O herbicida piroxasulfona é seletivo, sistêmico, posicionado em pré-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.
Marcas comerciais: Falcon (flumioxazina + pyroxasulfone), Kyojin (flumioxazina + pyroxasulfone), Ritmo (amicarbazona + pyroxasulfone), Yamato e Yamato SC.
SC – Suspensão concentrada
WG – Grânulos dispersíveis em água
1 – Recomendações de uso:
Culturas: amendoim, batata, café, cana-de-açúcar, cevada, citros, eucalipto, fumo, girassol, mandioca, milho, pinus, soja e trigo.
Plantas daninhas controladas por piroxasulfona:
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Azevém (Lolium multiflorum)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-braquiária (Brachiaria decumbens)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis)
Capim-colonião (Panicum maximum)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Caruru-palmeri (Amaranthus palmeri)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Trapoeraba (Commelina benghalensis)
Posicionamento:
Amendoim, batata, cevada e girassol – realizar uma aplicação em pré-emergência total (pré-emergência da cultura e das plantas infestantes).
Café – na arruação, fazer a aplicação em jato dirigido no solo após dessecação das plantas infestantes presentes na área.
Cana-de-açúcar – aplicar em área total pós plantio da cana-de-açúcar ou após a colheita em cana soca, em pré-emergência total (pré-emergênciada cultura e das plantas infestantes. A aplicação deve ser em época úmida em cana soca e cana planta.
Citros – realizar aplicação única na arruação – fazer a aplicação em jato dirigido no solo após dessecação das plantas infestantes presentes na área.
Eucalipto e pinus – aplicar em pós-transplantio, sobre as mudas (aplicação em “over-the-top”) e em pré-emergência das plantas infestantes; ou aplicação visando o manejo de plantas infestantes em pré-emergência (após uma dessecação de manutenção em jato dirigido ou para complementar a eficácia de outro herbicida de ação pré-emergente) durante o período inicial de estabelecimento da cultura, permitindo aplicação sobre as plantas de eucalipto e pinus.
Fumo – realizar a primeira aplicação 20 dias antes do transplante da cultura e a segunda aplicação em jato dirigido, 20 dias após o transplante da cultura, ambas em pré-emergência das plantas infestantes.
Milho, soja e trigo – aplicação pós plantio em área total, no entanto, em pré-emergência da cultura e das plantas infestantes.
A mistura formulada de piroxasulfona + flumioxazina é recomendada para a aplicação em pré-emergência das plantas daninhas nas culturas do café, cana-de-açúcar, citros, eucalipto, mandioca e pinus. Além disso, a mistura também possui registro para milho, soja e trigo, sendo aplicada em pré-emergência dessas culturas e das plantas daninhas. Ainda, a mistura formulada de piroxasulfona com amicarbazona é indicada para controle em pré-emergência na cana-de-açúcar.
Doses: 93,5 a 300 g i.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida:
Grupo químico: pirazol.
Pressão de vapor: 2,4 x 10-6 Pa (25ºC).
Solubilidade: 3,49 mg/L de água (20ºC).
pKa: não ionizável.
Kow: Log Pow = 2,39 (pH 8,7, a 25ºC).
3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: absorvido pelas raízes e pela parte aérea durante a emergência. Move-se da base em direção as folhas (acropetalmente). No entanto, esse movimento é irrelevante, uma vez que piroxasulfona é fitotóxico apenas durante a emergência.
Mecanismo de ação: inibidor da síntese de ácidos graxos de cadeia muito longa (VLCFAs).
Classificação HRAC: grupo K3.
Sintomatologia: inibição da emergência em espécies mais suscetíveis. Quando a emergência ocorre, as folhas das gramíneas apresentam-se retorcidas e mal formadas. Em folhas largas como o caruru, a nervura central fica encurtada, conferindo um aspecto de coração à folha. Além disso, o limbo foliar pode ficar enrugado.
Metabolismo e seletividade: metabolizado via clivagem de ligações pela glutationa.
Casos de resistência: biótipos de Avena fatua e Amaranthus tuberculatus apresentam resistência ao herbicida, no Canadá e Estados Unidos, respectivamente.
Mecanismos de resistência: metabolismo aumentado.
4 – Comportamento no ambiente:
Sorção: moderadamente adsorvido ao solo.
Koc: de 57 a 119, com média de 95 mL/g.
Transformação: rápida degradação no solo, via ação microbiana.
Persistência: não persistente. Meia-vida varia de 16 a 26 dias.
Mobilidade: baixo potencial para lixiviação. No entanto, a depender da textura do solo, chuvas em excesso após a aplicação de piroxasulfona, podem acarretar na lixiviação do produto para camadas de solo abaixo do banco de sementes das plantas daninhas, podendo resultar em eficácia insatisfatória e diminuição do residual do herbicida.
Volatilização: perdas desprezíveis.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 150 a 300 L/ha.
Preparação da calda: colocar água limpa no tanque do pulverizador (pelo menos ¾ de sua capacidade) ou de tal forma que atinja a altura do agitador (ou retorno) e, com a agitação acionada, adicionar a quantidade recomendada do produto. Também manter a calda sob agitação constante durante a pulverização. A aplicação deve ser realizada no mesmo dia da preparação da calda.
Tamanho de gotas: de 20 a 30 gotas/cm² com Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) de 200 a 300 micra.
Pontas de pulverização: bico tipo leque de jato plano comum – com pontas do tipo XR teejet, Teejet Albuz; bico tipo leque de grande ângulo – com pontas do tipo Turbo floodjet; bico tipo cônico de grande ângulo – com pontas do tipo Fulljet; ou similares.
Altura da barra: ajuste a barra de forma a obter distribuição uniforme do produto, de acordo com o desempenho dos elementos geradores de gotas. Todas as pontas da barra deverão ser mantidas à mesma altura em relação ao topo das plantas ou do alvo de deposição. Regule a altura para a menor possível a fim de obter uma cobertura uniforme e reduzir a exposição das gotas à evaporação e ao vento.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: acima de 50%.
Temperatura: abaixo de 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: chuvas excessivas podem acarretar transporte para as linhas de semeadura, resultando em fitotoxicidade para a cultura.
Facilitadores de eficácia: períodos prolongados de seca poderão influenciar na atividade pré-emergente do herbicida no solo, podendo resultar em eficácia insatisfatória no controle das plantas infestantes. Dessa forma, as chuvas em quantidades normais e/ou irrigação são muito bem-vindas após a pulverização, pois são benéficas por promover a incorporação do produto na camada superficial, favorecendo a eficácia no controle. Além disso, em solos pesados e em áreas com alta densidade das espécies de plantas infestantes que é indicado, recomenda-se aplicar as doses mais altas do herbicida.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 19 abr. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 19 abr. 23.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.
Diclosulam
Diclosulam controla, em pré-emergência, plantas daninhas como beldroega, buva, caruru, erva-quente e alguns capins na soja e cana-de-açúcar.
Dazomete
O fumigante de solo dazomete visa a desinfecção e desinfestação do solo para posterior semeadura ou transplantio.
S-metolacloro
S-metolacloro, isolado ou em mistura com flumioxazina, metribuzim, atrazina, fomesafem e outros é valiosa opção no manejo de resistência.
Trifluralina
A trifluralina é velha conhecida no manejo de plantas daninhas. Saiba quais são as novas formulações que não exigem mais sua incorporação!