Conheça e aplique melhor os herbicidas

Cialofope-butílico

O herbicida cialofope-butílico é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de gramíneas.

Marcas comerciais: Clincher e Raster (cialofope-butílico + penoxsulam).

EC – Concentrado emulsionável
SE – Suspo-emulsão

1 – Recomendações de uso:

Culturas: arroz.
Plantas daninhas controladas pelo cialofope-butílico:
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-arroz (Echinochloa colona, Echinochloa crusgalli, Echinochloa cruspavonis)
Posicionamento: aplicar em pós-emergência, quando as plantas daninhas apresentarem, idealmente, de 2 a 3 folhas. Usar dose maior, quando as plantas daninhas apresentarem até 1 perfilho.
Doses: 180 a 315 g i.a./ha.

Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.

2 – Características físico-químicas do herbicida:

Grupo químico: ácido arilofenoxipropiônico.
Pressão de vapor: 5,3 x 10-5 Pa (25ºC).
Solubilidade: 0,46 mg/L de água (pH 5, 20ºC)
pKa: 3,9 (25ºC).
Kow: log Kow = 3,32 (25ºC).

3 – Comportamento nas plantas:

Absorção e translocação: prontamente absorvido pela parte aérea, com mobilidade moderada pelo floema, movendo-se para os pontos de crescimento. No entanto, a mobilidade é ainda mais reduzida após o perfilhamento das gramíneas.
Mecanismo de ação: inibidor da Acetil CoA Carboxilase (ACCase).
Classificação HRAC: grupo A.
Sintomatologia: paralisação do crescimento, amarelecimento das folhas mais jovens. Posteriormente, ocorre a necrose da base dos pontos de crescimento, fazendo com que as folhas centrais soltem com facilidade, sendo esse, um sintoma característico desse mecanismo de ação. Pode ocorrer também o arroxeamento das folhas mais velhas, devido ao comprometimento da integridade das membranas.
Metabolismo e seletividade: em espécies tolerantes como o arroz, o herbicida é rapidamente metabolizado para compostos inativos. Já em suscetíveis, ocorre a formação de metabólitos fitotóxicos.
Casos de resistência: no Brasil, populações de capim-arroz (Echinochloa crus-galli var. crus-galli), milhã (Digitaria ciliaris) e capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) sobrevivem ao herbicida. Além dessas, diversas outras espécies de gramíneas também são relatadas como resistentes no mundo.
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado e resistência metabólica.

4 – Comportamento no ambiente:

Sorção: fortemente adsorvido ao solo.
Koc: 1581 a 6170 mg/g
Kd: –
Transformação: hidrolisado em pH básico (9,0) e degradado pelos microrganismos do solo.
Persistência: meia-vida de horas, devido a rápida degradação no solo.
Mobilidade: muito baixa, como resultado da forte adsorção.
Volatilização: desprezível.

5 – Tecnologia de aplicação terrestre:

Volume de calda: 80 a 200 L/ha.
Preparação da calda: adicionar adjuvante conforme indicado pela bula.
Tamanho de gotas: classe grossa ou superior.
Pontas de pulverização: jato plano, como AIXR 110.015.
Altura da barra: 0,5 m acima do alvo.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: acima de 60%.
Temperatura: abaixo de 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: evitar misturas em tanque com herbicidas inibidores da ALS e auxinas sintéticas. Além disso, chuvas até 4 horas após a aplicação comprometem a eficácia do cialofope-butílico.
Facilitadores de eficácia: o adequado estádio de desenvolvimento das plantas daninhas (uma folha até o início do perfilhamento) é importante para a maior eficácia de controle de cialofope-butílico.

Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 4 fev. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 4 fev. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.
TAKANO, H. K. et al. ACCase-inhibiting herbicides: mechanism of action, resistance evolution and stewardship. Scientia Agricola, v. 78, n. 1, e20190102, 2021.

AVISO DE DIREITOS AUTORAIS: 

Todo o material desse site, sendo proibida toda e qualquer forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de uso, sem autorização prévia. E-mail: contato@weedout.com.br

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Quer estar por dentro das novidades no manejo de plantas daninhas? Deixe seu email!

Também detestamos spam. Não se preocupe, você não receberá email todo dia! :)

Artigos relacionados:

error:

Facilite a eficácia de controle.

Conheça e aplique melhor: um guia completo de todos os herbicidas registrados para uso no Brasil.

Domine o controle químico das plantas daninhas.

Mantenha-se atualizado!

Receba, direto no seu email, um resumo mensal do nosso conteúdo.

Fique tranquilo, também não gostamos de spam.