O herbicida quizalofope é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de gramíneas.
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Marcas comerciais: AUG 126, Celebrate (cletodim + quizalofope-P-etílico), Kroll (cletodim + quizalofope-P-etílico), Miura EC, Panther 120 EC (quizalofope-P-tefurílico), Provisia 50 EC, Targa Max, Targa Max HT, Targa 50 EC.
EC – Concentrado emulsionável
1 – Recomendações de uso
Culturas: acácia negra, algodão, amendoim, arroz tolerante a quizalofope, aveia, batata, café, cebola, centeio, cevada, citros, ervilha, eucalipto, feijão, feijão-caupi, grão-de-bico, lentilha, pinus, soja, tomate, trigo e triticale.
Plantas daninhas controladas pelo quizalofope:
Arroz daninho (Oryza sativa)
Aveia voluntária (Avena sativa)
Azevém (Lolium multiflorum)
Braquiarão (Brachiaria brizantha)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-arroz (Echinochloa crusgalli, Echinochloa colona)
Capim-braquiária (Brachiaria decumbens)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis)
Capim-colonião (Panicum maximum)
Capim-oferecido (Pennisetum setosum)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Capim-rabo-de-raposa (Setaria geniculata)
Grama-bermuda (Cynodon dactylon)
Milho voluntário (Zea mays)
Sorgo-de-alepo (Sorghum halepense)
Posicionamento: algodão, amendoim, ervilha, feijão, feijão-caupi, grão de bico, lentilha e soja – em pós-emergência das gramíneas, quando estas ainda estiverem entre o estágio do 1º para o 2º perfilho e em pleno crescimento. Na entressafra, a dessecação do milho voluntário deve ocorrer a partir de V5. Citros, café – em pós-emergência das gramíneas. Tomate, cebola, batata e amendoim – aplicar em pós-emergência da cultura e das plantas daninhas. Acácia-negra, eucalipto e pinus – realizar uma aplicação em pós-emergência da cultura e das plantas daninhas, com até 2 perfilhos. Aveia, centeio, cevada, trigo e triticale – aplicar para manejo de gramíneas, 7 dias antes da semeadura da cultura. Arroz tolerante a quizalofope (Provisia) – efetuar a 1ª aplicação do herbicida após a semeadura do arroz e em pós-emergência das plantas daninhas (2-4 folhas). A 2ª aplicação, caso seja necessária, deve ser realizada 15 dias após a primeira, nas mesmas doses e estádio das plantas daninhas, visando o controle de reinfestações. Além disso, a mistura de cletodim + quizalofope-P-etílico é recomendada para o manejo em pré-semadura da soja, com o objetivo de controlar capim-amargoso. Para tal, devem ser realizadas duas aplicações sequenciais, espaçadas 21 dias, pelos menos 7 dias antes da semeadura da soja.
Doses: 36 a 120 g i.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida
Grupo químico: ácido arilofenoxipropiônico.
Pressão de vapor: 4,0 x 10-5 Pa (20ºC).
Solubilidade: 0,3 mg/L de água (20ºC).
pKa: 1,25 (ácido fraco).
Kow: log Kow = 4,66 (23ºC).
3 – Comportamento do quizalofope nas plantas
Absorção e translocação: absorção foliar bem mais lenta, quando comparado aos outros herbicidas do mesmo grupo químico. Após atravessar a membrana, a molécula dissocia, gerando acúmulo de quizalofope no interior da célula (armadilha iônica). Esse comportamento resulta em mobilidade simplástica, incluindo o floema, na direção das regiões meristemáticas.
Mecanismo de ação: inibidor da Acetil CoA carboxilase (ACCase).
Classificação HRAC: grupo A.
Sintomatologia: inibição do crescimento, seguida por clorose dessa região. Os pontos de crescimento logo acima dos nós tornam-se necróticos e soltam com facilidade. As folhas mais velhas podem se tornar avermelhadas ou arroxeadas.
Metabolismo e seletividade: quizalofope-P-etílico e quizalofope-P-tefurílico são metabolizados para a forma ácida do herbicida.
Casos de resistência: um biótipo de capim-marmelada foi relatado como resistente ao quizalofope e outros inibidores de ACCase no Brasil.
Mecanismos de resistência: principalmente sítio de ação alterado.
4 – Comportamento no ambiente
Sorção: moderadamente adsorvido ao solo arenoso e fortemente adsorvido a solos siltosos e argilosos.
Koc: média de 510 mL/g para o etílico.
Transformação: rapidamente degradado por microrganismos no solo.
Persistência: moderado residual, com meia-vida de 60 dias. A supressão depende da dose aplicada, e da umidade e características do solo.
Mobilidade: muito baixa mobilidade no solo.
Volatilização: perdas desprezíveis.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre
Volume de calda: 300 a 500 L/ha.
Preparação da calda: colocar água limpa no tanque do pulverizador (pelo menos 3/4 de sua capacidade) ou de tal forma que atinja a altura do agitador (ou retorno) e, com a agitação acionada, adicionar a quantidade recomendada do produto. Também manter a calda sob agitação constante durante a pulverização. A aplicação deve ser realizada no mesmo dia da preparação da calda.
Tamanho de gotas: gotas médias a grossas.
Pontas de pulverização: não especificado em bula.
Altura da barra: a barra deverá estar posicionada em distância adequada do alvo, conforme recomendação do fabricante do equipamento e pontas, de acordo com o ângulo de abertura do jato.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/hora.
Umidade do ar: acima de 50%.
Temperatura: abaixo de 30ºC.
6 – Incompatibilidades e limitações de uso
Não aplicar em plantas infestantes em condições de estresse hídrico. Por outro lado, a ocorrência de chuvas dentro de um período de duas horas após a aplicação pode afetar o desempenho do produto. Usar somente em cultivares tolerantes ao herbicida.
7 – Facilitadores de eficácia
Quando recomendado em bula, adicionar o adjuvante à calda após o produto. Além disso, para arroz de terras baixas, é importante a entrada da água 48 a 72 horas após aplicação do quizalofope para garantir o perfeito funcionamento do herbicida e impedir a germinação de novas infestações. Ainda, a lâmina de água deve ser mantida durante todo o ciclo, até a maturação da cultura.
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Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 26 abr. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 26 abr. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.