedshot e Widclear.

EC – Concentrado emulsionável
EO – Emulsão água em óleo
EW – Emulsão óleo em água
ME – Micro emulsão

1 – Recomendações de uso:

Culturas: algodão, cana-de-açúcar, eucalipto, feijão, milho, pastagens de gramíneas forrageiras, pinus, soja e trigo
Plantas daninhas controladas pelo fluroxipir-meptílico:
Algodão voluntário (Gossipium hirsutum)
Assa-peixe-branco (Vernonia polyanthes)
Assa-peixe-roxo (Vernonia westiniana)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Corda-de-viola (Ipomoea grandifolia)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Mata-pasto (Eupatorium mazimilianii)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Soja voluntária (Glycine max)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: feijão, milho, soja e trigo – a mistura formulada com cletodim é recomendada para aplicação em pós-emergência das plantas infestantes, na dessecação pré-semeadura da cultura. Realizar a aplicação quando as plantas infestantes estiverem em pleno desenvolvimento vegetativo e respeitar o intervalo de sete dias entre aplicação e semeadura. Além disso, pode ser aplicado em pré-plantio/pré-semeadura em área total sobre as espécies infestantes no mínimo três dias antes da semeadura das culturas de soja e algodão. Para cultura do milho, pode ser aplicado em pré-plantio/pré-semeadura, no dia do plantio no sistema aplique e plante. Ainda, pode ser realizada aplicação em pós-emergência da cultura. Em pastagens, a aplicação deve ser realizada em pós-emergência das plantas daninhas, quando estas estiverem em pleno desenvolvimento vegetativo. Plantas adultas ou espécies lenhosas necessitam das maiores doses do produto para seu controle. Na cana-de-açúcar, a mistura formulada com picloram também é aplicada em pós-emergência. Eucalipto e pinus – deve-se fazer uma aplicação ao ano da mistura formulada com triclopir-butolítico, quando as plantas daninhas ou rebrotes de eucalipto e pinus a serem controlados estiverem em pleno processo de desenvolvimento vegetativo.
Doses: 150 a 400 g e.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: ácido piridiniloxialcanóico.
Pressão de vapor: 5 x 10-5 Pa (ácido, 25ºC), 2 x 10-5 Pa (éster, 25ºC).
Solubilidade: 4000 mg/L de água (ácido, pH 6,95, a 20ºC), 0,0136 mg/L de água (éster, pH 7, a 20ºC).
pKa: 3,04 (ácido fraco). O éster meptílico não é ionizável.
Kow: log Kow do ácido = -1,5 (pH 7), éster = 4,57 (pH 5) e 5,04 (pH 7).

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: absorvido principalmente pelas folhas. No entanto, também pode ser absorvido pelas raízes. Após ser convertido de éster para ácido, move-se na planta pelo floema, e em menor quantidade, pelo xilema.
Mecanismo de ação: mimetizador de auxina.
Classificação HRAC: grupo O.
Sintomatologia: epinastia, principalmente dos pontos de crescimento, encarquilhamento foliar, senescência e morte.
Metabolismo e seletividade: uma vez hidrolisado para a forma ácida, a taxa de formação de conjugados determina a resposta fitotóxica.
Casos de resistência: até o momento, seis casos são relatados em contexto de cereais de inverno, no mundo.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado.

4 – Comportamento do fluroxipir-meptílico no ambiente:

Sorção:
Koc: ácido – 39 a 71 mL/g, éster – 20000 mL/g.
Kd: ácido – 0,78 a 1,34 mL/g.
Transformação: rapidamente convertido da forma éster para ácido. Metabolismo microbiano é a principal rota de degradação no solo.
Persistência: a meia-vida em diferentes ambientes pode varias de 11 a 68 dias.
Mobilidade: improvável de contaminar águas subsuperficiais.
Volatilização: perdas desprezíveis.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 200 a 400 L/ha.
Preparação da calda: adicionar o herbicida ao tanque do pulverizador quando este estiver com ¾ de sua capacidade com água limpa. Ao adicionar a quantidade recomendada do produto, manter a calda em constante agitação, e após adicionar o produto, completar o volume do tanque do pulverizador com água, mantendo-a sempre em agitação.
Tamanho de gotas: grossa a muito grossa.
Pontas de pulverização: aplicar somente com pontas de pulverização tipo leque que produzam gotas grossas a extremamente grossas, para a redução de deriva, tal como pontas com indução de ar.
Altura da barra: a altura da barra e o espaçamento entre pontas de pulverização deve permitir uma boa sobreposição dos jatos e cobertura uniforme na planta alvo
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: superior a 50%.
Temperatura: abaixo de 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: em aplicações próximas a culturas sensíveis, tais como, algodão, banana, batata, maçã, oliva, pepino, tabaco, tomate, uva, entre outras, manter atenção redobrada com a tecnologia de aplicação e condições meteorológicas, adotando as práticas agrícolas recomendadas para o produto, para minimizar a possibilidade de deriva. Além disso, caso seja utilizada mistura formulada com picloram em área total, o plantio de espécies sensíveis ao produto só deve ser feito dois anos após a última aplicação do produto.
Facilitadores de eficácia: aplicar na época de maior pluviosidade e temperatura média acima de 20ºC, quando as plantas daninhas a serem controladas estiverem em pleno processo de desenvolvimento vegetativo. Quando houver indicação de faixa de doses, utilizar a dose mais alta para plantas mais desenvolvidas ou provenientes de sucessivas roçadas (perenizadas).

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 2 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 2 mar. 23.
LECLERE, S. et al. Cross-resistance to dicamba, 2,4-D and fluroxypyr in Kochia scoparia is endowed by a mutation in an AUX/IAA gene. PNAS, v. 115, n. 13, E2911-E2920, 2018.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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