Amplo espectro de controle e versatilidade são dois adjetivos que podem ser atribuídos ao imazetapir. O herbicida que foi desenvolvido para cultivos de sequeiro como soja e feijão ganhou destaque na cultura do arroz irrigado, em mistura formulada com imazapique, na tecnologia Clearfield®.
Como o imazetapir controla as plantas?
O herbicida imazetapir interrompe a síntese dos aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina), através da inibição da enzima acetolactato sintetase (ALS). Esse é um processo essencial para a sobrevivência da planta, uma vez que é crucial para a síntese de proteínas e DNA, divisão celular e do movimento dos fotoassimilados. Assim, na ausência desses aminoácidos, a planta morre.
Usos do imazetapir
O herbicida, isolado ou em mistura formulada com ingredientes ativos como saflufenacil, sulfentrazona, clorimuron-etílico, imazapique ou ainda flumioxazina, é registrado para uso em soja, feijão, amendoim e arroz.
É recomendado para o controle em pré e pós-emergência de plantas daninhas como leiteiro (Euphorbia heterophylla), cordas-de-viola (Ipomoea spp.), erva-quente (Spermacoce spp.), poaia (Richardia brasiliensis), trapoeraba (Commelina benghalensis) e carurus (Amaranthus spp.). Dentre as gramíneas, vale ressaltar a eficácia para arroz daninho (Oryza sativa) e capim-arroz (Echinochloa spp.).
A mistura em tanque de imazetapir com glifosato tem sido relatada como sinérgica para diversas espécies. Além disso, tem efeito complementar, uma vez que o herbicida é eficaz para plantas daninhas naturalmente tolerantes ao glifosato.
Características físico-químicas e comportamento nas plantas
Pertencente ao grupo químico das imidazolinonas, o herbicida tem comportamento de ácido fraco , com pKa 2,1 e 3,9.(Figura 1) e é formulado principalmente como concentrado solúvel (SL) ou grânulos dispersíveis em água (WG).
A solubilidade em água do imazetapir é de 1400 mg/L a 25ºC (pH 7,0), pKa de 2,1 e 3,9 e Kow de 11 (pH 5,0), 31 (pH 7,0) e 16 (pH 9,0). Como resultado, o herbicida é absorvido pelas raízes e folhas das plantas, sendo transportado pelo floema e xilema, acumulando-se nos pontos de crescimento.
Consequentemente, os sintomas iniciais manifestam-se nos tecidos jovens das plantas. Verifica-se, inicialmente, paralisação do crescimento, clorose e arroxeamento de nervuras e extremidades em gramíneas (Fig. 2), que evoluem para necrose e morte da planta.
Comportamento no solo
As imidazolinonas são reconhecidas pelo residual que pode vir a causar injúrias nas culturas semeadas em sequência. Os danos dependem das características físicas, químicas e do manejo do solo e também, da dose utilizada de imazetapir.
De modo geral, a persistência é maior em solos mantidos sob saturação hídrica. A ausência de oxigênio reduz significativamente a atividade dos microrganismos que degradam o herbicida a compostos menos fitotóxicos. Além disso, a calagem também é recomendada, uma vez que a persistência é maior em pHs mais ácidos.
A pressão de vapor do imazetapir é de 1,3 x 10-5 Pa, assim, as perdas por volatilização são desprezíveis. A meia vida relatada varia de 60 a 90 dias.
Relatos de resistência
A ALS, enzima alvo do imazetapir, é reconhecida pela ocorrência de diversas mutações que viabilizam a sobrevivência de plantas daninhas. Como resultado, até o momento, são relatados doze casos de resistência ao herbicida no Brasil, nas seguintes espécies:
- Picão-preto (Bidens pilosa, Bidens subalternans)
- Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
- Nabiça (Raphanus sativus)
- Losna (Parthenium hysterophorus)
- Arroz daninho (Oryza sativa var. sylvatica)
- Capim-arroz (Echinochloa crus-galli var. crus-galli)
- Chapéu-de-couro (Sagittaria montevidensis)
- Junquinho (Cyperus iria)
- Caruru gigante (Amaranthus palmeri)
Imazetapir pode ser aplicado na dessecação pré-semeadura?
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Literatura consultada
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