O herbicida imazaquim é seletivo, sistêmico, posicionado em pré-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.

Marcas comerciais: Imazaquim Ultra Nortox, Soyaquim 700 WG, Topgan, Topgan WG e Topgan 150.

SL – Concentrado solúvel
WG – Grânulos dispersíveis em água

1 – Recomendações de uso:

Culturas: soja.
Plantas daninhas controladas pelo imazaquim:
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Carrapichinho (Acanthospermum australe)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Catirina (Hyptis lophanta)
Cheirosa (Hyptis suaveolens)
Corda-de-viola (Ipomoea grandifolia, Ipomoea nil, Ipomoea purpurea)
Erva-de-touro (Tridax procumbens)
Erva-quente (Spermacoce latifolia)
Falsa-serralha (Emilia sonchifolia)
Gervão-branco (Croton glandulosus)
Guanxuma (Sida rhombifolia)
Joá-bravo (Solanum sisymbriifolium)
Joá-de-capote (Nicandra physaloides)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Maria-pretinha (Solanum americanum)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Nabiça (Raphanus raphanistrum)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: realizar única aplicação, podendo ser em pré-plantio e incorporado (PPI) ou sem incorporação e logo em seguida realizar o plantio, no sistema aplique-plante (AP) ou ainda, logo após o plantio, antes da emergência (PRÉ) da soja e das plantas daninhas. Na aplicação em pré-emergência, pulverizar o produto o mais próximo possível da última operação de manejo do solo.
Doses: 140 a 150 g e.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: imidazolinona.
Pressão de vapor: <1,3 x 10-5 Pa.
Solubilidade: ácido – 60 mg/L de água (25ºC), sal de amônio – 160000 mg/L de água (20ºC).
pKa: 3,8 (ácido fraco).
Kow: 2,2 (22ºC).

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: prontamente absorvido pela parte aérea e raízes, sendo está última a via principal. Move-se tanto pelo xilema, quanto pelo floema. No entanto, a rota simplástica é prioritária.
Mecanismo de ação: inibidor da Acetolactato sintase (ALS).
Classificação HRAC: grupo B.
Sintomatologia: inibição rápida do crescimento. Em alguns dias, causa clorose dos pontos de crescimento, que evolui para clorose generalizada, necrose e morte. Algumas plantas podem exibir nervuras e bainhas foliares arroxeadas.
Metabolismo e seletividade: rapidamente metabolizado em espécies tolerantes. Além disso, absorção e translocação diferenciais resultam em diferentes níveis de tolerância.
Casos de resistência: até o momento, são relatados 27 casos de resistência, incluindo biótipos de picão-preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) no Brasil.
Mecanismos de resistência: principalmente sítio de ação alterado.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: é influenciada pelo pH, sendo maior em solos com pH mais baixo. No entanto, é reversível.
Koc: 20 mL/g em pH 7. Contudo, é influenciado pelo pH.
Transformação: imazaquim sofre fotólise em ambiente aquático. Além disso, sofre degradação microbiana aeróbica.
Persistência: meia-vida média de 60 dias, podendo prolongar-se devido as condições climáticas.
Mobilidade: permanece na camada superficial de até 30 cm de solo.
Volatilização: perdas desprezíveis.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 50 a 300 L/ha.
Preparação da calda: a água da calda de pulverização deve ser de boa qualidade (não deve ser “dura” e/ou alcalina) e com pH entre 5 e 6, de forma a proporcionar maior estabilidade durante a aplicação do herbicida. Abastecer com água limpa o pulverizador até ¾ de sua capacidade mantendo o agitador ou retorno acionado. Colocar a dose indicada de imazaquim no pulverizador e manter sempre a calda sob agitação e em seguida completar o volume restante do com água e aplicar de imediato sobre o solo.
Tamanho de gotas: os bicos devem estar regulados para proporcionar uma densidade de 20 gotas/cm² com tamanho de 200 a 400 micras.
Pontas de pulverização: bicos de jato em leque, com ângulo de 80 ou 110º.
Altura da barra: o mínimo para proporcionar cobertura uniforme do solo.
Velocidade do vento: evitar ventos superiores a 10 km/h.
Umidade do ar: superior a 55%.
Temperatura: evitar temperaturas superiores a 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: antagonismo no controle de gramíneas, quando misturado em tanque com inibidores de ACCase. Além disso, é incompatível com oxidantes fortes. Ainda, é recomendável que somente as culturas de inverno e de verão relacionadas a seguir, sejam semeadas em rotação com a soja na área em que foi aplicado imazaquim: culturas de inverno – trigo, ervilha, azevém, cevada e aveia. Cultura de verão – soja, feijão, amendoim, arroz e milho. No caso da cultura do milho, antes da semeadura deve-se aguardar o intervalo de 300 dias entre a aplicação do herbicida imazaquim e o plantio. Além disso, a ocorrência de estiagem prolongada durante o ciclo da cultura da soja que antecede a do milho poderá reduzir ou bloquear o processo de degradação do imazaquim. Quanto a cultura do algodão, a mesma não pode ser semeada em rotação com soja na área em que o herbicida imazaquim foi pulverizado, por ser esta cultura suscetível ao produto.
Facilitadores de eficácia: o terreno deve estar bem preparado, livre de torrões, restos de cultura, plantas daninhas já estabelecidas e conter um bom teor de umidade.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 17 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 17 mar. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.