O herbicida halossulfurom-metílico é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.
Marcas comerciais: Sempra.
WG – Grânulos dispersíveis em água.
1 – Recomendações de uso:
Culturas: cana-de-açúcar, feijão, grama São Carlos (Axonopus affinis, Axonopus fissifolius), grama coreana (Zoysia matrella), grama bermudas (Cynodon dactylon), grama batatais (Paspalum notatum), grama conquista ou SeaShore Paspalum (Paspalum varginatum), grama Santo Agostinho (Stenotaphrum secundatum) e grama esmeralda (Zoysia japonica).
Plantas daninhas controladas pelo halossulfurom-metílico:
Junça (Cyperus distans)
Junquinho (Kyllinga brevifolia)
Soja voluntária (Glycine max)
Tiririca (Cyperus rotundus)
Tiriricão (Cyperus esculentus)
Posicionamento: cana-de-açúcar – Realizar a aplicação 30 a 40 dias após o plantio ou cultivo da cana-de-açúcar. A planta daninha deverá estar no final da fase vegetativa ou início do florescimento. Aplicar quando a tiririca estiver em boas condições de desenvolvimento e sem efeito de stress hídrico (condições de seca). Feijão – Realizar a aplicação em pós-emergencia inicial, até a emissão do segundo trifólio da soja voluntária. Gramados – Realizar no máximo 3 aplicações. Realizar a aplicação quando as plantas daninhas estiverem entre o estádio vegetativo e do florescimento. Fazer as demais aplicações quando houver o rebrote das plantas infestantes.
Doses: 60 a 112,5 g i.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida:
Grupo químico: sulfoniluréia.
Pressão de vapor: < 1 x 10-5 Pa.
Solubilidade: 15 mg/L de água (pH 5, 25ºC) e 1630 mg/L de água (pH 7, 20ºC).
pKa: 3,5 (ácido fraco).
Kow: 47 (pH 5, 20ºC) e 0,96 (pH 7, 20ºC).
3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: absorvido tanto pelas raízes, quanto pela parte aérea, movendo-se para as regiões de crescimento.
Mecanismo de ação: inibidor de Acetolactato sintase (ALS).
Classificação HRAC: grupo B.
Sintomatologia: rápida inibição do crescimento. Além disso, ocorre amarelecimento dos pontos de crescimento, que evolui para necrose e morte completa dentro de algumas semanas. Quando aplicado em pré-emergência, ocorre a emergência das plantas daninhas, porém logo os pontos de crescimento necrosam.
Metabolismo e seletividade: no solo, é rapidamente degradado para o metabólito pirazol. É pouco metabolizado em milho, cana-de-açúcar, soja e trigo após absorção foliar.
Casos de resistência: até o momento, nenhum caso foi relatado no Brasil. Porém, há 24 relatos no mundo.
Mecanismos de resistência: principalmente sítio de ação alterado.
4 – Comportamento no ambiente:
Sorção: moderadamente adsorvido ao solo.
Koc: 93,5 mL/g.
Kd: 1,66 mL/g.
Transformação: rapidamente degradado por microrganismos e por hidrólise não microbiana no solo.
Persistência: curta a moderada.
Mobilidade: baixo a moderado potencial para lixiviação.
Volatilização: perdas desprezíveis.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 150 a 300 L/ha, a depender da cultura.
Preparação da calda: encher o tanque do pulverizador com cerca de 2/3 da sua capacidade com água limpa. Em seguida, adicionar halossulfurom-metílico e o adjuvante nas doses recomendadas e completar com o restante da água sempre sob agitação e aplicar em seguida. É importante que o sistema de agitação do produto no tanque se mantenha em funcionamento durante toda a aplicação.
Tamanho de gotas: 200 a 600 mícron.
Pontas de pulverização: 110.015, 110.02, 110.03 e 110.04.
Altura da barra: a altura da barra e espaçamento entre bicos deve permitir uma boa sobreposição dos jatos e cobertura uniforme no alvo, conforme recomendações do fabricante não ultrapassando 50 cm, tanto para o espaçamento, quanto para a altura da barra.
Velocidade do vento: entre 3 e 7 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: entre 20 e 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: evitar aplicações em proximidade de culturas sensíveis. São sensíveis ao produto todas as culturas dicotiledôneas. Sob ameaça de chuva, suspenda a aplicação. Caso ocorra chuva nas primeiras 3 horas após a aplicação, a eficiência do produto pode diminuir. Este intervalo de tempo é necessário para a absorção do produto pelas folhas e sua translocação pela planta. O uso é restrito para áreas de produção de gramados. Não deve ser utilizado em ambientes residências e na jardinagem.
Facilitadores de eficácia: para cultura da cana e na produção de gramados, halossulfurom-metílico deve ser aplicado em mistura com surfactante (preferencialmente, à base de Polioxietileno amina) na dose de 1,0 litro por hectare. O adjuvante proporciona a quebra de lipídios componentes da cutícula e membrana celular, que são uma barreira que diminuem a absorção do produto, maior fixação do produto na folha, diminuição da perda do produto por evaporação ou lavagem da chuva. Sendo assim, o uso pode aumentar a eficiência da absorção do herbicida pela planta.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 9 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 9 mar. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.