O herbicida glifosato é de ação total, mas também seletivo condicional, sistêmico, posicionado em pós-emergência para o controle de mono e eudicotiledôneas.
Marcas comerciais: Arrange (glifosato + 2,4-D), Astral, Baris, Braddock SL, Braddock Ultra, Clearup, Credit 480, Credit, Crucial, Decisive, Direct, Direto (glifosato + imazetapir), Enlistduo Colex-D (glifosato + 2,4-D), Flextar GT (fomesafem + glifosato), Fusta WG, Gli Ouro, Gliall, Glif-All, Glifocopa 480 SL, Glifocopa 720 WG, Glifoready Sumitomo, Glifoready, Gliforte, Glifosal SAFE, Glifosal, Glifosato 480 Citromax, Glifosato 480 SL Agroimport, Glifosato 480 SL Alamos, Glifosato 480 SL CCAB, Glifosato 480 Sumitomo, Glifosato 72 WG Alamos, Glifosato 720 WG Nortox, Glifosato Alta 480 SL, Glifosato CCAB 480 SL, Glifosato CCAB BR, Glifosato CHD’S, Glifosato Farmway 480, Glifosato High Load, Glifosato IPA 480 Rainbow, Glifosato K Atanor, Glifosato Nortox 480 BR, Glifosato Nortox 480 SL, Glifosato Nortox SL, Glifosato Nortox Ultra, Glifosato Nortox WG, Glifosato Nortox, Glifosato SCB BR, Glifosato Soma 480 SL, Glifosato Sumitomo 720 WG, Glifosato UPL 480 SL, Glifox 480 BR, Glifoxin WG, Glifoxin, Glimor WG, Glister, Gli-Up 480 SL, Gli-Up 720 WG, Glizmax Prime, Glizmax, Glyphon, Glyphotal TR, Glyphotal WG, Glyphotal, Glyweed, Kick-Off 480 SL, Lifter (glifosato + 2,4-D), Mademato, Maxizato, Mojjave, MourãoBR, Mpower Glifosato 480 SL, Nortox Maximus (clorimurom-etílico + glifosato), Nufosate BR, Nufosate, Pilarsato Pocco 480 SL, Potensato, Preciso WG, Preciso WWG, Preciso XK, Radar WG, Randell 648 SL, Raprus (glifosato + S-metolacloro), Rayo, Ridover, Roundup Original DI, Roundup Original Mais, Roundup Original, Roundup Transorb R, Roundup Ultra, Roundup WG, Rustler RHS, Sato 648, Scout, Senha SL, Senha WG, Sequence (glifosato + S-metolacloro), Shadow 480 SL, Shadow, Soldier, Stinger WG, Sumô, Teardown, Tecnup Max 720 WG, Tecnup Premium, Tecnup Premium 480 SL, Tecnup, Templo, Top 480 SL, Topatudo, Touchdown, Tracking 720 WG, Trop M, Trop Max, Trop Milenia, Trop Supra, Trop, Willosate, Wipe Out, Xeque Mate HT, Xeque Mate, Zafera,, Zapp QI 620, Zapp WG 720 e Zavit.
SG – Granulado solúvel
SL – Concentrado solúvel
WG – Grânulos dispersíveis em água
1 – Recomendações de uso:
Culturas: abacate, abacaxi, açaí, algodão geneticamente modificado resistente ao glifosato, algodão, ameixa, amendoim, anonáceas, área abaixo e adjacente à cerca denominada aceiro, áreas em pousio, arroz irrigado, arroz, aveia, aveia-preta, azevém, banana, batata-doce, batata-yacon, beterraba, cacau, café, caju, cana-de-açúcar, caqui, cará, carambola, castanha-do-pará, cenoura, centeio, cevada, citros, coco, cupuaçu dendê, duboisia, ervilha, eucalipto, feijão, feijão-caupi, figo, fumo, gão-de-bico, gengibre, goiaba, guaraná, inhame, kiwi, lentilha, maçã, macadâmia, mamão, mandioca, mandioca-salsa, manga, mangaba, maracujá, marmelo, milheto, milho, milho geneticamente modificado resistente ao glifosato, nabo, nectarina, nêspera, noz-pecã, pastagens, pêra, pêssego, pinhão, pinus, pupunha, rabanete, romã, seringueira, soja, soja geneticamente modificada resistente ao glifosato, sorgo, trigo, triticale e uva.
Plantas daninhas controladas pelo glifosato:
Agrião-do-pasto (Synedrellopsis grisebachii)
Alfafa (Medicago sativa)
Almeirão-do-campo (Hypochoeris radicata)
Amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla)
Angiquinho (Aeschynomene rudis, Aeschynomene denticulata)
Anileira (Indigofera hirsuta)
Apaga-fogo (Alternanthera tenella)
Arroz daninho (Oryza sativa)
Assa-peixe (Vernonia ferruginea)
Aveia (Avena sativa)
Aveia-voluntária (Avena strigosa)
Azedinha (Oxalis oxyptera)
Azevém (Lolium multiflorum)
Barbasco (Pterocaulon virgatum)
Beldroega (Portulaca oleracea)
Boca-de-leão-selvagem (Antirrhinum orontium)
Braquiarão (Brachiaria brizantha)
Buva (Conyza bonariensis)
Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum)
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Capim-angola (Brachiaria mutica)
Capim-arroz (Echinochloa crusgalli, Echinochloa cruspavonis, Echinochloa colona)
Capim-azedo (Paspalum conjugatum)
Capim-branco (Chloris polydactyla)
Capim-braquiária (Brachiaria decumbens)
Capim-caiana (Panicum cayennense)
Capim-canoão (Setaria poiretiana)
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Capim-cebola (Chloris pycnothrix)
Capim-colchão (Digitaria horizontalis, Digitaria sanguinalis, Digitaria ciliaris)
Capim-colonião (Panicum maximum)
Capim-coqueirinho (Chloris retusa)
Capim-da-guiné (Paspalum paniculatum)
Capim-da-roça (Paspalum urvillei)
Capim-do-brejo (Paspalum consperssum)
Capim-elefante (Pennisetum purpureum)
Capim-favorito (Rhynchelitrum repens)
Capim-forquilha (Paspalum conjugatum)
Capim-gengibre (Paspalum maritimum)
Capim-gordura (Melinis minutiflora)
Capim-jaraguá (Hyparrhenia rufa)
Capim-kikuio (Pennisetum clandestinum)
Capim-marmelada (Brachiaria plantaginea)
Capim-massambará (Sorghum halepense)
Capim-membeca (Andropogon leucostachyus)
Capim-mimoso (Eragrostis pilosa)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Capim-rabo-de-burro (Andropogon bicornis)
Capim-rabo-de-raposa (Setaria geniculata)
Capitinga (Axonopus compressus)
Carqueja (Baccharis dracunculifolia, Baccharis trimerasoli)
Carrapichão (Xanthium strumarium)
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Carrapicho-rasteiro (Acanthospermum australe)
Caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus)
Caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)
Caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus)
Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
Cevadilha (Bromus catharticus)
Cheirosa (Hyptis suaveolens)
Cipó-cabeludo (Mikania cordifolia)
Corda-de-viola (Ipomoea aristolochiaefolia, Ipomoea purpurea, Ipomoea nil, Ipomoea quamoclit, Ipomoea indivisa, Ipomoea hederifolia)
Cordão-de-frade (Leonotis nepetifolia)
Corriola (Dichondra microcalyx)
Cravo-de-defunto (Tagetes minuta)
Dente-de-leão (Taraxacum officinale)
Erva-andorinha (Chamaesyce hyssopifolia)
Erva-de-bicho (Polygonum persicaria)
Erva-de-santa-luzia (Chamaesyce hirta)
Erva-de-santa-maria (Chenopodium ambrosioides)
Erva-de-touro (Tridax procumbens)
Erva-lanceta (Solidago chilensis)
Ervilhaca (Vicia sativa)
Espérgula (Spergula arvensis)
Esqueleto (Ipomoea quamoclit)
Falsa-dormideira (Chamaecrista nictitans)
Falsa-serralha (Emilia sonchifolia)
Falso-cominho (Fimbristylis miliacea)
Falso-massambará (Sorghum arundinaceum)
Fedegoso-branco (Senna obtusifolia, Senna occidentalis)
Flor-das-almas (Senecio brasiliensis)
Grama-batatais (Paspalum notatum)
Grama-boiadeira (Luziola peruviana)
Grama-comprida (Paspalum dilatatum)
Grama-seda (Cynodon dactylon)
Grama-touceira (Paspalum paniculatum)
Grandiúva (Trema micrantha)
Guanxuma (Malvastrum coromandelianum, Sida rhombifolia, Sida cordifolia)
Guanxuma-branca (Sida glaziovii)
Joá (Solanum palinacanthusm)
Joá-de-capote (Nicandra physaloides)
Junquinho (Cyperus difformis, Cyperus ferax)
Jurubeba (Solanum paniculatum)
Lanceta (Eclipta alba)
Língua-de-vaca (Rumex crispus, Rumex obtusifolius)
Losna-branca (Parthenium hysterophorus)
Macela (Gnaphalium pensylvanicum)
Malva-branca (Sida cordifolia)
Maria-gorda (Talinum paniculatum)
Maria-mole (Senecio brasiliensis)
Maria-pretinha (Solanum americanum)
Mata-pasto (Eupatorium maximilianii)
Mentrasto (Ageratum conyzoides)
Milheto (Pennisetum americanum)
Milho (Zea mays)
Mostarda (Brassica rapa)
Nabo-bravo (Raphanus raphanistrum, Raphanus sativus)
Pega-pega (Desmodium tortuosum)
Picão-branco (Galinsoga parviflora)
Picão-preto (Bidens pilosa)
Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
Poaia-do-campo (Spermacoce alata, Diodia ocimifolia)
Quebra-pedra (Phyllanthus tenellus, Phyllanthus niruri)
Quebra-pedra-rasteira (Chamaesyce prostata)
Rubim (Leonorus sibiricus)
Samambaia (Pteridium aquilinum)
Sapé (Imperata brasiliensis)
Serralha (Sonchus oleraceus)
Sorgo (Sorghum bicolor)
Taboca (Guadua angustifolia)
Tanchagem (Plantago major)
Tanner grass (Brachiaria subquadripara)
Tiririca (Cyperus flavus, Cyperus rotundus, Cyperus sesquiflorus)
Trapoeraba (Commelina benghalensis, Murdannia nudiflora)
Trevo (Trifolium repens)
Trigo (Triticum aestivum)
Posicionamento: sempre em pós-emergência das plantas daninhas. Aplicação em jato dirigido sobre as plantas infestantes nas entrelinhas das culturas de: ameixa, banana, cacau, caju, caqui, carambola, café, citros, duboisia, figo, goiaba, maçã, mangaba, marmelo, nectarina, nêspera, pêra, pêssego, uva, pinus, eucalipto e demais florestais e frutíferas para as quais o herbicida possui registro. Aplicação em área total em pré-plantio (pré-plantio da cultura e pós-emergência das plantas infestantes) – sistema de plantio direto e cultivo mínimo para as culturas de aveia, arroz, cana-de-açúcar, centeio, cevada, triticale, sorgo, soja, milho, milheto, pastagens, trigo e na eliminação do arroz-vermelho. Aplicação em pós-emergência das plantas daninhas em área de pousio antecedendo o plantio de arroz, cana-de-açúcar, milho, pastagens, soja e trigo. Aplicação para erradicação de soqueira na cultura da cana-de-açúcar e como maturador da cana-de-açúcar. Aplicação em área total, em pós-emergência da soja, algodão e milho geneticamente modificados tolerantes ao glifosato em áreas de plantio direto ou convencional. Plantas daninhas perenes: o melhor período para o controle é próximo a/ou durante a floração. Plantas daninhas anuais: o melhor período para o controle situa-se entre a fase jovem até a formação dos botões florais. Ainda, a mistura formulada de glifosato + 2,4-D é recomendada apenas para pós-emergência em cultivares de soja geneticamente modificadas tolerantes ao 2,4-D.
Doses: 180 a 4320 g e.a./ha.
Consulte sempre um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) e siga as prescrições da receita agronômica e da bula.
2 – Características físico-químicas do herbicida:
Grupo químico: glicina substituída.
Pressão de vapor: 2,45 x 10-8 Pa (forma ácida, a 25ºC).
Solubilidade: 15700 mg/L de água (ácido, 25ºC, pH 7), 900000 mg/L de água (sal de isopropilamina, 25ºC, pH 7).
pKa: 2,6; 5,6 e 10,3 (comporta-se como ácido fraco).
Kow: 0,0006 – 0,0017.
3 – Comportamento nas plantas:
Absorção e translocação: absorvido pela parte aérea das plantas, no entanto, de forma uma pouco mais lenta, quando comparado com herbicidas não polares. Carregadores contribuem para o transporte através da membrana. Translocado prioritariamente pelo simplasto.
Mecanismo de ação: inibidor da 5-enolpiruvoilshiquimato 3-fosfato sintase (EPSPs).
Classificação HRAC: grupo G.
Sintomatologia: inibição do crescimento, seguida por clorose das folhas e necrose. A clorose costuma ser mais acentuada nos tecidos jovens e pontos de crescimento. Além disso, pode ocorrer o arroxeamento das folhas em algumas espécies e também super brotação em espécies perenes que não morreram.
Metabolismo e seletividade: muito lentamente metabolizado para ácido aminometilfosfônico.
Casos de resistência: até o momento, são relatados 352 casos de resistência no mundo, dos quais, 19 ocorrem no Brasil. Dentre as espécies estão capim-amargoso (Digitaria insularis), Capim-arroz (Echinochloa crus-galli var. crus-galli), leiteiro (Euphorbia heterophylla), caruru-roxo (Amaranthus hybridus), buva (Conyza sumatrensis, Conyza canadensis e Conyza bonariensis), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), azevém (Lolium perene ssp. multiflorum), caruru palmeri (Amaranthus palmeri) e capim-coqueirinho (Chloris elata).
Mecanismos de resistência: sítio de ação alterado, fluxo gênico, absorção e metabolismo diferencial, dentre outros.
4 – Comportamento no ambiente:
Sorção: rapidamente e fortemente adsorvido ao solo, aos sítios de sorção de fósforo.
Koc: 24000 mL/g.
Kd: 324-600 mL/g.
Transformação: sofre degradação microbiana.
Persistência: meia-vida de 47 dias no solo. No entanto, é tão fortemente adsorvido que não afeta as culturas.
Mobilidade: baixa mobilidade.
Volatilização: perdas desprezíveis.
5 – Tecnologia de aplicação terrestre:
Volume de calda: 50 a 400 L/ha.
Preparação da calda: a água deve estar isenta de sólidos em suspensão, como argila e matéria orgânica.
Tamanho de gotas: a escolha da classe de gotas depende do tipo de cultura, alvo e tipo de equipamento utilizado na aplicação. No entanto, aplique com o maior tamanho de gota possível, sem prejudicar a cobertura e eficiência do produto.
Pontas de pulverização: a seleção da ponta de pulverização (ou outro tipo de elemento gerador de gotas) deverá ser realizada conforme a classe de gota recomendada, assim como os parâmetros operacionais (velocidade, largura da faixa e outros). Use a ponta apropriada para o tipo de aplicação desejada e, principalmente, que proporcione baixo risco de deriva.
Altura da barra: ajuste a barra de forma a obter uma distribuição uniforme do produto, de acordo com o desempenho dos elementos geradores de gotas. Todas as pontas da barra deverão ser mantidas à mesma altura em relação ao topo das plantas ou do alvo de deposição. Regule a altura da barra para a menor possível a fim de obter uma cobertura uniforme e reduzir a exposição das gotas à evaporação e ao vento.
Velocidade do vento: entre 3 e 10 km/h.
Umidade do ar: acima de 50%.
Temperatura: abaixo de 30ºC.
Incompatibilidades e limitações de uso: há relatos de incompatibilidade com herbicidas tais como ureias substituídas, triazinas, herbicidas de contato como diquate e também auxinas. Não misturar com produtos altamente alcalinos. Chuva após a aplicação pode comprometer a eficácia do glifosato. No entanto, o intervalo entre aplicação e precipitação depende das formulações comerciais, variando de 1 até 6 horas. O produto é corrosivo aos pulverizadores e tanques galvanizados (recobertos com zinco), portanto não utilize estes equipamentos. É exigido a utilização de tecnologia de redução da deriva para doses acima de 1.800 g/ha de ingrediente ativo nas aplicações costal, estacionária/semi-estacionária e tratorizada.
Facilitadores de eficácia: para assegurar a eficiência é necessário utilizar água limpa, sem argilas em suspensão. Não aplicar o produto quando as folhas das plantas infestantes estiverem cobertas de poeira. Nesta situação a ação do produto pode ser prejudicada pela adsorção. Não capinar ou roçar o mato antes ou logo após a aplicação.
Literatura consultada:
AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: https://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em: 5 mar. 23.
HEAP, I. The international herbicide-resistant weed database. Disponível em: www.weedscience.org. Acesso em: 5 mar. 23.
RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. L. S. Guia de herbicidas. 7ª ed. Londrina, 2018. 764 p.
SHANER, D. L. Herbicide Handbook. 10th Edition, Weed Science Society of America, Lawrence, 2014. 513 p.