O herbicida quincloraque é seletivo, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.
Acesso rápido
Marcas comerciais: Facet.
WP – Pó molhável
1 – Recomendações de uso
Culturas: arroz irrigado.
Plantas daninhas controladas pelo quincloraque:
Angiquinho (Aeschynomene denticulata, Aeschynomene rudis)
Capim-arroz (Echinochloa colona, Echinochloa crusgalli, Echinochloa cruspavonis)
Posicionamento: aplicar em área total, quando as plantas daninhas apresentarem de 2 a 6 folhas e até 2 afilhos, a depender da espécie. Além disso, recomenda-se irrigar a área tratada em até 7 dias após a aplicação do produto, principalmente em solos ricos em matéria orgânica (acima de 4% de M.O).
Doses: 350 g i.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida
Grupo químico: ácido quinolinocarboxílico.
Pressão de vapor: < 1,33 x 10-5 Pa.
Solubilidade: 63 mg/L de água (20ºC).
pKa: 4,34 (ácido fraco).
Kow: 0,07 (pH 7).
3 – Comportamento nas plantas
Absorção e translocação: absorvido pela parte aérea durante a emergência do solo e raízes. Também é absorvido pela parte aérea após a emergência. Move-se tanto pelo xilema, quanto pelo floema.
Mecanismo de ação: inibidor da síntese de celulose (gramíneas) e mimetizador de auxinas (folhas largas).
Classificação HRAC: grupo L (gramíneas) e grupo O (folhas largas).
Sintomatologia: em folhas largas, resulta em epinastia dos caules e pecíolos, intumescimento de nós e encarquilhamento de folhas. Segue clorose, murcha, necrose e morte. As gramíneas suscetíveis apresentam clorose na zona de crescimento, seguida por clorose generalizada e necrose.
Metabolismo e seletividade: muito lentamente metabolizado pelas plantas.
Casos de resistência: os relatos de resistência totalizam 17, em nível mundial. Quatro deles correspondem a capim-arroz (E. crusgalli, E. cruspavonis) no Brasil.
Mecanismos de resistência: em gramíneas, sítio de ação alterado envolvendo a rota de biossíntese da celulose.
4 – Comportamento do quincloraque no ambiente
Transformação: degradado por microrganismos.
Persistência: resíduos podem afetar culturas em até um ano após a aplicação.
Mobilidade: dependente da matéria orgânica e da taxa de percolação do solo.
Volatilização: perdas desprezíveis.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre
Volume de calda: 200 a 300 L/ha.
Preparação da calda: colocar água limpa no tanque do pulverizador (pelo menos 3/4 de sua capacidade) ou de tal forma que atinja a altura do agitador (ou retorno). Sempre com a agitação acionada, adicionar a quantidade recomendada do produto. Também manter a calda sob agitação constante durante a pulverização. A aplicação deve ser realizada no mesmo dia da preparação da calda. Adicionar o adjuvante à calda após o produto.
Tamanho de gotas: usar pontas que possibilitem boa cobertura das plantas alvo e que produzam gotas de classe acima de muito grossas (VC) conforme norma ASABE S572.1.
Pontas de pulverização: utilize preferencialmente pontas com indução de ar, com indução de ar defletora ou com indução de ar e pré-orifício.
Altura da barra: a barra pulverizadora deverá estar posicionada a 50 cm de altura do alvo a ser atingido. Quanto menor a distância entre a altura da barra e o alvo a ser atingido (desde que não comprometa a qualidade da aplicação), menor a exposição das gotas e menor o impacto na aplicação pelas condições ambientais, como a evaporação e transporte pelo vento.
Velocidade do vento: entre 03 a 10 km/h.
Umidade do ar: acima de 60%.
Temperatura: menor que 30ºC.
6 – Incompatibilidades e limitações de uso
A ocorrência de chuvas dentro de um período de quatro horas após a aplicação pode afetar o desempenho do produto. Ainda, o uso de inseticidas fosforados, carbamatos ou piretróides não induz efeitos fitotóxicos nas plantas de arroz tratadas com quincloraque. E, após o tratamento, manter a água de irrigação nos quadros. Não utilizar água drenada de áreas tratadas, para irrigar outros tipos de culturas.
7 – Facilitadores de eficácia
Estádio iniciais de desenvolvimento viabilizam maior eficácia de controle das plantas daninhas. Além disso, a presença de umidade na lavoura favorece a ação do produto, mas não deve haver lâmina de água com mais de 5 cm de profundidade, para não reduzir demasiadamente a concentração.
Conheça e aplique melhor os herbicidas:
Haloxifope-P-metílico
A aplicação de haloxifope-P-metílico não deve ser realizada antes de 10 dias após uma aplicação 2,4-D na mesma área. Entenda o motivo!
Quizalofope
Quizalofope controla gramíneas em soja, cereais de inverno, batata, cebola, frutíferas, florestais além de arroz vermelho no arroz irrigado!
Lactofem
Aplicado em pós-emergência da soja, o lactofem controla caruru, erva-quente e muitas outras plantas daninhas. Saiba como usar esse herbicida!
Dazomete
O fumigante de solo dazomete visa a desinfecção e desinfestação do solo para posterior semeadura ou transplantio.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 25 abr. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 25 abr. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.