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Acifluorfem-sódico

O herbicida acifluorfem-sódico é seletivo, de contato, posicionado em pós-emergência para o controle de eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Blazer Sol, Doble (Acifluorfem-sódico + bentazona), Gunner (Acifluorfem-sódico + bentazona) e Volt (Acifluorfem-sódico + bentazona).

SL – Concentrado solúvel

1 – Recomendações de uso:

Culturas: feijão e soja.
Plantas daninhas controladas pelo acifluorfem-sódico:
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Corda-de-viola (Ipomoea aristolochiaefolia)
Corda-de-viola (Ipomoea hederifolia)
Corda-de-viola (Ipomoea nil)
Joá-bravo (Solanum sisymbriifolium)
Joá-de-capote (Nicandra physaloides)
Leiteira (Euphorbia heterophylla)
Mostarda (Brassica rapa)
Nabiça (Raphanus raphanistrum)
Picão-branco (Galinsoga parviflora)
Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: em pós-emergência da cultura e das plantas daninhas. Realizar uma aplicação com dose cheia ou dividir a dose em duas aplicações sequenciais com intervalo de 7 a 10 dias entre aplicações. O posicionamento das aplicações é resultado principalmente do estádio das plantas daninhas, que não deve ultrapassar 6 folhas. No entanto, maior eficácia é obtida em estádios mais jovens. A mistura formulada com bentazona deve ser aplicada apenas uma única vez durante o ciclo da cultura.
Doses: 85 a 340 g i.a./ha, a depender do estádio e nível de infestação do alvo e cultura.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: difeniléter.
Pressão de vapor: <1,01×10-5 Pa (25ºC).
Solubilidade: ácido – 120 mg/L de água (23 a 25ºC), sal – 250000 mg/L de água (25ºC).
pKa: 3,86 ± 0,12 (ácido fraco).
Kow: 15,6 (pH 5), <10 (pH 7).

3 – Comportamento do acifluorfem-sódico nas plantas:

Absorção e translocação: prontamente absorvido pelas folhas, apresenta muito reduzida mobilidade em direção à base da planta. Além disso, translocação limitada também é verificada quando absorvido pelas raízes. Dessa forma, é considerado um herbicida de contato.
Mecanismo de ação: inibição da protoporfirinogênio oxidase (PROTOX).
Classificação HRAC: grupo E.
Sintomatologia: devido ao mecanismo de ação do acifluorfem-sódico e na presença de luz, os sintomas são perceptíveis dentro de algumas horas, iniciando pelo aspecto gorduroso das folhas. Dentro de um ou dois dias, a coloração dos tecidos interceptados pelas gotas evolui da clorose para a necrose, passando pelo bronzeamento das folhas. Em casos de deriva, é possível visualizar lesões no formato das gotas, em razão da ausência de mobilidade do herbicida. Resíduos de acifluorfem-sódico no solo não afetam a emergência de plântulas.
Metabolismo e seletividade: o herbicida é clivado e conjugado pela homoglutationa, passando por metabolismo adicional. A taxa metabólica é muito mais lenta em espécies suscetíveis do que em tolerantes como a soja.
Mecanismos de resistência: no relato ocorrido no Brasil, absorção diferencial foi apontada como o possível mecanismo de resistência. Nos demais casos, alterações no sítio de ação são apontadas como a causa da resistência.
Casos de resistência: foi relatado em 2004 no Paraná, um biótipo de leiteiro (Euphorbia heterophylla) com resistência múltipla aos herbicidas imazetapir, metsulfurom-metil, nicosulfurom, diclosulam, flumetsulam, clorasulam-metil, fomesafem, lactofem, fumicloraque, saflufenacil e acifluorfem-sódico, em milho e soja. Em outros países, há relatos de biótipos de caruru (Amaranthus retroflexus, A. palmeri, A. rudis) e losna (Ambrosia artemisiifolia) resistentes ao herbicida.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção:
Koc: 113 mL/g.
Kd:
Transformação: não hidrolisado em pH 3 a 9 e 40ºC. Decomposto por luz UV com uma meia-vida de aproximadamente 110 h. Fotodegrada com meia-vida de 2 a 2,5 dias em água e 4,5 dias no solo.
Persistência: meia-vida de 14 a 50 dias, dependendo das condições edáficas. Aumento da atividade microbiana favorece a degradação. Seus resíduos não persistem no ambiente.
Mobilidade: lixiviação negligenciável.
Volatilização: negligenciável.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 100 a 300 L/ha.
Tamanho de gotas: finas para boa cobertura do alvo.
Pontas de pulverização: leque (8002, 8003, 11002, 11003, etc) e jato cônico (D-2 13, D-2 25).
Altura da barra: 0,5 m em relação ao alvo ou que permita a sobreposição adequada dos jatos.
Velocidade do vento: até 10 km/h.
Umidade do ar: preferencialmente acima de 60%.
Temperatura: superior a 15ºC e inferior a 30ºC.
Preparação da calda: a prática da pré-diluição é recomendada. Além disso, a agitação deve ser mantida desde a preparação da calda até o término da pulverização. Ao final, proceder a limpeza do pulverizador e fim de evitar injúrias em culturas suscetíveis devido à resíduos.
Incompatibilidades e limitações de uso: há relatos de antagonismo no controle de gramíneas quando misturado em tanque com setoxidim. Além disso, a mistura com inseticidas organofosforados pode resultar em fitotoxicidade para a cultura.
Facilitadores de eficácia: baixa umidade relativa do ar afeta negativamente a eficácia do acifluorfem-sódico. Por ser um herbicida de contato, requer excelente cobertura do alvo. Além disso, a aplicação no estádio de crescimento inicial das plantas daninhas é importante para a eficácia. O uso de adjuvante é recomendado. Chuvas a menos de duas horas após a aplicação comprometem a eficácia do produto.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 22 jan. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 22 jan. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.

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