O herbicida MCPA é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e, principalmente, eudicotiledôneas.
Marcas comerciais: Agritone.
SL – Concentrado solúvel
1 – Recomendações de uso:
Culturas: algodão, aveia, cana-de-açúcar, cevada, soja e trigo.
Plantas daninhas controladas pelo MCPA:
Algodão voluntário (Gossypium hirsutum)
Buva (Conyza bonariensis)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Corda-de-viola (Ipomoea grandifolia)
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)
Nabo (Raphanus raphanistrum)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
Soja voluntária (Glycine max)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento: aveia, cevada e trigo – aplicar em área total, antes da semeadura visando a dessecação da área, em pós-emergência das plantas daninhas no início do desenvolvimento vegetativo, com no máximo 6 pares de folhas. Além disso, pode ser aplicado em pós-emergência das culturas e das plantas infestantes, no período entre o estádio de 5 folhas e o início do emborrachamento. Soja – aplicar em área total, 10 dias antes do plantio da cultura, visando a dessecação da área, em pós-emergência das plantas infestantes, no início do desenvolvimento vegetativo. Cana-de-açúcar – aplicar em jato dirigido, em pós emergência das plantas infestantes, com no máximo 6 folhas, e quando a cana atingir o estádio a partir de 4 a 5 folhas. Repetir a aplicação após cada corte da cana. Manejo outonal pós-colheita de algodão e soja – aplicar sobre plantas em estádio inicial de desenvolvimento vegetativo (até 10 cm e com duas a quatro folhas desenvolvidas), quando estas estão fisiologicamente ativas e em condições climáticas adequadas. Controle de soqueira de algodão – aplicar após a roçada mecânica dos restos culturais da cultura do algodoeiro, em pós colheita, quando a maioria das plantas estiverem no início do rebrote. Reaplicar após 21 dias.
Doses: 360 a 1440 g e.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida:
Grupo químico: ácido ariloxialcanóico.
Pressão de vapor: 2,0 x 10-4 Pa (20ºC, do ácido).
Solubilidade: ácido – 825 mg/L de água (25ºC), sal DMA – 866000 mg/L de água (pH 7).
pKa: 3,12 (ácido fraco).
3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: MCPA é facilmente absorvido pelas folhas. Após ser absorvido pela célula, fica retido devido à sua dissociação (armadilha iônica). Além disso, é absorvido pelas raízes e parte aérea durante a emergência do solo. É transportado via floema (simplasto), acumulando-se nos pontos de crescimento.
Mecanismo de ação: mimetizador de auxina.
Classificação HRAC: grupo O.
Sintomatologia: epinastia de caules e pecíolos, acompanhado de encarquilhamento das folhas. Porém, as nervuras costumam ter aspecto normal. Em sequência, ocorre clorose dos tecidos jovens, paralisação do crescimento, murcha e necrose. Porém, a morte costuma ser lenta.
Metabolismo e seletividade: rapidamente metabolizado para a forma ácida e também conjugado com a glucose. Em espécies tolerantes a mobilidade é significativamente mais lenta, com formação de compostos imóveis.
Casos de resistência: até o momento, 17 casos de resistência foram relatados. No entanto, nenhum no Brasil.
Mecanismos de resistência: rápido metabolismo, com formação de conjugados sem ação fitotóxica e sítio de ação alterado.
4 – Comportamento no ambiente:
Sorção:
Koc: 110 mL/g para a forma ácida e 20 mL/g para o sal de dimetilamina.
Transformação: metabolizado por microrganismos.
Persistência: meia-vida de 5 a 6 dias.
Mobilidade: MCPA lixivia facilmente no solo.
Volatilização: menores perdas na formulação salina.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 100 a 200 L/ha.
Preparação da calda: abastecer o pulverizador com água limpa em até 3/4 de sua capacidade. Ligar o agitador e adicionar o produto de acordo com a dose recomendada para a cultura. Manter o agitador ligado, completar o volume de água do pulverizador e aplicar imediatamente na cultura.
Tamanho de gotas: não especificado em bula. Porém, para minimizar o risco de deriva, recomenda-se utilizar gotas, no mínimo grossas e pontas com indução de ar.
Pontas de pulverização: não especificado em bula.
Altura da barra: regule a altura da barra para a menor possível a fim de obter uma cobertura uniforme e reduzir a exposição das gotas à evaporação e ao vento.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: acima de 50%.
Temperatura: abaixo de 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: MCPA pode apresentar fitotoxicidade para cereais, quando a aplicação é feita antes do perfilhamento ou após a elongação. Além disso, quando em contato, pode inibir a germinação de sementes. Não misturar com óleos, espalhantes adesivos e outros adjuvantes, pois isso diminui sua seletividade.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 24 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 24 mar. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.
Clorimurom-etílico
Clorimurom-etílico controla caruru, corda-de-viola, erva-quente e outras folhas largas nas culturas do café, citros, eucalipto, pinus e soja.
Azinsulfurom
Seletivo e sistêmico, o azinsulfurom controla ciperáceas e sagitária na cultura do arroz irrigado.
Pendimetalina
Quem é do arroz já aplicou Herbadox. Pendimetalina segue firme e forte, de roupa nova, controlando muito capim em pré-emergência!
Amicarbazona
Seletiva para cana-de-açúcar, milho e pastagem, a amicarbazona controla capins, caruru, buva, trapoeraba e muitas outras plantas daninhas.